1º Domingo da Quaresma | 6 de março de 2022
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Jesus não está só no deserto: Ele está com o Pai. E Lucas refere que o Espírito Santo O acompanha. O tentador é forte, apanha Jesus nos seus próprios terrenos. Se Ele é Filho de Deus, é o criador, a Palavra que tudo criou, então pode mudar as pedras em pão... Jesus recorda-lhe que o verdadeiro alimento é a Palavra de Deus. Se Jesus é Aquele que veio instaurar um Reino novo, então tem necessidade de poder. Mas Jesus não tomará o poder pela força: o seu Reino é precisamente o de seu Pai, e só Ele merece ser adorado. Se Jesus é o Filho de Deus, pode manifestar a sua divindade através de prodígios que ultrapassam os homens. Mas Jesus veio revelar o verdadeiro rosto de Deus, cujo único poder é a força do amor. Qualquer outra imagem é uma caricatura, um ídolo. Pedir-lhe que não seja senão amor, é pô-l’O à prova, é uma tentação.
Com o Espírito Santo, Jesus resiste às tentações. E será sempre o grande vencedor sobre o Maligno. O Evangelho põe-nos diante das grandes opções de Jesus: Ele recusou um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil, pois o plano de Deus não passava pelo egoísmo, mas pela partilha; não passava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passava por manifestações espetaculares, mas por uma proposta de vida em simplicidade e amor.
É claro que é também esse o caminho sugerido aos discípulos que O seguem, nos desertos de hoje.
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