No domingo 6 de outubro, Dia da Igreja Diocesana, ao iniciar um novo ano de atividades dos grupos de catequese das crianças e adolescentes, o grupo do catequistas do centro da Calvaria fez o seu compromisso solene diante da comunidade.
"Pelo Batismo somos Igreja viva", tema da Diocese que continua neste segundo ano do triénio dedicado ao Batismo como fonte da vida e da missão da Igreja, na qual cada um é chamado a estar ao serviço de todos para continuar a missão evangelizadora da Igreja, foi o ponto de partida para a apresentação dos catequistas que são enviados em nome da comunidade para acompanhar aqueles que fazem o seu itinerário de iniciação à vida cristã. Nesse dia, o Evangelho de Marcos, levou-nos ao encontro de Jesus que repreende os seus discípulos por quererem afastar as crianças da sua presença. A sua afirmação continua a ser um desafio para toda a comunidade, para as famílias, para os catequistas: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis».
Chamados pessoalmente, os catequista, com a comunidade, fizeram a Profissão de Fé, com a fórmula batismal: é esta fé que são chamados a acolher, a anunciar e testemunhar, e dessa forma facilitar o encontro de cada criança e adolescente com Jesus. É nessa fé, confiando na bênção de Deus, que assumiram o compromisso de serem catequistas, aprofundarem a sua própria fé e formação para a missão que acolheram. Nessa mesma fé batismal, não apenas os catequistas, mas os pais, famílias, e toda a comunidade é chamada a ser sinal de Jesus que quer continuar a abraçar, abençoar e impor as mãos sobre todos, a começar pelas crianças, como nos anunciava o Evangelho.
Programa da Paróquia
terça-feira, 8 de outubro de 2024
segunda-feira, 7 de outubro de 2024
100 anos da Paróquia da Calvaria
Exposição do Centenário da Criação da Paróquia
Durante o mês de outubro, está patente, na igreja paroquial, uma nova peça para assinalar o percurso histórico que conduziu à criação da paróquia da Calvaria. A imagem de Santo António, da antiga capela de Santa Catarina, leva-nos ao início do século XVII quando foi edificada essa capela na Calvaria, para que nela fossem administrados os sacramentos. Demolida em 1722, deu lugar à nova capela, dedicada a Santa Marta, de que resta uma das paredes laterais, no adro lateral da atual igreja paroquial.
Da capela de Santa Catarina à capela de Santa Marta
Depois da Batalha de Aljubarrota, em 1385, e da construção da Capela no Campo da Batalha, em São Jorge, e tendo em conta a existência da anterior Capela na Quinta de São Paio, só cerca de dois séculos depois se sentiu a necessidade de uma nova igreja.
Com o crescimento da população na zona da Calvaria, e o estabelecimento da família raiz Carnides e Torreira de Sousa, foi construída, em 1612, uma capela dedicada a Santa Catarina, para que nela se pudesse administrar os sacramentos.
Demolida em 1722, deu lugar a uma nova Capela, dedicada a Santa Marta, na qual se encontravam dois altares laterais, dedicados um a Santo António e outro a São Francisco de Borja, cujas imagens ainda se conservam atualmente na Paróquia.
Durante o mês de outubro, está patente, na igreja paroquial, uma nova peça para assinalar o percurso histórico que conduziu à criação da paróquia da Calvaria. A imagem de Santo António, da antiga capela de Santa Catarina, leva-nos ao início do século XVII quando foi edificada essa capela na Calvaria, para que nela fossem administrados os sacramentos. Demolida em 1722, deu lugar à nova capela, dedicada a Santa Marta, de que resta uma das paredes laterais, no adro lateral da atual igreja paroquial.
Da capela de Santa Catarina à capela de Santa Marta
Depois da Batalha de Aljubarrota, em 1385, e da construção da Capela no Campo da Batalha, em São Jorge, e tendo em conta a existência da anterior Capela na Quinta de São Paio, só cerca de dois séculos depois se sentiu a necessidade de uma nova igreja.
Com o crescimento da população na zona da Calvaria, e o estabelecimento da família raiz Carnides e Torreira de Sousa, foi construída, em 1612, uma capela dedicada a Santa Catarina, para que nela se pudesse administrar os sacramentos.
Demolida em 1722, deu lugar a uma nova Capela, dedicada a Santa Marta, na qual se encontravam dois altares laterais, dedicados um a Santo António e outro a São Francisco de Borja, cujas imagens ainda se conservam atualmente na Paróquia.
No ano de 1722 a [capela] de Santa Catarina foi demolida e em seu lugar edificada outra de maiores dimensões dedicada a Santa Marta. O altar-mor foi ornado com altar de madeira, camarim, e trono em que foi colocada a imagem de Santa Marta. Tinha dois altares colaterais, um dedicado a Santo António que tem um primoroso retábulo de mármore de ordem composta, e outro de São Francisco de Boja, imagens de vulto.
O Couseiro, Ed. 1988, p. 244
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
«Não separe o homem o que Deus uniu»
6 de outubro de 2024 | 27.º Domingo do Tempo Comum
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O Evangelho deste domingo (cf. Mc 10, 2-16) oferece-nos a palavra de Jesus sobre o matrimónio. A narração abre-se com a provocação dos fariseus que perguntam a Jesus se é lícito que um marido repudie a esposa, como previa a lei de Moisés (cf. vv. 2-4). Antes de tudo, Jesus, com a sabedoria e a autoridade que lhe vêm do Pai, ameniza a prescrição moisaica dizendo: «Pela dureza dos vossos corações ele — ou seja, o antigo legislador — vos deixou escrito este mandamento» (v. 5). Trata-se portanto de uma concessão que serve para remediar as falhas causadas pelo nosso egoísmo, mas não corresponde à intenção originária do Criador.
E aqui Jesus retoma o Livro do Génesis: «Desde o início da criação [Deus] os criou varão e mulher; por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa e os dois serão um só» (vv. 6-7). E conclui: «Não divida o homem o que Deus uniu» (v. 9). O projeto originário do Criador não inclui o homem que se casa com a mulher e, se as coisas não funcionam, a repudia. Não. Ao contrário, inclui o homem e a mulher chamados a reconhecer-se, a completar-se, a ajudar-se reciprocamente no matrimónio.
Este ensinamento de Jesus é muito claro e defende a dignidade do matrimónio, como união de amor que requer a fidelidade. Aquilo que consente que os esposos permaneçam unidos no matrimónio é um amor de doação recíproca amparado pela graça de Cristo. Se, ao contrário, prevalecer nos cônjuges o interesse individual, a própria satisfação, então a sua união não poderá resistir.
E a mesma página evangélica recorda-nos, com grande realismo, que o homem e a mulher, chamados a viver a experiência da relação e do amor, podem dolorosamente fazer gestos que a põem em crise. Jesus não admite tudo o que pode levar ao naufrágio da relação. Faz isso para confirmar o desígnio de Deus, no qual sobressaem a força e a beleza da relação humana. A Igreja, por um lado, não se cansa de confirmar a beleza da família como nos foi recomendada pela Escritura e pela Tradição; ao mesmo tempo, esforça-se por fazer sentir concretamente a sua proximidade materna a quantos vivem a experiência de relações interrompidas ou levadas por diante de maneira sofrida e fadigosa.
O modo de agir do próprio Deus com o seu povo infiel — isto é, connosco — ensina-nos que o amor ferido pode ser sanado por Deus através da misericórdia e do perdão. Por isso à Igreja, nestas situações, não é pedida imediata e unicamente a condenação. Ao contrário, face às tantas dolorosas falências conjugais, ela sente-se chamada a viver a sua presença de amor, de caridade e de misericórdia, para reconduzir a Deus os corações feridos e desorientados.
Invoquemos a Virgem Maria, para que ajude os cônjuges a viver e a renovar sempre a sua união a partir da doação originária de Deus.
Papa Francisco, 7 de outubro de 2018
Leituras | Comentário | Avisos | Boletim
O Evangelho deste domingo (cf. Mc 10, 2-16) oferece-nos a palavra de Jesus sobre o matrimónio. A narração abre-se com a provocação dos fariseus que perguntam a Jesus se é lícito que um marido repudie a esposa, como previa a lei de Moisés (cf. vv. 2-4). Antes de tudo, Jesus, com a sabedoria e a autoridade que lhe vêm do Pai, ameniza a prescrição moisaica dizendo: «Pela dureza dos vossos corações ele — ou seja, o antigo legislador — vos deixou escrito este mandamento» (v. 5). Trata-se portanto de uma concessão que serve para remediar as falhas causadas pelo nosso egoísmo, mas não corresponde à intenção originária do Criador.
E aqui Jesus retoma o Livro do Génesis: «Desde o início da criação [Deus] os criou varão e mulher; por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa e os dois serão um só» (vv. 6-7). E conclui: «Não divida o homem o que Deus uniu» (v. 9). O projeto originário do Criador não inclui o homem que se casa com a mulher e, se as coisas não funcionam, a repudia. Não. Ao contrário, inclui o homem e a mulher chamados a reconhecer-se, a completar-se, a ajudar-se reciprocamente no matrimónio.
Este ensinamento de Jesus é muito claro e defende a dignidade do matrimónio, como união de amor que requer a fidelidade. Aquilo que consente que os esposos permaneçam unidos no matrimónio é um amor de doação recíproca amparado pela graça de Cristo. Se, ao contrário, prevalecer nos cônjuges o interesse individual, a própria satisfação, então a sua união não poderá resistir.
E a mesma página evangélica recorda-nos, com grande realismo, que o homem e a mulher, chamados a viver a experiência da relação e do amor, podem dolorosamente fazer gestos que a põem em crise. Jesus não admite tudo o que pode levar ao naufrágio da relação. Faz isso para confirmar o desígnio de Deus, no qual sobressaem a força e a beleza da relação humana. A Igreja, por um lado, não se cansa de confirmar a beleza da família como nos foi recomendada pela Escritura e pela Tradição; ao mesmo tempo, esforça-se por fazer sentir concretamente a sua proximidade materna a quantos vivem a experiência de relações interrompidas ou levadas por diante de maneira sofrida e fadigosa.
O modo de agir do próprio Deus com o seu povo infiel — isto é, connosco — ensina-nos que o amor ferido pode ser sanado por Deus através da misericórdia e do perdão. Por isso à Igreja, nestas situações, não é pedida imediata e unicamente a condenação. Ao contrário, face às tantas dolorosas falências conjugais, ela sente-se chamada a viver a sua presença de amor, de caridade e de misericórdia, para reconduzir a Deus os corações feridos e desorientados.
Invoquemos a Virgem Maria, para que ajude os cônjuges a viver e a renovar sempre a sua união a partir da doação originária de Deus.
Papa Francisco, 7 de outubro de 2018
Ser cristão é uma escolha, uma opção pessoal por seguir Jesus
A celebração do Crisma da paróquia da Calvaria decorreu no dia 29 de setembro, domingo, pelas 17h, na igreja paroquial. O grupo contou com os 14 jovens que completaram a caminha catequética na Paróquia. Um dos jovens que se tinha preparado para este momento não pôde estar presente, por problemas de saúde, e foi recordado na oração de todos.
Na Eucaristia, presidida pelo Cardeal D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima, todos foram convidados a viver no acolhimento do Espírito Santo, procurando encontrar caminhos de encontro e diálogo, vencendo as intolerâncias e receios de encontro com aqueles que são diferentes de nós. Mas o caminho de diálogo não é perder a identidade cristã. Por isso, devem serem testemunhas da vida cristã, o que, recordou o Sr. Bispo, é um fruto de uma opção pessoal por seguir Jesus, e um desafio constante para qualquer cristão no mundo de hoje. Esta opção, continuou D. António, é também um chamamento a saber “cortar” com o que nos afasta da coerência com o Evangelho.
No final da celebração, os jovens que foram confirmados foram convidados a continuar envolvidos nas dinâmicas paroquiais, nomeadamente no grupo de jovens que começa já a preparar-se para o Jubileu de 2025, em Roma, e no grupo coral jovem que anima algumas das celebrações da Paróquia.
Na Eucaristia, presidida pelo Cardeal D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima, todos foram convidados a viver no acolhimento do Espírito Santo, procurando encontrar caminhos de encontro e diálogo, vencendo as intolerâncias e receios de encontro com aqueles que são diferentes de nós. Mas o caminho de diálogo não é perder a identidade cristã. Por isso, devem serem testemunhas da vida cristã, o que, recordou o Sr. Bispo, é um fruto de uma opção pessoal por seguir Jesus, e um desafio constante para qualquer cristão no mundo de hoje. Esta opção, continuou D. António, é também um chamamento a saber “cortar” com o que nos afasta da coerência com o Evangelho.
No final da celebração, os jovens que foram confirmados foram convidados a continuar envolvidos nas dinâmicas paroquiais, nomeadamente no grupo de jovens que começa já a preparar-se para o Jubileu de 2025, em Roma, e no grupo coral jovem que anima algumas das celebrações da Paróquia.
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
«Quem não é contra nós é por nós»
29 de setembro de 2024 | 26.º domingo do tempo comum
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Num tempo em que somos tantas vezes confrontados com fundamentalismos, e não apenas no âmbito do religioso, a atitude de Jesus faz-nos de novo, e sempre, perceber como o caminho para a verdade plena se encontra na partilha, no esforço da unidade na diversidade.
A tentação dos discípulos que tentam impedir aqueles que "não estão connosco" não é apenas daqueles tempos: é a tentação constante do isolamento nas áreas de segurança e conforto que facilmente culpabiliza o que é estranho... Nestes tempos, como nos de Jesus, é preciso relançar sempre o espaço do encontro, da partilha, do vencer das barreiras que se levantam perante o que é estranho ou diferente. É preciso lançar-se sempre na busca da verdade mais plena, em que o primeiro esforço é o pessoal de "cortar" o que está a mais e distorce o olhar e a ação, e buscar sobretudo uma coerência de vida que seja capaz de lançar para a Verdade plena que se encontra apenas em Deus.
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Num tempo em que somos tantas vezes confrontados com fundamentalismos, e não apenas no âmbito do religioso, a atitude de Jesus faz-nos de novo, e sempre, perceber como o caminho para a verdade plena se encontra na partilha, no esforço da unidade na diversidade.
A tentação dos discípulos que tentam impedir aqueles que "não estão connosco" não é apenas daqueles tempos: é a tentação constante do isolamento nas áreas de segurança e conforto que facilmente culpabiliza o que é estranho... Nestes tempos, como nos de Jesus, é preciso relançar sempre o espaço do encontro, da partilha, do vencer das barreiras que se levantam perante o que é estranho ou diferente. É preciso lançar-se sempre na busca da verdade mais plena, em que o primeiro esforço é o pessoal de "cortar" o que está a mais e distorce o olhar e a ação, e buscar sobretudo uma coerência de vida que seja capaz de lançar para a Verdade plena que se encontra apenas em Deus.
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Seguir Jesus num caminho de serviço
22 de setembro de 2024 | 25.º Domingo do Tempo Comum
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No texto do Evangelho deste domingo, começamos por acompanhar a caminhada de Jesus e dos seus discípulos através da Galileia. Jesus prepara-os para o que irá acontecer em Jerusalém, anunciando-lhes que vai ser entregue, morto e que ressuscitará ao terceiro dia. Eles não compreendem, como não o tinha compreendido anteriormente Pedro, da primeira vez que Jesus lhes falara da sua paixão (Mc 8, 31-33), ou os três discípulos que desciam do monte da transfiguração e se perguntavam «o que seria ressuscitar dos mortos» (Mc 9, 10). A sua ideia e expetativa em relação ao Messias ainda estava longe da lógica proposta por Jesus. Por isso, o caminho é feito com o «medo» de interrogar Jesus, e preenchido com questões mais conformes às suas próprias expetativas de um reino à maneira do mundo que conheciam: Quem de nós será o mais importante? Quem ocupará os primeiros lugares?
Será depois, em casa, já num espaço mais íntimo, que Jesus os questiona: «Que discutíeis no caminho?» Não insiste nem os obriga a responder… Mas, deixando a questão permanecer em aberto, apresenta-lhes a sua proposta que lança para uma nova forma de pensar e viver. Para Jesus, o primeiro, o mais importante, «será o último de todos e o servo de todos». Ou seja, «quem quiser ser grande, sirva os outros e não se sirva dos outros. E este é o grande paradoxo de Jesus. Os discípulos discutiam sobre quem deveria ocupar o lugar mais importante, quem subiria mais rapidamente, ocupando os cargos que dariam certas vantagens. E Jesus transtorna a sua lógica, dizendo-lhes simplesmente que a vida autêntica se vive no compromisso concreto com o próximo, isto é, servindo» (Papa Francisco, homilia da Missa em Havana, Cuba, 20 setembro 2015).
O gesto que se segue clarifica as palavras: uma criança é colocada ao centro e abraçada. No centro deste serviço está a pessoa concreta, de modo particular os mais frágeis. O serviço, o cuidar do outro por amor «não se reduz a uma atitude de servilismo mas, pelo contrário, põe no centro a questão do irmão: o serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e em alguns casos até a “sofre”, e procura a promoção do irmão» (Idem). Para o cristão, o segredo está nesse olhar de quem vê nos outros, e sobretudo nos mais “pequeninos”, o rosto de Jesus que conduz ao Pai.
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No texto do Evangelho deste domingo, começamos por acompanhar a caminhada de Jesus e dos seus discípulos através da Galileia. Jesus prepara-os para o que irá acontecer em Jerusalém, anunciando-lhes que vai ser entregue, morto e que ressuscitará ao terceiro dia. Eles não compreendem, como não o tinha compreendido anteriormente Pedro, da primeira vez que Jesus lhes falara da sua paixão (Mc 8, 31-33), ou os três discípulos que desciam do monte da transfiguração e se perguntavam «o que seria ressuscitar dos mortos» (Mc 9, 10). A sua ideia e expetativa em relação ao Messias ainda estava longe da lógica proposta por Jesus. Por isso, o caminho é feito com o «medo» de interrogar Jesus, e preenchido com questões mais conformes às suas próprias expetativas de um reino à maneira do mundo que conheciam: Quem de nós será o mais importante? Quem ocupará os primeiros lugares?
Será depois, em casa, já num espaço mais íntimo, que Jesus os questiona: «Que discutíeis no caminho?» Não insiste nem os obriga a responder… Mas, deixando a questão permanecer em aberto, apresenta-lhes a sua proposta que lança para uma nova forma de pensar e viver. Para Jesus, o primeiro, o mais importante, «será o último de todos e o servo de todos». Ou seja, «quem quiser ser grande, sirva os outros e não se sirva dos outros. E este é o grande paradoxo de Jesus. Os discípulos discutiam sobre quem deveria ocupar o lugar mais importante, quem subiria mais rapidamente, ocupando os cargos que dariam certas vantagens. E Jesus transtorna a sua lógica, dizendo-lhes simplesmente que a vida autêntica se vive no compromisso concreto com o próximo, isto é, servindo» (Papa Francisco, homilia da Missa em Havana, Cuba, 20 setembro 2015).
O gesto que se segue clarifica as palavras: uma criança é colocada ao centro e abraçada. No centro deste serviço está a pessoa concreta, de modo particular os mais frágeis. O serviço, o cuidar do outro por amor «não se reduz a uma atitude de servilismo mas, pelo contrário, põe no centro a questão do irmão: o serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e em alguns casos até a “sofre”, e procura a promoção do irmão» (Idem). Para o cristão, o segredo está nesse olhar de quem vê nos outros, e sobretudo nos mais “pequeninos”, o rosto de Jesus que conduz ao Pai.
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
Catequese paroquial: inscrições e início
As inscrições para a catequese vão decorrer nos dias 20 e 21 de setembro, nos centros de catequese da Calvaria e de São Jorge. Na sexta-feira, dia 20, serão das 17h às 20h. No sábado, dia 21, das 15h às 17h. Todas as crianças que se inscrevem pela primeira vez, assim como todos os que renovam a sua inscrição para todos os outros grupos da infância e adolescência, deverão fazê-lo nestes dias.
No momento da inscrição será entregue às famílias o programa previsto para todo o ano.
Para que se possam confirmar todos os dados, deverão fazer-se acompanhar do Cartão de Cidadão, da Cédula de Vida Cristã, e ir prevenidos para o pagamento da inscrição e seguro (3,00€) e do catecismo e restantes materiais da catequese (dependendo dos catecismos, entre os 6,00€ e 8,00€).
Os encontros dos grupos de catequese da infância e adolescência iniciam a partir do dia 7 de outubro. Nas celebrações de 5 e 6 de outubro haverá a apresentação e compromisso dos Catequistas.
No momento da inscrição será entregue às famílias o programa previsto para todo o ano.
Para que se possam confirmar todos os dados, deverão fazer-se acompanhar do Cartão de Cidadão, da Cédula de Vida Cristã, e ir prevenidos para o pagamento da inscrição e seguro (3,00€) e do catecismo e restantes materiais da catequese (dependendo dos catecismos, entre os 6,00€ e 8,00€).
Os encontros dos grupos de catequese da infância e adolescência iniciam a partir do dia 7 de outubro. Nas celebrações de 5 e 6 de outubro haverá a apresentação e compromisso dos Catequistas.
«E vós, quem dizeis que Eu sou?»
15 de setembro de 2024 | 24.º Domingo do Tempo Comum
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O texto do Evangelho põe-nos diante da pergunta de Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Jesus faz-nos a pergunta essencial: Quem é Ele para nós? Dependendo da resposta, assim será a nossa relação com Ele.
O desafio da fé passa por este olhar que Pedro conseguiu ter: um olhar profundo que vê para além das aparências e reconhece em Jesus Cristo o verdadeiro Deus, o Messias. Acolher Jesus como o nosso salvador implica também a descoberta da sua missão de nos revelar a nossa própria identidade de pessoas humanas: seguir Jesus é o caminho da nossa própria felicidade. Um caminho que é feito de confiança em Deus e entrega aos homens. Um caminho que é feito na certeza de que a cruz é caminho para a ressurreição.
Pedro só irá entender depois... Apesar do seu olhar, ainda está preso à compreensão das coisas dos homens e não de Deus. Espera talvez um outro Messias. Só o seguimento até ao fim o fará percorrer, com Jesus, o caminho da cruz para a ressurreição.
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O texto do Evangelho põe-nos diante da pergunta de Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Jesus faz-nos a pergunta essencial: Quem é Ele para nós? Dependendo da resposta, assim será a nossa relação com Ele.
O desafio da fé passa por este olhar que Pedro conseguiu ter: um olhar profundo que vê para além das aparências e reconhece em Jesus Cristo o verdadeiro Deus, o Messias. Acolher Jesus como o nosso salvador implica também a descoberta da sua missão de nos revelar a nossa própria identidade de pessoas humanas: seguir Jesus é o caminho da nossa própria felicidade. Um caminho que é feito de confiança em Deus e entrega aos homens. Um caminho que é feito na certeza de que a cruz é caminho para a ressurreição.
Pedro só irá entender depois... Apesar do seu olhar, ainda está preso à compreensão das coisas dos homens e não de Deus. Espera talvez um outro Messias. Só o seguimento até ao fim o fará percorrer, com Jesus, o caminho da cruz para a ressurreição.
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
«Efatá!» - Abre-te
08 de setembro de 2024 | Domingo 23.º do Tempo Comum
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Ao contar a cura do "surdo que mal podia falar" (Mc 7, 31-37), Marcos descreve toda a ação de Jesus, cheia de gestos significativos, e apenas uma palavra: "Efatá" que quer dizer "abre-te". Todo o momento "sacramental", em que a palavra acompanha os gestos, para fazerem acontecer, pela ação de Deus, aquilo que significam: os ouvidos daquele homem abrem-se para escutar as palavras e a Palavra (o Verbo de Deus - Jesus Cristo), e a sua língua sai da prisão em que estava para poder falar corretamente. Aquele homem, fechado à comunicação, torna-se um homem novo pelo encontro com Jesus Cristo que o abre à relação com os outros e com Deus.
O encontro com Jesus é marcado por esta abertura à relação. A pessoa que se redescobre na sua identidade essencial de comunhão, à imagem do Deus de Amor. Um encontro que faz sair de si mesmo, estar atento e escutar os outros e o próprio Deus, estar disponível para partilhar e dialogar, para anunciar, para juntar a sua voz à da comunidade que proclama, como aqueles que viram o milagre: "tudo o que faz é admirável".
No Batismo, um dos gestos (que passa muitas vezes despercebido) é precisamente este do rito do "Efatá" que é acompanhado pela oração: «O Senhor Jesus, que fez ouvir os surdos e falar os mudos, te dê a graça de, em breve, poderes ouvir a sua palavra e professar a fé, para louvor e glória de Deus Pai». É esta a vocação do batizado: escutar a palavra e professar a fé. Estar aberto à relação, comunhão e partilha de vida.
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Ao contar a cura do "surdo que mal podia falar" (Mc 7, 31-37), Marcos descreve toda a ação de Jesus, cheia de gestos significativos, e apenas uma palavra: "Efatá" que quer dizer "abre-te". Todo o momento "sacramental", em que a palavra acompanha os gestos, para fazerem acontecer, pela ação de Deus, aquilo que significam: os ouvidos daquele homem abrem-se para escutar as palavras e a Palavra (o Verbo de Deus - Jesus Cristo), e a sua língua sai da prisão em que estava para poder falar corretamente. Aquele homem, fechado à comunicação, torna-se um homem novo pelo encontro com Jesus Cristo que o abre à relação com os outros e com Deus.
O encontro com Jesus é marcado por esta abertura à relação. A pessoa que se redescobre na sua identidade essencial de comunhão, à imagem do Deus de Amor. Um encontro que faz sair de si mesmo, estar atento e escutar os outros e o próprio Deus, estar disponível para partilhar e dialogar, para anunciar, para juntar a sua voz à da comunidade que proclama, como aqueles que viram o milagre: "tudo o que faz é admirável".
No Batismo, um dos gestos (que passa muitas vezes despercebido) é precisamente este do rito do "Efatá" que é acompanhado pela oração: «O Senhor Jesus, que fez ouvir os surdos e falar os mudos, te dê a graça de, em breve, poderes ouvir a sua palavra e professar a fé, para louvor e glória de Deus Pai». É esta a vocação do batizado: escutar a palavra e professar a fé. Estar aberto à relação, comunhão e partilha de vida.
sábado, 31 de agosto de 2024
100 anos da Paróquia da Calvaria
Exposição do Centenário da Criação da Paróquia
Durante o mês de setembro, está patente, na igreja paroquial, uma nova peça para assinalar o percurso histórico que conduziu à criação da paróquia da Calvaria. A imagem de São Nuno de Santa Maria, da capela de São Jorge, evoca a Batalha de Aljubarrota, o mais significativo facto ocorrido na área da atual paróquia.
SÃO NUNO DE SANTA MARIA
A imagem de Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, da capela de São Jorge, recorda um dos factos mais marcantes ocorridos no território da atual Paróquia da Calvaria: a Batalha Real de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, no lugar de São Jorge.
A imagem da capela de São Jorge foi aí introduzida em agosto de 1926, pelos Escuteiros Portugueses, no decorrer do seu Primeiro Acampamento Nacional realizado nesse Campo.
Durante o mês de setembro, está patente, na igreja paroquial, uma nova peça para assinalar o percurso histórico que conduziu à criação da paróquia da Calvaria. A imagem de São Nuno de Santa Maria, da capela de São Jorge, evoca a Batalha de Aljubarrota, o mais significativo facto ocorrido na área da atual paróquia.
SÃO NUNO DE SANTA MARIA
A imagem de Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, da capela de São Jorge, recorda um dos factos mais marcantes ocorridos no território da atual Paróquia da Calvaria: a Batalha Real de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, no lugar de São Jorge.
O lugar de S. Jorge tira o nome do orago da capela, ali mandada erigir por Nuno Álvares Pereira e pelo Mestre de Avis. Foi nas imediações de S. Jorge que se travou, ao cair da tarde de 14 de Agosto de 1385, a batalha dita de Aljubarrota, a qual pôs frente a frente cerca de 22 000 homens do rei D. João I de Castela e os aproximadamente 7 000 homens do mestre de Avis e de D. Nuno.António Martins Cacela, Porto de Mós e seu termo, 1977, p. 161
Após enviuvar, Nuno Álvares Pereira dedica-se à construção do Convento do Carmo em Lisboa, onde em 1422 recolhe como irmão donato, após partilhar todos os seus bens, tomando o nome de Nuno de Santa Maria. Foi inscrito no álbum dos Santos no dia 26 de abril de 2009.
A imagem da capela de São Jorge foi aí introduzida em agosto de 1926, pelos Escuteiros Portugueses, no decorrer do seu Primeiro Acampamento Nacional realizado nesse Campo.
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
Mais importante que as tradições, o mandamento de Deus
1 de setembro de 2024 | Domingo 22.º do Tempo Comum
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Perante a acusação de que alguns dos seus discípulos não seguiam as tradições, Jesus oferece um novo olhar sobre a lei. Denuncia a atitude daqueles que fizeram do cumprimento externo e superficial da “lei” um valor absoluto, esquecendo que a “lei” é apenas um caminho para chegar a um compromisso efetivo com o projeto de Deus. E é nesta adesão da fé, na relação de confiança absoluta em Deus, que se compreendem as consequências morais para a vida. Na perspetiva de Jesus, a verdadeira religião não se centra no cumprimento formal das “leis”, mas num processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus e a viver numa real partilha de amor com os irmãos. É na adesão que se deixa o coração aproximar do coração de Deus para que dele saiam as atitudes que exprimem o mesmo amor que se recebe de Deus.
A lei de Deus está inscrita no nosso coração, conhecemos a sua vontade, sabemos muito bem o que agrada a Deus. E bem sabemos que o seu primeiro mandamento é o do Amor. Cabe-nos a nós deixar que o viver de acordo com essa vontade, o cumprimento dessa “lei”, seja um caminho de encontro, de amizade, de fidelidade ao Amor de Deus.
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Perante a acusação de que alguns dos seus discípulos não seguiam as tradições, Jesus oferece um novo olhar sobre a lei. Denuncia a atitude daqueles que fizeram do cumprimento externo e superficial da “lei” um valor absoluto, esquecendo que a “lei” é apenas um caminho para chegar a um compromisso efetivo com o projeto de Deus. E é nesta adesão da fé, na relação de confiança absoluta em Deus, que se compreendem as consequências morais para a vida. Na perspetiva de Jesus, a verdadeira religião não se centra no cumprimento formal das “leis”, mas num processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus e a viver numa real partilha de amor com os irmãos. É na adesão que se deixa o coração aproximar do coração de Deus para que dele saiam as atitudes que exprimem o mesmo amor que se recebe de Deus.
A lei de Deus está inscrita no nosso coração, conhecemos a sua vontade, sabemos muito bem o que agrada a Deus. E bem sabemos que o seu primeiro mandamento é o do Amor. Cabe-nos a nós deixar que o viver de acordo com essa vontade, o cumprimento dessa “lei”, seja um caminho de encontro, de amizade, de fidelidade ao Amor de Deus.
sábado, 17 de agosto de 2024
Perante Jesus, a necessidade de optar
25 de agosto de 2024 | Domingo 21.º do Tempo Comum
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Depois de tudo o que Jesus disse sobre si mesmo como o Pão Vivo que desceu do céu, e da necessidade de comer o seu corpo e beber o seu sangue para ter a vida eterna, muitos dos seus discípulos ficaram escandalizados: «Estas palavra são duras!» Mas Jesus não volta atrás: quem quer percorrer o caminho da verdadeira vida terá de aceitar Jesus por inteiro, acolher de verdade o seu ser, viver com Ele por dentro... «Quem come a carne e bebe o sangue de Cristo conhecerá a ressurreição e viverá para sempre em sólida comunhão com Cristo pela qual permanece e habita em Cristo assim como Cristo permanece e habita nele: corpo no Corpo e Corpo no corpo!»
Perante a necessidade de optar, de aderir ou não a Jesus, muitos dos discípulos afastam-se. De facto, Jesus nunca se impõe à força: é sempre necessária a adesão livre à sua pessoa e à sua mensagem, pois só na liberdade é possível a total entrega de amor. O afastamento de muitos não O deixa com medo de que todos se afastem. Pelo contrário, vai desafiar mesmo aqueles que são mais próximos, o grupo dos Doze: «Também vós quereis ir embora?»
Confrontados também eles com a necessidade de fazer opções, escolhem Jesus e a sua mensagem, escolhem comer o Corpo de Jesus, beber o seu Sangue: é Pedro que em nome da comunidade professa a fé: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».
Perante a necessidade de optar, estamos também nós, hoje, neste mundo cheio de propostas: teremos a capacidade de aderir a Ele como aquele que tem de verdade as «palavras de vida eterna»? Será a nossa adesão verdadeiramente marcante na nossa vida? Celebramos na Eucaristia esta adesão total a Cristo ressuscitado, vencedor da morte?
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Depois de tudo o que Jesus disse sobre si mesmo como o Pão Vivo que desceu do céu, e da necessidade de comer o seu corpo e beber o seu sangue para ter a vida eterna, muitos dos seus discípulos ficaram escandalizados: «Estas palavra são duras!» Mas Jesus não volta atrás: quem quer percorrer o caminho da verdadeira vida terá de aceitar Jesus por inteiro, acolher de verdade o seu ser, viver com Ele por dentro... «Quem come a carne e bebe o sangue de Cristo conhecerá a ressurreição e viverá para sempre em sólida comunhão com Cristo pela qual permanece e habita em Cristo assim como Cristo permanece e habita nele: corpo no Corpo e Corpo no corpo!»
Perante a necessidade de optar, de aderir ou não a Jesus, muitos dos discípulos afastam-se. De facto, Jesus nunca se impõe à força: é sempre necessária a adesão livre à sua pessoa e à sua mensagem, pois só na liberdade é possível a total entrega de amor. O afastamento de muitos não O deixa com medo de que todos se afastem. Pelo contrário, vai desafiar mesmo aqueles que são mais próximos, o grupo dos Doze: «Também vós quereis ir embora?»
Confrontados também eles com a necessidade de fazer opções, escolhem Jesus e a sua mensagem, escolhem comer o Corpo de Jesus, beber o seu Sangue: é Pedro que em nome da comunidade professa a fé: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».
Perante a necessidade de optar, estamos também nós, hoje, neste mundo cheio de propostas: teremos a capacidade de aderir a Ele como aquele que tem de verdade as «palavras de vida eterna»? Será a nossa adesão verdadeiramente marcante na nossa vida? Celebramos na Eucaristia esta adesão total a Cristo ressuscitado, vencedor da morte?
quarta-feira, 14 de agosto de 2024
"Comer" e "beber" Jesus é deixar-se habitar por Ele
18 de agosto de 2024 | 20.º Domingo do Tempo Comum
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Jesus não pára de repetir que os seus discípulos devem comer a sua carne e beber o seu sangue! A linguagem é chocante para a nossa sensibilidade e forma de pensar atual... Sabemos, é certo, que São João escreve depois da ressurreição de Jesus, e que as palavras de Jesus só se podem aceitar e compreender a essa luz.
Uma das palavras-chave do discurso de Jesus é “morar”. Morar com alguém é entrar na sua intimidade, para ficar juntos. É isso que Deus quer: “estar com” os homens, ser o “Emanuel”, para que nós estejamos também com Ele. Não podemos aceder ao sentido profundo das palavras de Jesus sobre a sua carne a comer e o seu sangue a beber se não nos colocarmos no registo do amor que exige a presença, o “estar com” das pessoas que se amam.
No amor é tudo ou nada... é tal o amor de Deus por nós, manifestado em Jesus, que Ele quer dar-Se na totalidade do seu ser, e quer que esse dom dure para sempre. Ao escolher o sinal do banquete eucarístico para colocar em nós a sua presença de Ressuscitado, Jesus quer enraizar-Se em nós e alimentar com o gérmen da Vida eterna: “quem comer deste pão viverá eternamente”.
Participar na Eucaristia, comungar do corpo e do sangue de Jesus ressuscitado, é oferecer-Lhe o nosso “espaço humano” muito concreto, toda a nossa pessoa para que Ele venha habitar em nós.
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Jesus não pára de repetir que os seus discípulos devem comer a sua carne e beber o seu sangue! A linguagem é chocante para a nossa sensibilidade e forma de pensar atual... Sabemos, é certo, que São João escreve depois da ressurreição de Jesus, e que as palavras de Jesus só se podem aceitar e compreender a essa luz.
Uma das palavras-chave do discurso de Jesus é “morar”. Morar com alguém é entrar na sua intimidade, para ficar juntos. É isso que Deus quer: “estar com” os homens, ser o “Emanuel”, para que nós estejamos também com Ele. Não podemos aceder ao sentido profundo das palavras de Jesus sobre a sua carne a comer e o seu sangue a beber se não nos colocarmos no registo do amor que exige a presença, o “estar com” das pessoas que se amam.
No amor é tudo ou nada... é tal o amor de Deus por nós, manifestado em Jesus, que Ele quer dar-Se na totalidade do seu ser, e quer que esse dom dure para sempre. Ao escolher o sinal do banquete eucarístico para colocar em nós a sua presença de Ressuscitado, Jesus quer enraizar-Se em nós e alimentar com o gérmen da Vida eterna: “quem comer deste pão viverá eternamente”.
Participar na Eucaristia, comungar do corpo e do sangue de Jesus ressuscitado, é oferecer-Lhe o nosso “espaço humano” muito concreto, toda a nossa pessoa para que Ele venha habitar em nós.
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu»
11 de agosto de 2024 | 19 .º Domingo do Tempo Comum
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“Esse homem não é Jesus, filho de José? Conhecemos bem seu pai e sua mãe. Como pode dizer «Eu desci do céu»?” Aqueles que escutavam Jesus, que se apresentara como o pão da vida que desceu do Céu, discutiam a sua origem e a sua pretensão, que consideravam exorbitante. Devemos reconhecer que a dificuldade dos compatriotas não era pequena: Jesus não tinha nada de extraterrestre... Se estivéssemos lá, talvez tivéssemos a mesma atitude.
Para descobrir o mistério profundo de Jesus, é preciso ir para além das aparências, é preciso acolher a luz que vem da Palavra de Deus, ter o olhar da fé. A fé é uma “luz obscura”, pede um salto numa “confiança noturna”, na noite. Isso verifica-se já nas nossas relações humanas de amor e de amizade. A fé/confiança não é uma evidência “científica” que leva a uma adesão imediata da inteligência. A fé vive no amor, numa amizade para além das aparências.
Só podemos aceitar a Palavra de Jesus se nos abrirmos a Deus. Jesus pede aos seus discípulos para terem confiança: “Crede em Deus, crede também em Mim”. A fé é uma graça, um dom gratuito. Mas é também um combate. Somos reenviados a uma escolha que, certamente, não suprime as exigências da nossa razão, mas ultrapassa-as, porque aceitamos entrar numa relação de amor e de amizade com Jesus, “o filho de José”, que reconhecemos também como “o Filho de Deus”.
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“Esse homem não é Jesus, filho de José? Conhecemos bem seu pai e sua mãe. Como pode dizer «Eu desci do céu»?” Aqueles que escutavam Jesus, que se apresentara como o pão da vida que desceu do Céu, discutiam a sua origem e a sua pretensão, que consideravam exorbitante. Devemos reconhecer que a dificuldade dos compatriotas não era pequena: Jesus não tinha nada de extraterrestre... Se estivéssemos lá, talvez tivéssemos a mesma atitude.
Para descobrir o mistério profundo de Jesus, é preciso ir para além das aparências, é preciso acolher a luz que vem da Palavra de Deus, ter o olhar da fé. A fé é uma “luz obscura”, pede um salto numa “confiança noturna”, na noite. Isso verifica-se já nas nossas relações humanas de amor e de amizade. A fé/confiança não é uma evidência “científica” que leva a uma adesão imediata da inteligência. A fé vive no amor, numa amizade para além das aparências.
Só podemos aceitar a Palavra de Jesus se nos abrirmos a Deus. Jesus pede aos seus discípulos para terem confiança: “Crede em Deus, crede também em Mim”. A fé é uma graça, um dom gratuito. Mas é também um combate. Somos reenviados a uma escolha que, certamente, não suprime as exigências da nossa razão, mas ultrapassa-as, porque aceitamos entrar numa relação de amor e de amizade com Jesus, “o filho de José”, que reconhecemos também como “o Filho de Deus”.
quarta-feira, 31 de julho de 2024
«Quem vem a Mim nunca mais terá fome...»
4 de agosto de 2024 | 18.º Domingo do Tempo Comum
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Após a multiplicação dos pães, uma multidão segue Jesus. Jesus percebe que pode haver equívocos nesta procura: «vós procurais-Me porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna…»
A confusão é, como acontece tantas vezes, entre a satisfação das necessidades do momento e a realização da pessoa na sua totalidade, como acontecia também na primeira leitura deste domingo, onde o povo reclama da sua liberdade: preferia estar na escravidão do Egipto onde tinha comida em abundância.
É a confusão que pode surgir, ainda hoje, quando se «recorre» a Deus para lhe pedir que faça os milagres que satisfazem as nossas necessidades materiais imediatas, em vez de ousarmos entrar numa relação plena de confiança em que deixamos que Ele realize em nós o maior de todos os milagres: a conversão do pensamento, do coração e da vida para que, com Ele em nós (comendo deste «Pão»), o nosso projeto de vida seja identificado com o de Jesus – viver não para si mesmo, mas no amor que se faz dom, na partilha daquilo que se tem e é, no serviço simples e humilde – que trazem para esta vida o sabor da eternidade.
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Após a multiplicação dos pães, uma multidão segue Jesus. Jesus percebe que pode haver equívocos nesta procura: «vós procurais-Me porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna…»
A confusão é, como acontece tantas vezes, entre a satisfação das necessidades do momento e a realização da pessoa na sua totalidade, como acontecia também na primeira leitura deste domingo, onde o povo reclama da sua liberdade: preferia estar na escravidão do Egipto onde tinha comida em abundância.
É a confusão que pode surgir, ainda hoje, quando se «recorre» a Deus para lhe pedir que faça os milagres que satisfazem as nossas necessidades materiais imediatas, em vez de ousarmos entrar numa relação plena de confiança em que deixamos que Ele realize em nós o maior de todos os milagres: a conversão do pensamento, do coração e da vida para que, com Ele em nós (comendo deste «Pão»), o nosso projeto de vida seja identificado com o de Jesus – viver não para si mesmo, mas no amor que se faz dom, na partilha daquilo que se tem e é, no serviço simples e humilde – que trazem para esta vida o sabor da eternidade.
Celebração do Dia de Santa Marta
29 de julho, é o dia da memória litúrgica de Santa Marta, Padroeira da Paróquia da Calvaria. Com Santa Marta, celebramos também a memória dos seus irmãos, Maria e Lázaro.
Santa Marta é recordada sempre como aquela que acolheu Jesus em sua casa e, no meio de todas as tarefas que fazia escutou as palavras de Jesus: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária...». Mas também como aquela que, na sua fé, diante da morte de Lázaro, afirma que tudo é possível a Jesus, porque Ele é «o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».
O dia da celebração da Padroeira, foi assinalado com uma procissão, que teve início na urbanização Aldeia de Santa Marta, nos Casais de Além, que preparou a sua rua para bem acolher todos os ali se reuniram pelas 20h, para dali partir em direção à igreja paroquial. Ao longo da caminha, meditando os mistérios gozosos, percorreu-se também a alegria de Marta que acolheu de Jesus ao dom da vida nova, na ressurreição de Lázaro.
A celebração da Eucaristia, na chegada à igreja, foi o culminar desta caminhada, na qual marcaram também presença algumas crianças e adolescentes da catequese que se apresentaram de camisa branca, símbolo de todos os serventes que têm Santa Marta como sua padroeira.
Este dia marcou também, de alguma forma, o início das Festas da Calvaria em honra de Santa Marta, que decorrem de 2 a 5 de agosto.
Santa Marta é recordada sempre como aquela que acolheu Jesus em sua casa e, no meio de todas as tarefas que fazia escutou as palavras de Jesus: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária...». Mas também como aquela que, na sua fé, diante da morte de Lázaro, afirma que tudo é possível a Jesus, porque Ele é «o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».
O dia da celebração da Padroeira, foi assinalado com uma procissão, que teve início na urbanização Aldeia de Santa Marta, nos Casais de Além, que preparou a sua rua para bem acolher todos os ali se reuniram pelas 20h, para dali partir em direção à igreja paroquial. Ao longo da caminha, meditando os mistérios gozosos, percorreu-se também a alegria de Marta que acolheu de Jesus ao dom da vida nova, na ressurreição de Lázaro.
A celebração da Eucaristia, na chegada à igreja, foi o culminar desta caminhada, na qual marcaram também presença algumas crianças e adolescentes da catequese que se apresentaram de camisa branca, símbolo de todos os serventes que têm Santa Marta como sua padroeira.
Este dia marcou também, de alguma forma, o início das Festas da Calvaria em honra de Santa Marta, que decorrem de 2 a 5 de agosto.
domingo, 28 de julho de 2024
100 anos da Paróquia da Calvaria
Exposição do Centenário da Criação da Paróquia
A partir do fim-de-semana da Festa de Santa Marta de 2024, e até à Festa do próximo ano de 2025, o centenário da criação da paróquia da Calvaria vai ser assinalado com uma exposição na igreja paroquial.
Uma peça por mês, irá recordando progressivamente a história da Paróquia. A abrir esta exposição, as imagens de São Paio e de São Sebastião, ambas da antiga capela de São Paio, que representam um dos mais antigos testemunhos da presença cristã na zona na nossa Paróquia.
Cada peça estará patente aproximadamente durante um mês, e pode ser visitada durante todo o tempo em que a igreja está aberta. A mudança será próxima do dia 4 de cada mês.
Associando-se à Freguesia da Calvaria de Cima que celebra também o seu centenário, teremos o momento alto das celebrações na semana de 2 a 9 de fevereiro de 2025.
SÃO PAIO
Antes da sua criação, a 4 de fevereiro de 1925, a área da Paróquia da Calvaria fazia parte das freguesias de São Pedro e de São João de Porto de Mós, e da Batalha.
Um dos mais antigos vestígios da presença cristã nesta zona é a capela de São Paio, de que restam as ruínas, que remonta ao século XII, e que pertenceria à freguesia de Santa Maria dos Murtinhos.
Do património desta capela, existem duas imagens: São Paio, o Patrono, escultura antiga em pedra policromada; e São Sebastião, escultura em pedra de Ançã.
A partir do fim-de-semana da Festa de Santa Marta de 2024, e até à Festa do próximo ano de 2025, o centenário da criação da paróquia da Calvaria vai ser assinalado com uma exposição na igreja paroquial.
Uma peça por mês, irá recordando progressivamente a história da Paróquia. A abrir esta exposição, as imagens de São Paio e de São Sebastião, ambas da antiga capela de São Paio, que representam um dos mais antigos testemunhos da presença cristã na zona na nossa Paróquia.
Cada peça estará patente aproximadamente durante um mês, e pode ser visitada durante todo o tempo em que a igreja está aberta. A mudança será próxima do dia 4 de cada mês.
Associando-se à Freguesia da Calvaria de Cima que celebra também o seu centenário, teremos o momento alto das celebrações na semana de 2 a 9 de fevereiro de 2025.
SÃO PAIO
Antes da sua criação, a 4 de fevereiro de 1925, a área da Paróquia da Calvaria fazia parte das freguesias de São Pedro e de São João de Porto de Mós, e da Batalha.
Um dos mais antigos vestígios da presença cristã nesta zona é a capela de São Paio, de que restam as ruínas, que remonta ao século XII, e que pertenceria à freguesia de Santa Maria dos Murtinhos.
Do património desta capela, existem duas imagens: São Paio, o Patrono, escultura antiga em pedra policromada; e São Sebastião, escultura em pedra de Ançã.
«O lugar da freguesia que eventualmente possa representar continuidade com povoado mais antigo será o da Quinta de São Paio onde, no século passado, se descobriu (e se destruiu), sem recolha nem peritagem alguma, uma estância que remonta, no mínimo, ao período romano.»
António Martins Cacela, Porto de Mós e seu termo, 1977, p. 161
sexta-feira, 26 de julho de 2024
Do pouco, Jesus faz muito
28 de julho de 2024 | 17.º Domingo do Tempo Comum
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Durante alguns domingos, vamos interromper a leitura do Evangelho de São Marcos para escutar o sexto capítulo do Evangelho de São João. Inicia-se com o relato da multiplicação dos pães e dos peixes (deste domingo) para continuar depois com toda a catequese do «Pão da Vida».
Já neste sinal se dá a entender a dimensão eucarística: Jesus que dá graças e distribui... e do pouco se faz muito. Da partilha, doze cestos de sobra. Mas um outro alimento irá saciar bem mais: Jesus é o Pão que sacia de verdade a fome que cada um sente no mais íntimo de si mesmo.
Realce para a atitude do rapazito, com os seus cinco pães e dois peixes: pode parecer tão pouco para toda aquela gente... Mas Jesus do pouco faz o muito: «Quando damos amor, amizade, um pouco do nosso tempo ou simplesmente um sorriso, quando procuramos respeitar o outro, sem o julgar, quando fazemos um caminho de perdão… Jesus serve-Se desse pequeno pouco para construir connosco, pacientemente, dia após dia, o seu Reino.»
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Durante alguns domingos, vamos interromper a leitura do Evangelho de São Marcos para escutar o sexto capítulo do Evangelho de São João. Inicia-se com o relato da multiplicação dos pães e dos peixes (deste domingo) para continuar depois com toda a catequese do «Pão da Vida».
Já neste sinal se dá a entender a dimensão eucarística: Jesus que dá graças e distribui... e do pouco se faz muito. Da partilha, doze cestos de sobra. Mas um outro alimento irá saciar bem mais: Jesus é o Pão que sacia de verdade a fome que cada um sente no mais íntimo de si mesmo.
Realce para a atitude do rapazito, com os seus cinco pães e dois peixes: pode parecer tão pouco para toda aquela gente... Mas Jesus do pouco faz o muito: «Quando damos amor, amizade, um pouco do nosso tempo ou simplesmente um sorriso, quando procuramos respeitar o outro, sem o julgar, quando fazemos um caminho de perdão… Jesus serve-Se desse pequeno pouco para construir connosco, pacientemente, dia após dia, o seu Reino.»
sexta-feira, 19 de julho de 2024
Parar para dar sentido ao (bem) que se faz
21 de julho de 2024 | 16.º Domingo do Tempo Comum
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Aos doze que voltam da sua missão de anúncio, de cura e libertação, que contam entusiasmados tudo o que, em nome de Jesus, tinham feito, Jesus convida-os para um tempo novo: «vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». E o texto do Evangelho explica porquê: «havia tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer».
Jesus sabe da necessidade de não se perderem no ativismo; é preciso fundamentar a ação a partir do essencial. Não é um tempo de «férias», mas quase como que um «retiro»: estar num lugar isolado na companhia de Jesus. É desse encontro, desse estar com Ele, que resulta uma ação missionária consistente. Não apenas fazer, mas «fazer bem o bem que se faz». Agir a partir do coração de Jesus: por isso a necessidade de estar com Ele para conhecer o seu coração, e amar e agir no mundo com o seu coração.
A multidão, no entanto, não deixa de procurar Jesus... Ao desembarcar e ver toda aquela gente, Jesus «compadeceu-Se». Esta compaixão vem de sentir que são como «ovelhas sem pastor»: não têm um rumo assumido, um sentido para a vida, andam perdidos, desorientados... Por isso, Jesus ensina-lhes «muitas coisas». De facto, a mais fundamental das ações que a comunidade cristã é convidada a ter é precisamente esta que de se «compadecer», e de anunciar a Palavra que oriente e dê sentido.
Quanto sofrimento não existe pela «desorientação» na vida, pelo seguimento de falsos «pastores», por querer ter sempre razão e se fechar à Palavra de Deus? Deixar-se guiar por Jesus, «retirar-se com Ele», para encontrar o Caminho a seguir e a anunciar. Ser cristão passa por este equilíbrio entre o «descanso» em Jesus, e o «trabalho» de O dar a conhecer como Pastor que vale a pena seguir.
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Aos doze que voltam da sua missão de anúncio, de cura e libertação, que contam entusiasmados tudo o que, em nome de Jesus, tinham feito, Jesus convida-os para um tempo novo: «vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». E o texto do Evangelho explica porquê: «havia tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer».
Jesus sabe da necessidade de não se perderem no ativismo; é preciso fundamentar a ação a partir do essencial. Não é um tempo de «férias», mas quase como que um «retiro»: estar num lugar isolado na companhia de Jesus. É desse encontro, desse estar com Ele, que resulta uma ação missionária consistente. Não apenas fazer, mas «fazer bem o bem que se faz». Agir a partir do coração de Jesus: por isso a necessidade de estar com Ele para conhecer o seu coração, e amar e agir no mundo com o seu coração.
A multidão, no entanto, não deixa de procurar Jesus... Ao desembarcar e ver toda aquela gente, Jesus «compadeceu-Se». Esta compaixão vem de sentir que são como «ovelhas sem pastor»: não têm um rumo assumido, um sentido para a vida, andam perdidos, desorientados... Por isso, Jesus ensina-lhes «muitas coisas». De facto, a mais fundamental das ações que a comunidade cristã é convidada a ter é precisamente esta que de se «compadecer», e de anunciar a Palavra que oriente e dê sentido.
Quanto sofrimento não existe pela «desorientação» na vida, pelo seguimento de falsos «pastores», por querer ter sempre razão e se fechar à Palavra de Deus? Deixar-se guiar por Jesus, «retirar-se com Ele», para encontrar o Caminho a seguir e a anunciar. Ser cristão passa por este equilíbrio entre o «descanso» em Jesus, e o «trabalho» de O dar a conhecer como Pastor que vale a pena seguir.
quarta-feira, 10 de julho de 2024
Chamados e enviados
14 de julho de 2021 | 15.º Domingo do Tempo Comum
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O chamamento dos Apóstolos está ligado ao seu envio: são companheiros de Jesus, não para ficarem abrigados perto dele, mas para serem enviados, para irem como suas testemunhas.
E envia-os dois a dois. Sem dúvida porque, na altura, um testemunho só era reconhecido como autêntico se levado por duas testemunhas. Mas, mais profundamente, porque Jesus veio para colocar os homens em comunhão, em relação. Deus criou a humanidade para ser à sua imagem e semelhança. Como “Deus é Amor”, os homens serão imagens de Deus na medida em que construírem juntos relações de amor fraterno.
Mas os homens recusam muitas vezes esta fraternidade. Jesus veio precisamente para acabar com a divisão: Ele reconcilia os homens com Deus e os homens entre si. Por isso Jesus envia os Apóstolos dois a dois: para que sejam, a partir do seu próprio comportamento, pela sua vida, testemunhas desta obra de reconciliação. Esta continua a ser a missão dos discípulos, a missão da Igreja.
A missão dos Apóstolos é, portanto, a de lutar contra o mal que divide e que corrompe. Por isso, Jesus dá conselhos de pobreza àqueles que envia: encher-se de riquezas materiais é arriscar cair na armadilha do egoísmo, é entrar no círculo infernal da vontade de poder, da inveja. Conselho sempre válido para todos os batizados cuja missão é serem testemunhas da Boa Nova no coração do mundo.
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O chamamento dos Apóstolos está ligado ao seu envio: são companheiros de Jesus, não para ficarem abrigados perto dele, mas para serem enviados, para irem como suas testemunhas.
E envia-os dois a dois. Sem dúvida porque, na altura, um testemunho só era reconhecido como autêntico se levado por duas testemunhas. Mas, mais profundamente, porque Jesus veio para colocar os homens em comunhão, em relação. Deus criou a humanidade para ser à sua imagem e semelhança. Como “Deus é Amor”, os homens serão imagens de Deus na medida em que construírem juntos relações de amor fraterno.
Mas os homens recusam muitas vezes esta fraternidade. Jesus veio precisamente para acabar com a divisão: Ele reconcilia os homens com Deus e os homens entre si. Por isso Jesus envia os Apóstolos dois a dois: para que sejam, a partir do seu próprio comportamento, pela sua vida, testemunhas desta obra de reconciliação. Esta continua a ser a missão dos discípulos, a missão da Igreja.
A missão dos Apóstolos é, portanto, a de lutar contra o mal que divide e que corrompe. Por isso, Jesus dá conselhos de pobreza àqueles que envia: encher-se de riquezas materiais é arriscar cair na armadilha do egoísmo, é entrar no círculo infernal da vontade de poder, da inveja. Conselho sempre válido para todos os batizados cuja missão é serem testemunhas da Boa Nova no coração do mundo.
sexta-feira, 5 de julho de 2024
A distância de uma (in)certa proximidade
7 de julho de 2024 | 14.º Domingo do Tempo Comum
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Aqueles que estiveram mais próximos de Jesus, que o conheciam desde pequeno, ficam impressionados pelas palavras e milagres que Ele faz, mas continuam fechados nos seus conhecimentos prévios do «carpinteiro, filho de Maria», e não têm capacidade para se abrir à novidade do Messias. Pensavam conhecer Jesus, mas de verdade só tinham um conhecimento «externo»; pensavam-se próximos, mas estavam distantes; sabiam dizer todos os seus laços familiares, mas não a sua verdadeira identidade e missão… A proximidade tornou-se distância, como tantas vezes acontece nas relações que não sabem alimentar a sua dinâmica permanente, e os conhecidos se tornam desconhecidos…
Para quem nasce num ambiente que, com demasiada facilidade, se diz cristão, sem muitas vezes o ser, em que tanto se diz (ou pensa que se diz) Jesus, sem que isso signifique conhecê-lo e com Ele se encontrar de verdade, este texto do Evangelho faz-nos entrar na verdade da nossa relação com Ele: seremos também «conterrâneos» de Jesus que cresceram por perto dele sem nunca deixar que Ele nos revelasse a sua verdadeira identidade? A sua palavra tem ainda capacidade para nos impressionar? Terá Ele espaço para nos curar?
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Aqueles que estiveram mais próximos de Jesus, que o conheciam desde pequeno, ficam impressionados pelas palavras e milagres que Ele faz, mas continuam fechados nos seus conhecimentos prévios do «carpinteiro, filho de Maria», e não têm capacidade para se abrir à novidade do Messias. Pensavam conhecer Jesus, mas de verdade só tinham um conhecimento «externo»; pensavam-se próximos, mas estavam distantes; sabiam dizer todos os seus laços familiares, mas não a sua verdadeira identidade e missão… A proximidade tornou-se distância, como tantas vezes acontece nas relações que não sabem alimentar a sua dinâmica permanente, e os conhecidos se tornam desconhecidos…
Para quem nasce num ambiente que, com demasiada facilidade, se diz cristão, sem muitas vezes o ser, em que tanto se diz (ou pensa que se diz) Jesus, sem que isso signifique conhecê-lo e com Ele se encontrar de verdade, este texto do Evangelho faz-nos entrar na verdade da nossa relação com Ele: seremos também «conterrâneos» de Jesus que cresceram por perto dele sem nunca deixar que Ele nos revelasse a sua verdadeira identidade? A sua palavra tem ainda capacidade para nos impressionar? Terá Ele espaço para nos curar?
sexta-feira, 28 de junho de 2024
Eu te ordeno: Levanta-te
30 de junho de 2024 | 13.º Domingo do Tempo Comum
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A fé, e a vida nova que nasce da fé, está no centro de toda a narração do milagre da ressurreição da filha de Jairo. A fé do pai que busca a vida para a sua filha e que, mesmo não sendo dos discípulos de Jesus, acredita que Ele é a sua única fonte de esperança. A fé que, diante do anúncio da morte da menina, Jesus pede que não se perca: «Não temas; basta que tenhas fé». A fé que permite continuar o caminho até à casa de Jairo. A fé que resiste diante do riso de quem não acredita. A fé que restitui a vida e possibilita que a menina se erga e ponha a andar.
«A mensagem é clara, e pode resumir-se numa pergunta: acreditamos que Jesus nos pode curar e despertar da morte? Todo o Evangelho está escrito à luz desta fé: Jesus ressuscitou, venceu a morte, e por esta sua vitória também nós ressuscitaremos. Esta fé, que era certa para os primeiros cristãos, pode ofuscar-se e tornar-se incerta, a ponto que alguns confundem ressurreição com reencarnação. A Palavra de Deus deste domingo convida-nos a viver na certeza da ressurreição: Jesus é o Senhor, Jesus tem o poder sobre o mal e sobre a morte, e deseja levar-nos à casa do Pai, onde reina a vida. E ali todos nos encontraremos» (Papa Francisco, Angelus 28 de junho de 2015).
O relato termina com uma indicação muito concreta de Jesus, que «mandou dar de comer à menina». Uma conclusão que aponta para a necessidade constante de alimentar a fé. Não basta o momento do encontro com a vida; é preciso cuidar e alimentar a fé.
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A fé, e a vida nova que nasce da fé, está no centro de toda a narração do milagre da ressurreição da filha de Jairo. A fé do pai que busca a vida para a sua filha e que, mesmo não sendo dos discípulos de Jesus, acredita que Ele é a sua única fonte de esperança. A fé que, diante do anúncio da morte da menina, Jesus pede que não se perca: «Não temas; basta que tenhas fé». A fé que permite continuar o caminho até à casa de Jairo. A fé que resiste diante do riso de quem não acredita. A fé que restitui a vida e possibilita que a menina se erga e ponha a andar.
«A mensagem é clara, e pode resumir-se numa pergunta: acreditamos que Jesus nos pode curar e despertar da morte? Todo o Evangelho está escrito à luz desta fé: Jesus ressuscitou, venceu a morte, e por esta sua vitória também nós ressuscitaremos. Esta fé, que era certa para os primeiros cristãos, pode ofuscar-se e tornar-se incerta, a ponto que alguns confundem ressurreição com reencarnação. A Palavra de Deus deste domingo convida-nos a viver na certeza da ressurreição: Jesus é o Senhor, Jesus tem o poder sobre o mal e sobre a morte, e deseja levar-nos à casa do Pai, onde reina a vida. E ali todos nos encontraremos» (Papa Francisco, Angelus 28 de junho de 2015).
O relato termina com uma indicação muito concreta de Jesus, que «mandou dar de comer à menina». Uma conclusão que aponta para a necessidade constante de alimentar a fé. Não basta o momento do encontro com a vida; é preciso cuidar e alimentar a fé.
sexta-feira, 21 de junho de 2024
Quem é este homem?
23 de junho de 2024 | 12º Domingo do Tempo Comum
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O episódio da tempestade acalmada gira em torno de dois núcleos: o primeiro, centra-se em Jesus Cristo e no seu poder messiânico; o segundo, destaca a reação dos discípulos diante da tempestade e a forte repreensão de Jesus perante a falta de fé e confiança manifestada por eles.
A travessia foi da responsabilidade de Jesus: «Passemos à outra margem do lago», disse Ele aos discípulos. Desencadeada a tempestade, somos surpreendidos pelo evangelista que nos informa que Jesus vai a dormir à proa do barco. É um apontamento desconcertante, porque humanamente de difícil compreensão: como é que alguém pode ir a dormir, num barco a encher-se de água e prestes a afundar-se? De facto, o sono de Jesus não é fruto do cansaço de um dia cheio de trabalho nem da irresponsabilidade de quem não se importa com o destino daquela pobre barca. Pelo contrário, Ele mostra que é o Messias salvador ao levantar-se e falar com voz forte ao vento e ao mar, como se de seres humanos se tratasse: «Cala-te e está quieto».
Nas tempestades da vida e nas noites obscuras da existência humana, onde muitas vezes as forças do mal – aqui representadas no mar impetuoso e à primeira vista incontrolável – parecem levar a melhor, Aquele que parece estar a dormir e distante da sorte dos Seus, levanta-se e fala com voz forte, fazendo valer o Seu poder e concedendo aos que O rodeiam a paz e a serenidade de coração.
Da forma como nos é apresentado o texto, podemos depreender que, desde os primeiros sinais de tempestade, os discípulos enfrentam as ondas adversas com todas as forças e meios ao seu dispor. Muitos deles eram pescadores daquele lago, por isso conheciam bem as suas manhas e a forma de as levar de vencida. No entanto, daquela vez, as coisas estavam a tornar-se mais sérias. Por isso, resolveram acordar Jesus: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» Mais do que um pedido, estas palavras soam a repreenda e a chamada de atenção.
A reação de Jesus é também surpreendente. Em vez de lhes louvar a coragem e determinação na luta contra as ondas contrárias, repreende-os severamente pela sua pouca fé: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?» As palavras de Jesus “dizem” duas coisas muito importantes: em primeiro lugar, a Sua presença no barco deveria ter sido suficiente para que eles, diante das dificuldades, tivessem mantido a confiança e não permitissem que o medo se apoderasse deles; em segundo lugar, para Jesus, era de supor que, por tudo o que tinham já visto, ouvido e vivido com Ele, a sua fé já fosse mais forte e consistente do que era: «Ainda não tendes fé?»
Pe. José Augusto in Diocese de Leiria-Fátima
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O episódio da tempestade acalmada gira em torno de dois núcleos: o primeiro, centra-se em Jesus Cristo e no seu poder messiânico; o segundo, destaca a reação dos discípulos diante da tempestade e a forte repreensão de Jesus perante a falta de fé e confiança manifestada por eles.
A travessia foi da responsabilidade de Jesus: «Passemos à outra margem do lago», disse Ele aos discípulos. Desencadeada a tempestade, somos surpreendidos pelo evangelista que nos informa que Jesus vai a dormir à proa do barco. É um apontamento desconcertante, porque humanamente de difícil compreensão: como é que alguém pode ir a dormir, num barco a encher-se de água e prestes a afundar-se? De facto, o sono de Jesus não é fruto do cansaço de um dia cheio de trabalho nem da irresponsabilidade de quem não se importa com o destino daquela pobre barca. Pelo contrário, Ele mostra que é o Messias salvador ao levantar-se e falar com voz forte ao vento e ao mar, como se de seres humanos se tratasse: «Cala-te e está quieto».
Nas tempestades da vida e nas noites obscuras da existência humana, onde muitas vezes as forças do mal – aqui representadas no mar impetuoso e à primeira vista incontrolável – parecem levar a melhor, Aquele que parece estar a dormir e distante da sorte dos Seus, levanta-se e fala com voz forte, fazendo valer o Seu poder e concedendo aos que O rodeiam a paz e a serenidade de coração.
Da forma como nos é apresentado o texto, podemos depreender que, desde os primeiros sinais de tempestade, os discípulos enfrentam as ondas adversas com todas as forças e meios ao seu dispor. Muitos deles eram pescadores daquele lago, por isso conheciam bem as suas manhas e a forma de as levar de vencida. No entanto, daquela vez, as coisas estavam a tornar-se mais sérias. Por isso, resolveram acordar Jesus: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» Mais do que um pedido, estas palavras soam a repreenda e a chamada de atenção.
A reação de Jesus é também surpreendente. Em vez de lhes louvar a coragem e determinação na luta contra as ondas contrárias, repreende-os severamente pela sua pouca fé: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?» As palavras de Jesus “dizem” duas coisas muito importantes: em primeiro lugar, a Sua presença no barco deveria ter sido suficiente para que eles, diante das dificuldades, tivessem mantido a confiança e não permitissem que o medo se apoderasse deles; em segundo lugar, para Jesus, era de supor que, por tudo o que tinham já visto, ouvido e vivido com Ele, a sua fé já fosse mais forte e consistente do que era: «Ainda não tendes fé?»
Pe. José Augusto in Diocese de Leiria-Fátima
sexta-feira, 14 de junho de 2024
A desproporção de Deus
16 de junho de 2024 | 11.º Domingo do Tempo Comum
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Duas pequenas parábolas no texto do Evangelho deste Domingo que marcam a desproporção com que Deus troca as lógicas humanas: a primeira realça a desproporção entre a atividade do semeador que lança a semente e colhe o fruto, e o crescimento da semente em si, que em nada depende do esforço do agricultor. A segunda entre a pequenez da semente de mostarda e o resultado do arbusto que dela nasce...
Um convite à confiança na presença transformadora do Reino de Deus e na força do Palavra e do Espírito que, no silêncio e na pequenez, continua a sua ação transformadora.
Quantas vezes não desanimamos por querer ver depressa, em nós e nos outros, os frutos que tardam em aparecer?! Esperança, confiança e paciência. Nos factos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que atua na história e oferece aos homens caminhos de salvação e de vida plena.
Neste tempo de espera e esperança, não deixar de lançar a semente, e continuar a contemplar e confiar na ação do Espírito que age no coração e na vida. Com humildade, porque a semente é que tem em si mesma o gérmen da vida, e confiança, pois mesmo pequenos e frágeis, é a nossa humanidade que Deus confia a semente que, mesmo que pareça tão pequena, se pode transformar num grande arbusto.
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Duas pequenas parábolas no texto do Evangelho deste Domingo que marcam a desproporção com que Deus troca as lógicas humanas: a primeira realça a desproporção entre a atividade do semeador que lança a semente e colhe o fruto, e o crescimento da semente em si, que em nada depende do esforço do agricultor. A segunda entre a pequenez da semente de mostarda e o resultado do arbusto que dela nasce...
Um convite à confiança na presença transformadora do Reino de Deus e na força do Palavra e do Espírito que, no silêncio e na pequenez, continua a sua ação transformadora.
Quantas vezes não desanimamos por querer ver depressa, em nós e nos outros, os frutos que tardam em aparecer?! Esperança, confiança e paciência. Nos factos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que atua na história e oferece aos homens caminhos de salvação e de vida plena.
Neste tempo de espera e esperança, não deixar de lançar a semente, e continuar a contemplar e confiar na ação do Espírito que age no coração e na vida. Com humildade, porque a semente é que tem em si mesma o gérmen da vida, e confiança, pois mesmo pequenos e frágeis, é a nossa humanidade que Deus confia a semente que, mesmo que pareça tão pequena, se pode transformar num grande arbusto.
quinta-feira, 13 de junho de 2024
Professar a Fé é fazer parte da família de Jesus
No domingo, dia 9 de junho, os 18 adolescentes dos grupos do 6º catecismo da Paróquia da Calvaria viveram a significativa festa da Profissão Solene da Fé: a festa que marca uma adesão pessoal, mais consciente e livre, a Deus Pai, Filho e Espírito Santo, na Igreja, comunidade da qual receberam, pelo Batismo, o dom da fé e onde cresceram no encontro com Jesus ao longo destes 6 anos da catequese.
A celebração começou precisamente com cada um a acender a sua vela do Batismo, sinal da sua vontade de agora, por si mesmo, seguir o caminho iluminado por Cristo, recordando esse primeiro Sacramento pela aspersão com a água batismal. A partir da escuta da Palavra, reforçou-se a alegria de vivermos esta festa com todo este significado, num caminho constante de fé, de encontro e relação com Deus Pai Filho e Espírito Santo, um encontro verdadeiro que nos faz viver de verdade como "família" de Deus: «Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe», dizia Jesus no Evangelho desse dia.
Chegado o momento da Profissão de Fé, de novo de velas acesas, cada um pôde então proclamar o seu “Sim, creio!” Acreditar, entregando-se nas mãos de Deus, de um Deus que se faz alimento na Eucaristia. A terminar a celebração, de novo de velas acesas, o grupo foi convidado a sair para o exterior com essa vontade de levar a fé para a vida.
sexta-feira, 7 de junho de 2024
Em que "casa" (se de)morar?
9 de junho de 2024 | 10º Domingo do Tempo Comum
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Ainda o Evangelho de Marcos está a começar, e já vemos Jesus envolvido em várias polémicas... alguns até o acusavam de estar possesso de Belzebu. E depois, toda aquela gente à volta dele, que nem tempo há para comer... Alguma coisa se estava a passar: «Está fora de Si!», era o que comentavam, e faz a família procurá-l'O, ao ver toda aquela situação, talvez para O chamarem à razão e fazerem ver que estaria melhor na casa de Nazaré do que naquela outra casa que não era a sua!
A resposta de Jesus não é contra os seus parentes, mas o alargar da perspetiva. Há que abandonar uma "casa" e optar por outra: ousar entrar em "casa" de Jesus é aceitar aquele convite que, no Evangelho de João, Ele faz aos primeiros discípulos «Vinde e vereis»; depois, demorar-se lá a escutá-l'O, para ser ousado no seguimento. Optar pela "família" de Jesus é decidir-se a escutar a sério a voz de Deus e seguir o Filho, encarnando a palavra na vida, tal como Ele, a Palavra, encarnou e viveu na obediência ao Pai.
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Ainda o Evangelho de Marcos está a começar, e já vemos Jesus envolvido em várias polémicas... alguns até o acusavam de estar possesso de Belzebu. E depois, toda aquela gente à volta dele, que nem tempo há para comer... Alguma coisa se estava a passar: «Está fora de Si!», era o que comentavam, e faz a família procurá-l'O, ao ver toda aquela situação, talvez para O chamarem à razão e fazerem ver que estaria melhor na casa de Nazaré do que naquela outra casa que não era a sua!
A resposta de Jesus não é contra os seus parentes, mas o alargar da perspetiva. Há que abandonar uma "casa" e optar por outra: ousar entrar em "casa" de Jesus é aceitar aquele convite que, no Evangelho de João, Ele faz aos primeiros discípulos «Vinde e vereis»; depois, demorar-se lá a escutá-l'O, para ser ousado no seguimento. Optar pela "família" de Jesus é decidir-se a escutar a sério a voz de Deus e seguir o Filho, encarnando a palavra na vida, tal como Ele, a Palavra, encarnou e viveu na obediência ao Pai.
segunda-feira, 27 de maio de 2024
Paróquia da Calvaria no Jubileu das Vocações
No sábado 25 de maio, três casais que celebram os 25 anos de matrimónio, o André e a Lídia, o Eduardo e a Dora, a Cristina e o Alfredo, e o pároco, que celebra 25 anos de ordenação, participaram na celebração do Jubileu das Vocações em Fátima.
Crianças do 4º Catecismo celebram a Palavra na Vida
Nas celebrações da Solenidade da Santíssima Trindade, 25 e 26 de maio, os grupos do 4º Catecismo da Paróquia tiveram a Festa da Palavra. No sábado, as crianças do grupo de São Jorge e, no domingo, do grupo da Calvaria, levaram consigo a Bíblia para a Missa. Já tinham recebido o livro da Sagrada Escritura pouco antes do Natal, na Festa da Entrega da Bíblia. Na escuta da Palavra, encontramos um Deus que se faz próximo de nós e se dá a conhecer, e é a história deste Pai que tanto nos ama, que vem até nós no Filho que se fez um connosco, e que nos envia o Espírito Santo de Amor, que encontramos nas páginas destes livros sagrados que estão na Bíblia.
E Deus continua a dar-se a conhecer, e a sua Palavra continua a querer ressoar em nós. Por isso, cada criança levou também uma folhinha de "A Palavra de Deus na Minha Vida", uma dinâmica que o grupo do 4º Catecismo faz semanalmente, e que procura ajudar a compreender como a Palavra que escutam ou leem na Sagrada Escritura continua presente na sua vida de cada dia. Essas folhas continuam a ser sinal do Deus que se continua a fazer próximo e a falar a cada um de nós!
No final, pedimos a bênção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo para cada criança que, segurando a sua Bíblia, está a fazer este caminho de descoberta do Deus Amor.
O sábado foi feito para o homem
2 de junho de 2024 | 9.º Domingo do Tempo Comum
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Perante a instituição do sábado judaico, o texto do Evangelho deste domingo centra-nos numa afirmação e numa pergunta de Jesus: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado» (Mc 2,27-28); «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?» (Mc 3,4).
Sem retirar qualquer importância ao sábado, enquanto dia consagrado a Deus, Jesus redireciona-o de modo a voltar à sua intuição inicial: fazer dele o dia da relação com Deus que vem em auxílio de quem está em necessidade. O sábado está sempre ao serviço do homem, para fazer bem e salvar a vida. E se Jesus é o senhor do sábado, é para o recolocar ao serviço do homem e da salvação da vida.
É nesta lógica que o cristão é convidado a viver o novo dia do Senhor, o domingo. Diz-nos o Papa Francisco:
«Para nós, cristãos, o centro do dia do Senhor, o domingo, é a Eucaristia, que significa “ação de graças”. É o dia para dizer a Deus: Senhor, obrigado pela vida, pela sua misericórdia, por todos os teus dons. O domingo não é o dia para anular os outros dias, mas para os recordar, bendizer e fazer as pazes com a vida. Quantas pessoas têm muitas possibilidades de se divertir, e não estão em paz com a vida! O domingo é o dia para fazer as pazes com a vida, dizendo: a vida é preciosa; não é fácil, às vezes é dolorosa, mas é preciosa» (Audiência geral, 18 de setembro de 2018)
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Perante a instituição do sábado judaico, o texto do Evangelho deste domingo centra-nos numa afirmação e numa pergunta de Jesus: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado» (Mc 2,27-28); «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?» (Mc 3,4).
Sem retirar qualquer importância ao sábado, enquanto dia consagrado a Deus, Jesus redireciona-o de modo a voltar à sua intuição inicial: fazer dele o dia da relação com Deus que vem em auxílio de quem está em necessidade. O sábado está sempre ao serviço do homem, para fazer bem e salvar a vida. E se Jesus é o senhor do sábado, é para o recolocar ao serviço do homem e da salvação da vida.
É nesta lógica que o cristão é convidado a viver o novo dia do Senhor, o domingo. Diz-nos o Papa Francisco:
«Para nós, cristãos, o centro do dia do Senhor, o domingo, é a Eucaristia, que significa “ação de graças”. É o dia para dizer a Deus: Senhor, obrigado pela vida, pela sua misericórdia, por todos os teus dons. O domingo não é o dia para anular os outros dias, mas para os recordar, bendizer e fazer as pazes com a vida. Quantas pessoas têm muitas possibilidades de se divertir, e não estão em paz com a vida! O domingo é o dia para fazer as pazes com a vida, dizendo: a vida é preciosa; não é fácil, às vezes é dolorosa, mas é preciosa» (Audiência geral, 18 de setembro de 2018)
sexta-feira, 24 de maio de 2024
Sois um só Deus na trindade de uma só natureza
26 de maio de 2024 | Santíssima Trindade
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O Mistério da Trindade situa-nos no coração do Amor de Deus. Pode parecer uma afirmação de fé muito distante e difícil de compreender e, de facto, racionalmente, não é simples: como é que o único Deus, vivo e verdadeiro, é o mesmo no qual Jesus envia os discípulos a batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, no texto do Evangelho que escutamos neste Domingo...?
Mais do que raciocínios lógicos e matemáticos, somos convidados a contemplar (entrar dentro) do sentido profundo desta revelação que Deus faz de si mesmo em Jesus Cristo: Deus, na sua identidade, é Comunhão, Relação, Amor. Entrar dentro deste mistério é deixar-se abraçar pelo Amor que nos sonhou, que nos envolve, que nos salva, para se partilhar connosco eternamente.
Na liturgia deste Domingo, o prefácio levanta um pouco o véu de todo este mistério:
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Com o vosso Filho Unigénito e o Espírito Santo,
sois um só Deus, um só Senhor,
não na unidade de uma só pessoa,
mas na trindade de uma só natureza.
Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória,
nós o acreditamos também, sem diferença alguma,
do vosso Filho e do Espírito Santo.
Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade,
adoramos as três Pessoas distintas,
a sua essência única e a sua igual majestade.
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O Mistério da Trindade situa-nos no coração do Amor de Deus. Pode parecer uma afirmação de fé muito distante e difícil de compreender e, de facto, racionalmente, não é simples: como é que o único Deus, vivo e verdadeiro, é o mesmo no qual Jesus envia os discípulos a batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, no texto do Evangelho que escutamos neste Domingo...?
Mais do que raciocínios lógicos e matemáticos, somos convidados a contemplar (entrar dentro) do sentido profundo desta revelação que Deus faz de si mesmo em Jesus Cristo: Deus, na sua identidade, é Comunhão, Relação, Amor. Entrar dentro deste mistério é deixar-se abraçar pelo Amor que nos sonhou, que nos envolve, que nos salva, para se partilhar connosco eternamente.
Na liturgia deste Domingo, o prefácio levanta um pouco o véu de todo este mistério:
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Com o vosso Filho Unigénito e o Espírito Santo,
sois um só Deus, um só Senhor,
não na unidade de uma só pessoa,
mas na trindade de uma só natureza.
Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória,
nós o acreditamos também, sem diferença alguma,
do vosso Filho e do Espírito Santo.
Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade,
adoramos as três Pessoas distintas,
a sua essência única e a sua igual majestade.
sexta-feira, 17 de maio de 2024
O sopro e fogo de Deus que recria a humanidade
19 de maio de 2024 | Solenidade do Pentecostes
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Jesus sopra sobre os discípulos o seu Espírito, aquele que é capaz de os ajudar a serem testemunhas da Sua ressurreição, construtores da paz, portadores do perdão... O Pentecostes é a certeza d'Aquele que não se vê mas faz sentir a força da sua vida nos que acolhem o desafio de serem continuadores da ação do próprio Jesus Cristo: é o seu «sopro», o seu «hálito vital», é como que a vida de Cristo ressuscitado que é soprado sobre os discípulos. E este «sopro divino», à semelhança do primeiro sopro que dá vida ao homem formado da argila, que agora recria aqueles que ousam deixar-se habitar por Deus.
É este sopro que Lucas, nos Atos dos Apóstolos, apresenta como Aquele que se faz escutar como forte rajada de vento e, como que em línguas de fogo, desce sobre os discípulos e lhes dá uma vitalidade até ali desconhecida.
A vitalidade da Igreja, e a vitalidade de cada um de nós, vem deste «Senhor que dá a vida».
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Jesus sopra sobre os discípulos o seu Espírito, aquele que é capaz de os ajudar a serem testemunhas da Sua ressurreição, construtores da paz, portadores do perdão... O Pentecostes é a certeza d'Aquele que não se vê mas faz sentir a força da sua vida nos que acolhem o desafio de serem continuadores da ação do próprio Jesus Cristo: é o seu «sopro», o seu «hálito vital», é como que a vida de Cristo ressuscitado que é soprado sobre os discípulos. E este «sopro divino», à semelhança do primeiro sopro que dá vida ao homem formado da argila, que agora recria aqueles que ousam deixar-se habitar por Deus.
É este sopro que Lucas, nos Atos dos Apóstolos, apresenta como Aquele que se faz escutar como forte rajada de vento e, como que em línguas de fogo, desce sobre os discípulos e lhes dá uma vitalidade até ali desconhecida.
A vitalidade da Igreja, e a vitalidade de cada um de nós, vem deste «Senhor que dá a vida».
terça-feira, 14 de maio de 2024
Jesus subiu ao Céu, mas permanece sempre connosco, e faz-se alimento para nós
Na solenidade da Ascensão celebramos a certeza de que Jesus, que foi elevado para o reencontro pleno com o Pai, não deixa nunca de estar connosco. Mesmo antes de partir, diz-nos o evangelho de São Marcos, escutado neste domingo, Ele envia os seus discípulos para serem sinal dessa presença de amor e de esperança para o mundo. E para alimentar os discípulos que envia, Jesus, Ele mesmo, quis ficar presente no Pão e no Vinho da Eucaristia. Quanta criatividade e amor nesta presença de Jesus! Não O vemos da mesma maneira que as outras pessoas, mas sabemos que Ele está, "escondido", no Pão consagrado, e que Ele mesmo entra em nós para percorrer todo o nosso ser.
No dia em que as crianças do 3º catecismo da paróquia da Calvaria participaram plenamente na Eucaristia pela primeira vez, com a Comunhão Eucarística, o texto do Evangelho do domingo, dia 12 de maio, confirmou a caminhada das crianças que se prepararam para acolher Jesus em si, e despertou para o desejo de estar com Ele, e deixar que Ele em nós nos continue a enviar para sermos sinal do seu amor.
A celebração, que decorreu na missa dominical, às 11h, na igreja paroquial, reuniu as 24 crianças dos grupos da Calvaria e São Jorge e os seus familiares, com a Comunidade, e foi vivida em ambiente de festa e de alegria, na certeza de que Jesus não deixa nunca de estar connosco, e fica “tão perto de mim que até Lhe posso tocar”. A vida recebida no Batismo que, neste dia, quatro destas crianças celebraram, recordada por todos na data do lenço de cada criança, é alimentada de cada vez que recebemos Jesus na Comunhão. Por isso, cada um, pode dizer e cantar: “sou de Cristo, sou feliz”.
No dia em que as crianças do 3º catecismo da paróquia da Calvaria participaram plenamente na Eucaristia pela primeira vez, com a Comunhão Eucarística, o texto do Evangelho do domingo, dia 12 de maio, confirmou a caminhada das crianças que se prepararam para acolher Jesus em si, e despertou para o desejo de estar com Ele, e deixar que Ele em nós nos continue a enviar para sermos sinal do seu amor.
A celebração, que decorreu na missa dominical, às 11h, na igreja paroquial, reuniu as 24 crianças dos grupos da Calvaria e São Jorge e os seus familiares, com a Comunidade, e foi vivida em ambiente de festa e de alegria, na certeza de que Jesus não deixa nunca de estar connosco, e fica “tão perto de mim que até Lhe posso tocar”. A vida recebida no Batismo que, neste dia, quatro destas crianças celebraram, recordada por todos na data do lenço de cada criança, é alimentada de cada vez que recebemos Jesus na Comunhão. Por isso, cada um, pode dizer e cantar: “sou de Cristo, sou feliz”.
sexta-feira, 10 de maio de 2024
Ascensão: o início de um tempo novo
12 de maio de 2024 | Solenidade da Ascensão
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O Evangelho deste Domingo põe-nos diante de um último encontro de Cristo ressuscitado com o grupo dos Onze, no qual Ele os envia a anunciar o Evangelho, seguindo-se a sua ascensão e o início da atividade missionária dos discípulos.
É o início de um tempo novo: Jesus não está da mesma forma, mas está presente pela ação e testemunho dos discípulos que O tornam presente neste mundo. A comunidade dos crentes não pode deixar de anunciar a Vida recebida, e de a tornar presente pelo vencer das injustiças e opressões (o “expulsar dos demónios”), pela construção da paz e do entendimento entre os povos (o falar de “novas línguas”), pela esperança que levam a todos os que sofrem (a “cura” dos doentes). Jesus reentra na comunhão do Pai, mas continua a sua missão de construir o Reino de Deus através de todos os que optam por Ele e seguem os seus passos.
Como recorda o Sr. D. José Ornelas na Carta Pastoral para este triénio, a missão “é a razão de ser da Igreja. A Igreja não é um clube de boas pessoas, que se separa dos outros para se resguardar de maus contágios. Pelo contrário, ela abre as portas para que possa contagiar a sociedade com o fermento da vida, da libertação, da fraternidade do Evangelho”.
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O Evangelho deste Domingo põe-nos diante de um último encontro de Cristo ressuscitado com o grupo dos Onze, no qual Ele os envia a anunciar o Evangelho, seguindo-se a sua ascensão e o início da atividade missionária dos discípulos.
É o início de um tempo novo: Jesus não está da mesma forma, mas está presente pela ação e testemunho dos discípulos que O tornam presente neste mundo. A comunidade dos crentes não pode deixar de anunciar a Vida recebida, e de a tornar presente pelo vencer das injustiças e opressões (o “expulsar dos demónios”), pela construção da paz e do entendimento entre os povos (o falar de “novas línguas”), pela esperança que levam a todos os que sofrem (a “cura” dos doentes). Jesus reentra na comunhão do Pai, mas continua a sua missão de construir o Reino de Deus através de todos os que optam por Ele e seguem os seus passos.
Como recorda o Sr. D. José Ornelas na Carta Pastoral para este triénio, a missão “é a razão de ser da Igreja. A Igreja não é um clube de boas pessoas, que se separa dos outros para se resguardar de maus contágios. Pelo contrário, ela abre as portas para que possa contagiar a sociedade com o fermento da vida, da libertação, da fraternidade do Evangelho”.
sexta-feira, 3 de maio de 2024
Saber-se amado e escolhido por Deus
5 de maio de 2024 | 6.º Domingo da Páscoa
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Antes de nos voltarmos para Deus, já Ele nos escolheu: o amor de Deus por nós está antes de tudo, e acompanha toda a nossa vida. Sermos cristãos é sabermo-nos amados por Deus. Por isso, a nossa vida é também uma resposta de amor: amar como Jesus nos amou – é este o mandamento que Ele nos dá.
Ser testemunha de Cristo, deixar brilhar em nós a sua luz, viver a vida recebida no Batismo, é caminhar no amor, orientar a nossa vida pelo amor, dar frutos de amor. É este o caminho para a «alegria completa», a felicidade que buscamos, às vezes em caminhos tão distantes do amor, apesar de lhe darmos esse nome: só o «como» de Jesus é referência para perceber o que é ou não o verdadeiro amor.
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Antes de nos voltarmos para Deus, já Ele nos escolheu: o amor de Deus por nós está antes de tudo, e acompanha toda a nossa vida. Sermos cristãos é sabermo-nos amados por Deus. Por isso, a nossa vida é também uma resposta de amor: amar como Jesus nos amou – é este o mandamento que Ele nos dá.
Ser testemunha de Cristo, deixar brilhar em nós a sua luz, viver a vida recebida no Batismo, é caminhar no amor, orientar a nossa vida pelo amor, dar frutos de amor. É este o caminho para a «alegria completa», a felicidade que buscamos, às vezes em caminhos tão distantes do amor, apesar de lhe darmos esse nome: só o «como» de Jesus é referência para perceber o que é ou não o verdadeiro amor.
sexta-feira, 26 de abril de 2024
Permanecer: uma relação que dá fruto
28 de abril de 2024 | 5.º Domingo da Páscoa
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Se no Antigo Testamento o símbolo da videira era usado para falar de um povo (que nem sempre correspondeu com o fruto esperado), agora Jesus usa-o para falar de si mesmo: ele é aquele que cumpre em si mesmo tudo o que o Senhor da Vinha pode esperar da sua vinha. Em Jesus encontramos plenamente realizada a «obediência» à vontade do Pai, aquele que tornou a sua vida o lugar donde brota o «vinho novo» da nova aliança no seu sangue derramado na cruz…
Permanecer unido a Ele é a forma de também nós, os discípulos, ramos que não têm vida em si mesmo, mas que necessitam constantemente da seiva que de Jesus no vem, podemos dar fruto: acolher, partilhar, perdoar, respeitar, ser humilde, verdadeiro, justo e solidário, construir a paz, servir o bem comum, amar...
Permanecer unido. Não apenas uma relação esporádica ou momentânea, mas com a constância de quem se deixa mesmo podar para que o fruto seja cada vez melhor. A oração, a relação íntima e profunda com Ele, é o que mantém viva e vivificante esta relação.
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Se no Antigo Testamento o símbolo da videira era usado para falar de um povo (que nem sempre correspondeu com o fruto esperado), agora Jesus usa-o para falar de si mesmo: ele é aquele que cumpre em si mesmo tudo o que o Senhor da Vinha pode esperar da sua vinha. Em Jesus encontramos plenamente realizada a «obediência» à vontade do Pai, aquele que tornou a sua vida o lugar donde brota o «vinho novo» da nova aliança no seu sangue derramado na cruz…
Permanecer unido a Ele é a forma de também nós, os discípulos, ramos que não têm vida em si mesmo, mas que necessitam constantemente da seiva que de Jesus no vem, podemos dar fruto: acolher, partilhar, perdoar, respeitar, ser humilde, verdadeiro, justo e solidário, construir a paz, servir o bem comum, amar...
Permanecer unido. Não apenas uma relação esporádica ou momentânea, mas com a constância de quem se deixa mesmo podar para que o fruto seja cada vez melhor. A oração, a relação íntima e profunda com Ele, é o que mantém viva e vivificante esta relação.
terça-feira, 23 de abril de 2024
Um passo em frente rumo às unidades pastorais
O tema da evangelização e da conversão pastoral, com a implementação das Unidades Pastorais na Diocese, congregou cerca de sessenta representantes das paróquias da vigararia da Batalha, na tarde do domingo, dia 21 de abril, na paróquia das Pedreiras, na Assembleia Vicarial com a presença do Bispo D. José Ornelas Carvalho.
A Assembleia teve início pelas 15h30 na igreja paroquial, com um momento de oração, invocando o Espírito Santo, pedindo que este processo de discernimento seja vivido na busca da voz e dos desafios que Ele nos coloca e chama a acolher no contexto da Igreja e do mundo atual. Para rezar e introduzir os trabalhos que se seguiam, escutámos juntos a imagem do corpo, usada por São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. A Assembleia continuou, depois, no salão paroquial da Pedreiras, com uma breve apresentação sobre as Unidades Pastorais e o lançamento do trabalho dos grupos que refletiram sobre quatro questões.
O que sentimos que Deus nos está a pedir?
No plenário, cada grupo teve oportunidade de expressar as suas conclusões. À primeira pergunta, sobre o que sentimos que Deus nos está a pedir no que diz respeito à missão de evangelizar, celebrar a fé e exercer a caridade, as respostas foram no sentido de que nos está a ser pedido que façamos um discernimento da realidade à luz da fé. Em conjunto, em espírito sinodal, escutando-nos uns aos outros, e uns e outros escutando a voz do Espírito, acolher o desafio de sermos comunidades que acolhem, vivem, celebram e testemunham o Evangelho. Voltar ao essencial, à fonte. Sermos uma Igreja próxima, acolhedora, humilde, que escuta a todos, uma Igreja que serve e vive o mandamento do amor, de cristãos comprometidos e empenhados, na diversidade de ministérios e de serviços que se apoiam uns aos outros. Um caminho que se funda na oração, no diálogo e na formação.
Primeiros passos para a implementação das Unidades Pastorais
A segunda questão debruçava-se sobre os primeiros passos para poder concretizar a implementação das Unidades pastorais. Os vários grupos partilharam que é necessário fazer um caminho de reflexão e de trabalho em conjunto, entre as paróquias (promover a diversificação de equipas de leigos interparoquiais ou vicariais), procurar promover a formação dos leigos, e o seu envolvimento nos processos de reflexão e de decisão, e a criação de equipas que possam dar sugestões práticas para que se possam tomar decisões. Neste processo, é importante dar a todos a oportunidade de participar e dar o seu contributo, escutando a todos, e de modo particular os jovens.
Com que paróquias formar as Unidades Pastorais?
Quanto à questão prática, da criação de Unidades Pastorais na zona da vigararia da Batalha, os grupos, apesar de não terem uma resposta plenamente unânime, e de se poderem pensar outras alternativas que possam mesmo passar para além dos atuais limites geográficos da vigararia da Batalha, tenderam para uma possibilidade de formar duas UP: uma constituída pelas paróquias do Reguengo do Fetal, Batalha e Calvaria; outra formada com as paróquias das Pedreiras, Juncal e Aljubarrota.
Dificuldades e oportunidades
Na última questão, os grupos refletiram sobre a abertura das comunidades à proposta das Unidades Pastorais, as dificuldades e oportunidades que se pressentiam em todo o processo da sua implementação. As respostas foram no sentido de que há abertura por parte das comunidades para fazer este caminho de reconversão pastoral e da criação das Unidades Pastorais. Poderá não ser fácil em alguns momentos, devemos contar com as naturais resistências à mudança, além da crítica, e da falta de empenhamento. Mas traz a oportunidade de envolver as comunidades, e mesmo os jovens, em todo o processo, de promover a abertura ao Espírito e à oração em comum para o discernimento do caminho a seguir, assim como a possibilidade de um maior intercâmbio e interajuda entre paróquias. Salientaram ainda como uma oportunidade para promover a formação dos leigos, a diversificação dos ministérios e serviços na comunidade, percebendo novos caminhos e campos de ação.
O que Deus nos pede? Qual a nossa missão?
No final da partilha, D. José Ornelas salientou a importância destes momentos para tomar consciência da realidade que estamos a viver e de, em conjunto, em espírito sinodal, discernir a resposta que o Espírito nos convida a dar. A Igreja tem sempre necessidade de voltar às suas fontes, para poder continuar a encontrar a vitalidade que a faça sempre renovar.
A escuta é essencial. Escutar o Espírito, escutar a todos, escutarmo-nos uns aos outros, num caminho de diálogo verdadeiro, que nos ajude a responder a duas questões: O que Deus nos pede? Qual a nossa missão? Sem precipitações, investido na formação ao longo do caminho, levando o tempo que for necessário, envolvendo a todos, padres e leigos, para que cada um possa assumir a sua missão de construir a Igreja, e encontrando forma de chegar junto dos jovens e de os envolver no caminho de discernimento e decisão.
A Assembleia concluiu com um tempo de convívio e lanche para todos os presentes.
A Assembleia teve início pelas 15h30 na igreja paroquial, com um momento de oração, invocando o Espírito Santo, pedindo que este processo de discernimento seja vivido na busca da voz e dos desafios que Ele nos coloca e chama a acolher no contexto da Igreja e do mundo atual. Para rezar e introduzir os trabalhos que se seguiam, escutámos juntos a imagem do corpo, usada por São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. A Assembleia continuou, depois, no salão paroquial da Pedreiras, com uma breve apresentação sobre as Unidades Pastorais e o lançamento do trabalho dos grupos que refletiram sobre quatro questões.
O que sentimos que Deus nos está a pedir?
No plenário, cada grupo teve oportunidade de expressar as suas conclusões. À primeira pergunta, sobre o que sentimos que Deus nos está a pedir no que diz respeito à missão de evangelizar, celebrar a fé e exercer a caridade, as respostas foram no sentido de que nos está a ser pedido que façamos um discernimento da realidade à luz da fé. Em conjunto, em espírito sinodal, escutando-nos uns aos outros, e uns e outros escutando a voz do Espírito, acolher o desafio de sermos comunidades que acolhem, vivem, celebram e testemunham o Evangelho. Voltar ao essencial, à fonte. Sermos uma Igreja próxima, acolhedora, humilde, que escuta a todos, uma Igreja que serve e vive o mandamento do amor, de cristãos comprometidos e empenhados, na diversidade de ministérios e de serviços que se apoiam uns aos outros. Um caminho que se funda na oração, no diálogo e na formação.
Primeiros passos para a implementação das Unidades Pastorais
A segunda questão debruçava-se sobre os primeiros passos para poder concretizar a implementação das Unidades pastorais. Os vários grupos partilharam que é necessário fazer um caminho de reflexão e de trabalho em conjunto, entre as paróquias (promover a diversificação de equipas de leigos interparoquiais ou vicariais), procurar promover a formação dos leigos, e o seu envolvimento nos processos de reflexão e de decisão, e a criação de equipas que possam dar sugestões práticas para que se possam tomar decisões. Neste processo, é importante dar a todos a oportunidade de participar e dar o seu contributo, escutando a todos, e de modo particular os jovens.
Com que paróquias formar as Unidades Pastorais?
Quanto à questão prática, da criação de Unidades Pastorais na zona da vigararia da Batalha, os grupos, apesar de não terem uma resposta plenamente unânime, e de se poderem pensar outras alternativas que possam mesmo passar para além dos atuais limites geográficos da vigararia da Batalha, tenderam para uma possibilidade de formar duas UP: uma constituída pelas paróquias do Reguengo do Fetal, Batalha e Calvaria; outra formada com as paróquias das Pedreiras, Juncal e Aljubarrota.
Dificuldades e oportunidades
Na última questão, os grupos refletiram sobre a abertura das comunidades à proposta das Unidades Pastorais, as dificuldades e oportunidades que se pressentiam em todo o processo da sua implementação. As respostas foram no sentido de que há abertura por parte das comunidades para fazer este caminho de reconversão pastoral e da criação das Unidades Pastorais. Poderá não ser fácil em alguns momentos, devemos contar com as naturais resistências à mudança, além da crítica, e da falta de empenhamento. Mas traz a oportunidade de envolver as comunidades, e mesmo os jovens, em todo o processo, de promover a abertura ao Espírito e à oração em comum para o discernimento do caminho a seguir, assim como a possibilidade de um maior intercâmbio e interajuda entre paróquias. Salientaram ainda como uma oportunidade para promover a formação dos leigos, a diversificação dos ministérios e serviços na comunidade, percebendo novos caminhos e campos de ação.
O que Deus nos pede? Qual a nossa missão?
No final da partilha, D. José Ornelas salientou a importância destes momentos para tomar consciência da realidade que estamos a viver e de, em conjunto, em espírito sinodal, discernir a resposta que o Espírito nos convida a dar. A Igreja tem sempre necessidade de voltar às suas fontes, para poder continuar a encontrar a vitalidade que a faça sempre renovar.
A escuta é essencial. Escutar o Espírito, escutar a todos, escutarmo-nos uns aos outros, num caminho de diálogo verdadeiro, que nos ajude a responder a duas questões: O que Deus nos pede? Qual a nossa missão? Sem precipitações, investido na formação ao longo do caminho, levando o tempo que for necessário, envolvendo a todos, padres e leigos, para que cada um possa assumir a sua missão de construir a Igreja, e encontrando forma de chegar junto dos jovens e de os envolver no caminho de discernimento e decisão.
A Assembleia concluiu com um tempo de convívio e lanche para todos os presentes.
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