Programa da Paróquia

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Permanecer: uma relação que dá fruto

28 de abril de 2024 | 5.º Domingo da Páscoa
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Se no Antigo Testamento o símbolo da videira era usado para falar de um povo (que nem sempre correspondeu com o fruto esperado), agora Jesus usa-o para falar de si mesmo: ele é aquele que cumpre em si mesmo tudo o que o Senhor da Vinha pode esperar da sua vinha. Em Jesus encontramos plenamente realizada a «obediência» à vontade do Pai, aquele que tornou a sua vida o lugar donde brota o «vinho novo» da nova aliança no seu sangue derramado na cruz…

Permanecer unido a Ele é a forma de também nós, os discípulos, ramos que não têm vida em si mesmo, mas que necessitam constantemente da seiva que de Jesus no vem, podemos dar fruto: acolher, partilhar, perdoar, respeitar, ser humilde, verdadeiro, justo e solidário, construir a paz, servir o bem comum, amar...

Permanecer unido. Não apenas uma relação esporádica ou momentânea, mas com a constância de quem se deixa mesmo podar para que o fruto seja cada vez melhor. A oração, a relação íntima e profunda com Ele, é o que mantém viva e vivificante esta relação.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Um passo em frente rumo às unidades pastorais

O tema da evangelização e da conversão pastoral, com a implementação das Unidades Pastorais na Diocese, congregou cerca de sessenta representantes das paróquias da vigararia da Batalha, na tarde do domingo, dia 21 de abril, na paróquia das Pedreiras, na Assembleia Vicarial com a presença do Bispo D. José Ornelas Carvalho.
A Assembleia teve início pelas 15h30 na igreja paroquial, com um momento de oração, invocando o Espírito Santo, pedindo que este processo de discernimento seja vivido na busca da voz e dos desafios que Ele nos coloca e chama a acolher no contexto da Igreja e do mundo atual. Para rezar e introduzir os trabalhos que se seguiam, escutámos juntos a imagem do corpo, usada por São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. A Assembleia continuou, depois, no salão paroquial da Pedreiras, com uma breve apresentação sobre as Unidades Pastorais e o lançamento do trabalho dos grupos que refletiram sobre quatro questões.

O que sentimos que Deus nos está a pedir?
No plenário, cada grupo teve oportunidade de expressar as suas conclusões. À primeira pergunta, sobre o que sentimos que Deus nos está a pedir no que diz respeito à missão de evangelizar, celebrar a fé e exercer a caridade, as respostas foram no sentido de que nos está a ser pedido que façamos um discernimento da realidade à luz da fé. Em conjunto, em espírito sinodal, escutando-nos uns aos outros, e uns e outros escutando a voz do Espírito, acolher o desafio de sermos comunidades que acolhem, vivem, celebram e testemunham o Evangelho. Voltar ao essencial, à fonte. Sermos uma Igreja próxima, acolhedora, humilde, que escuta a todos, uma Igreja que serve e vive o mandamento do amor, de cristãos comprometidos e empenhados, na diversidade de ministérios e de serviços que se apoiam uns aos outros. Um caminho que se funda na oração, no diálogo e na formação.

Primeiros passos para a implementação das Unidades Pastorais
A segunda questão debruçava-se sobre os primeiros passos para poder concretizar a implementação das Unidades pastorais. Os vários grupos partilharam que é necessário fazer um caminho de reflexão e de trabalho em conjunto, entre as paróquias (promover a diversificação de equipas de leigos interparoquiais ou vicariais), procurar promover a formação dos leigos, e o seu envolvimento nos processos de reflexão e de decisão, e a criação de equipas que possam dar sugestões práticas para que se possam tomar decisões. Neste processo, é importante dar a todos a oportunidade de participar e dar o seu contributo, escutando a todos, e de modo particular os jovens.

Com que paróquias formar as Unidades Pastorais?
Quanto à questão prática, da criação de Unidades Pastorais na zona da vigararia da Batalha, os grupos, apesar de não terem uma resposta plenamente unânime, e de se poderem pensar outras alternativas que possam mesmo passar para além dos atuais limites geográficos da vigararia da Batalha, tenderam para uma possibilidade de formar duas UP: uma constituída pelas paróquias do Reguengo do Fetal, Batalha e Calvaria; outra formada com as paróquias das Pedreiras, Juncal e Aljubarrota.

Dificuldades e oportunidades
Na última questão, os grupos refletiram sobre a abertura das comunidades à proposta das Unidades Pastorais, as dificuldades e oportunidades que se pressentiam em todo o processo da sua implementação. As respostas foram no sentido de que há abertura por parte das comunidades para fazer este caminho de reconversão pastoral e da criação das Unidades Pastorais. Poderá não ser fácil em alguns momentos, devemos contar com as naturais resistências à mudança, além da crítica, e da falta de empenhamento. Mas traz a oportunidade de envolver as comunidades, e mesmo os jovens, em todo o processo, de promover a abertura ao Espírito e à oração em comum para o discernimento do caminho a seguir, assim como a possibilidade de um maior intercâmbio e interajuda entre paróquias. Salientaram ainda como uma oportunidade para promover a formação dos leigos, a diversificação dos ministérios e serviços na comunidade, percebendo novos caminhos e campos de ação.
 
O que Deus nos pede? Qual a nossa missão?
No final da partilha, D. José Ornelas salientou a importância destes momentos para tomar consciência da realidade que estamos a viver e de, em conjunto, em espírito sinodal, discernir a resposta que o Espírito nos convida a dar. A Igreja tem sempre necessidade de voltar às suas fontes, para poder continuar a encontrar a vitalidade que a faça sempre renovar.

A escuta é essencial. Escutar o Espírito, escutar a todos, escutarmo-nos uns aos outros, num caminho de diálogo verdadeiro, que nos ajude a responder a duas questões: O que Deus nos pede? Qual a nossa missão? Sem precipitações, investido na formação ao longo do caminho, levando o tempo que for necessário, envolvendo a todos, padres e leigos, para que cada um possa assumir a sua missão de construir a Igreja, e encontrando forma de chegar junto dos jovens e de os envolver no caminho de discernimento e decisão.

A Assembleia concluiu com um tempo de convívio e lanche para todos os presentes.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Relação, confiança, seguimento

21 de abril de 2024 | 4.º Domingo da Páscoa
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O que distingue o mercenário do pastor é a relação que eles têm com as suas ovelhas. Para o pastor, cada ovelha é única aos seus olhos, e cada uma delas reconhece o seu pastor. Ele está pronto a tudo para que as suas ovelhas vivam, indo mesmo ao ponto de arriscar a sua própria vida. Ele cuida até das que não são do seu rebanho. O mercenário, pelo contrário, importa-se mais com o seu próprio lucro do que com o bem das ovelhas.

Jesus, que se compara ao bom pastor, vive esta relação como reflexo da sua relação com o Pai: “conheço as minhas ovelhas... do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai”. Quer levar para a humanidade a própria relação e comunhão Trinitária.

O pastor só tem sentido se ligado a um rebanho. Assim é Jesus: Ele “conhece as suas ovelhas e as suas ovelhas conhecem-no”. Elas “contam verdadeiramente para ele”. Ele ama as ovelhas e cuida delas. Vigia-as. Condu-las a boas pastagens, dando-lhes o bom alimento da Palavra de Deus. Ele vai ao ponto de dar a sua vida pelas suas ovelhas. E porque se sentem assim cuidadas, seguem. O seguimento vem da confiança, e a confiança da relação.

Neste domingo em que os cristãos são convidados a rezar pelas vocações, que a sua oração seja dirigida, em primeiro lugar, para o único Pastor, Jesus Cristo. Depois, que se peça para que Ele dê à sua Igreja pastores que procurem conhecer cada vez melhor a humanidade, amá-la, e que tenham o cuidado de sair ao encontro dos que estão mais distantes. E que a todos ajude a viver a vocação no serviço aos irmãos.

terça-feira, 16 de abril de 2024

Assembleia vicarial a 21 de abril

No domingo dia 21 de abril, a Assembleia Vicarial, nas Pedreiras, com início às 15h30, com o Sr. Bispo, D. José Ornelas Carvalho, tem como objetivo começar a preparar a “conversão pastoral” prevista para a nossa Diocese, através da criação de «Unidades Pastorais».

Nele haverá a possibilidade de aprofundar o sentido desta reorganização da Diocese, e o modo prático para a concretizar. Terá um tempo de apresentação, seguido de trabalhos de grupos, plenário e a palavra do Sr. Bispo, estando previsto que termine pelas 18h30, com um lanche.

A presença e partilha de cada um, de quem conhece e sente as comunidades, com as suas características próprias, redes sociais e humanas, é fundamental para ajudar a decidir os melhores caminhos neste processo de reestruturação da Diocese e, concretamente da zona geográfica das paróquias da vigararia da Batalha.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Tocar e ver o Corpo de Cristo ressuscitado

14 de abril de 2024 | 3º Domingo da Páscoa
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A surpresa da manhã de Páscoa é envolvida por um misto de sentimentos. Ao anúncio das mulheres, juntara-se o de Simão e, agora, o dos discípulos de Emaús. Na comunidade afirmava-se já que “realmente o Senhor ressuscitou” (Lc 24, 34). Mas quando Jesus se apresenta no meio deles, o Evangelho fala-nos de espanto e de medo, de alegria e admiração, de julgarem “ver um espírito”… O caminho da fé dos primeiros discípulos é percorrido por esta complexidade. Pela dúvida e pela alegria dessa tão grande novidade que parece quase impossível de nela acreditar!

É neste ambiente que São Lucas insere todos os elementos sensíveis que nos lançam para uma experiência “palpável” da presença do Ressuscitado. Não é um “fantasma”, fruto da ilusão ou imaginação, mas o mesmo Jesus que tinha percorrido com eles os caminhos da Palestina, com as marcas da crucifixão, que pode ser visto e tocado na realidade nova do seu corpo ressuscitado. Continuidade e descontinuidade unidas no corpo glorioso de Cristo.

Ao comentar este texto, diz-nos o Papa Francisco: «A insistência de Jesus sobre a realidade da sua Ressurreição ilumina a perspetiva cristã sobre o corpo: o corpo não é um obstáculo, nem uma prisão da alma. O corpo é criado por Deus, e o homem só é completo em união de corpo e alma. Jesus, que venceu a morte e ressuscitou em corpo e alma, faz-nos entender que devemos ter uma ideia positiva do nosso corpo. Ele pode tornar-se ocasião ou instrumento de pecado; contudo, o pecado não é provocado pelo corpo, mas pela nossa debilidade moral. O corpo é um dom maravilhoso de Deus, destinado, em união com a alma, a manifestar plenamente a imagem e a semelhança d’Ele. Portanto, somos chamados a ter grande respeito e cuidado do nosso corpo e do corpo dos outros» (Angelus, 15 de abril de 2018).

Por fim, o texto sugere-nos que é no encontro com o Ressuscitado, com Ele no centro da comunidade cristã, que se compreendem as Escrituras: é no seu Espírito que se entra de verdade no sentido da Palavra, e se acolhe a missão de ser testemunha.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

O desafio da fé no Ressuscitado

7 de abril de 2024 | 2.º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia
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O acreditar, a fé, é sempre um confiar-se para além do que se toca e vê. Para lá das provas cientificamente comprováveis, um lançar-se com a razão, o afeto e a vontade, nos braços do Mistério onde apenas por dentro se compreende o sentido, e dá sentido...

Tomé é tão vizinho do homem moderno, que quer tocar para acreditar. Ele teve a ousadia de não se fechar nas dúvidas, mas de se abrir à resposta no lugar onde as poderia encontrar: oito dias depois, na comunidade crente, é capaz então de ver, de «tocar» de uma outra forma, a presença viva de Jesus.

E Jesus faz-se realmente presente, «oito dias depois», quando, no ritmo dominical, a Igreja se volta a reunir para, no testemunho da unidade, no perdão pedido e assumido, na Palavra escutada e atualizada na vida, no Pão consagrado e partilhado, se celebra o Mistério desta mesma Presença constante do amor de Jesus que não cessa de nos dar a paz e de soprar sobre nós o mesmo Espírito de Amor que inflamou os discípulos desde a primeira hora.

quinta-feira, 28 de março de 2024

«Não tenhas medo! Ressuscitou! Espera por ti na Galileia...»

31 de março de 2024 | Domingo de Páscoa da Ressurreição
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As mulheres esperavam encontrar o cadáver para o ungir; em vez disso, encontraram um túmulo vazio. Foram chorar um morto; em vez disso, escutaram um anúncio de vida: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou». E depois este convite: «Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá O vereis». Acolhamos, também nós, este convite, o convite de Páscoa: vamos para a Galileia, onde nos precede o Senhor Ressuscitado. Mas, que significa «ir para a Galileia»?

Ir para a Galileia significa, antes de mais nada, recomeçar. Para os discípulos, é voltar ao lugar onde inicialmente o Senhor os procurou e chamou para O seguirem. É o lugar do primeiro encontro e o lugar do primeiro amor.

Aqui está o primeiro anúncio de Páscoa que gostava de vos deixar: é possível recomeçar sempre, porque sempre há uma vida nova que Deus é capaz, independentemente de todos os nossos falimentos, de fazer reiniciar em nós. Deus pode construir uma obra de arte inclusive a partir dos escombros do nosso coração; inclusive a partir dos pedaços arruinados da nossa humanidade, Deus prepara uma história nova. Ele sempre nos precede: na cruz do sofrimento, da desolação e da morte, bem como na glória duma vida que ressurge, duma história que muda, duma esperança que renasce.

Ir para a Galileia significa, em segundo lugar, percorrer caminhos novos. É mover-se na direção oposta ao túmulo. Ir para a Galileia significa aprender que a fé, para estar viva, deve continuar a caminhar. Deve reavivar cada dia o princípio do caminho, a maravilha do primeiro encontro. E depois confiar, sem a presunção de já saber tudo, mas com a humildade de quem se deixa surpreender pelos caminhos de Deus. Vamos para a Galileia descobrir que Deus não pode ser arrumado entre as recordações da infância, mas está vivo, sempre surpreende.

Aqui está o segundo anúncio de Páscoa: a fé não é um repertório do passado, Jesus não é um personagem ultrapassado. Ele está vivo, aqui e agora. Caminha contigo todos os dias, na situação que estás a viver, na provação que estás a atravessar, nos sonhos que trazes dentro de ti.

Ir para a Galileia significa, além disso, ir aos confins. Porque a Galileia é o lugar mais distante. É o lugar da vida diária, são os caminhos que percorremos todos os dias. Na Galileia, aprendemos que é possível encontrar o Ressuscitado no rosto dos irmãos, no entusiasmo de quem sonha e na resignação de quem está desanimado, nos sorrisos de quem exulta e nas lágrimas de quem sofre, sobretudo nos pobres e em quem é marginalizado. Ficaremos maravilhados ao ver como a grandeza de Deus se revela na pequenez, como a sua beleza resplandece nos simples e nos pobres.

E assim temos o terceiro anúncio de Páscoa: Jesus, o Ressuscitado, ama-nos sem fronteiras e visita todas as situações da nossa vida. Ele plantou a sua presença no coração do mundo e convida-nos também a nós a superar as barreiras, vencer os preconceitos, aproximar-nos de quem está ao nosso lado dia a dia, para redescobrir a graça da quotidianidade.

Irmã, irmão, se nesta noite tens no coração uma hora escura, um dia que ainda não raiou, uma luz sepultada, um sonho despedaçado, coragem! Abre o coração maravilhado ao anúncio da Páscoa: «Não tenhas medo, ressuscitou! Espera-te na Galileia». Os teus anseios serão realizados, as tuas lágrimas serão enxugadas, os teus medos serão vencidos pela esperança. Porque – sabes? – o Senhor sempre te precede, caminha sempre à tua frente. E, com Ele, a vida sempre recomeça.

Papa Francisco, 3 de abril de 2021, excertos. Homilia completa AQUI

terça-feira, 26 de março de 2024

Recolha da renúncia quaresmal

Quinta-feira Santa, dia 28 de março, na celebração da Ceia do Senhor, às 20h, na igreja paroquial, irá ser recolhido o resultado da renúncia quaresmal. Aquilo que, ao longo da Quaresma, cada um conseguiu poupar (o resultado do seu "jejum" e "abstinência") para partilhar, será recolhido para entregar à Diocese que o irá encaminhar em parte para a Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima, para o apoio às famílias necessitadas da Diocese, e em parte para enviar para a Igreja da Palestina para a ajuda às vítimas da guerra. Quem desejar entregar a sua renúncia numa outra ocasião, poderá fazê-lo diretamente no cartório paroquial ou deixando-o num outro peditório num envelope com a indicação do fim a que se destina.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Celebração dos Ramos no Início da Semana Santa

A Semana Santa, que prepara e introduz na celebração da Páscoa, começa com o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor: «este dia, a Igreja recorda a entrada de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o seu mistério pascal». O Evangelho faz-nos percorrer todo o caminho de Jesus, e com Jesus, desde a Ceia até à morte e sepultura: a sua Paixão, ou seja, a sua entrega por amor e até ao fim, suportando todo o sofrimento da cruz.

Ao longo desta Semana, vivemos também o tríduo pascal: na Quinta-feira Santa, a Ceia do Senhor, que é também a celebração da instituição da Eucaristia e dos sacerdotes que a ela presidem na assembleia cristã, e do mandamento do amor, expresso no gesto do lava-pés; a Sexta-feira Santa faz-nos percorrer o caminho da Cruz de Jesus, da sua condenação, morte e sepultura; o Sábado mergulha-nos no silêncio, para celebrarmos a vitória da Vida sobre a morte, da Graça de Deus sobre o pecado: a Vigília Pascal é o romper desta nova Luz, que nos faz também a nós participar da vida de Deus pelas águas do Batismo. É esta a surpresa da manhã de Páscoa: Cristo está vivo, ressuscitou! Nele, toda a vida se renova e é preenchida pela luz da esperança.

«Pai, glorifica o teu nome»

No sábado 16 de março, as crianças do 2.º ano da paróquia da Calvaria viveram a Festa do Pai Nosso, na qual receberam a oração que Jesus ensinou aos discípulos. O tempo entre o Natal e a Páscoa é, para o grupo do 2.º catecismo, o tempo para aprofundar o conhecimento desta que é a grande oração dos cristãos, com a qual rezamos ao Pai com as mesmas palavras do Filho, Jesus.

Pelo Batismo, somos de verdade filhos do Pai do Céu, e podemos viver sempre com essa confiança do amor do Pai, como Jesus que glorifica o nome do Pai e se entrega a Ele totalmente, como grão de trigo lançado à terra, para dar muito fruto.

Por isso, receberam dos seus pais a oração do Pai Nosso enquanto eram convidados a rezá-la todos os dias, e a aprenderem a viver sempre com a confiança de serem filhos de Deus, procurando viver como irmãos de todos.

sexta-feira, 22 de março de 2024

Deixar-se surpreender pelo amor do Crucificado

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, 24 de março de 2024
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Ao contemplar a cruz, neste domingo de Ramos, diz-nos o Papa Francisco: 

«Isto surpreende: ver o Omnipotente reduzido a nada; vê-Lo, a Ele Palavra que sabe tudo, ensinar-nos em silêncio na cátedra da cruz; ver o Rei dos reis que, por trono, tem um patíbulo; ver o Deus do universo despojado de tudo; vê-Lo coroado de espinhos em vez de glória; vê-Lo, a Ele bondade em pessoa, ser insultado e vexado. Porquê toda esta humilhação? Por que permitistes, Senhor, que Vos fizessem tudo aquilo?

Fê-lo por nós, para tocar até ao fundo a nossa realidade humana, para atravessar toda a nossa existência, todo o nosso mal; para Se aproximar de nós e não nos deixar sozinhos no sofrimento e na morte; para nos recuperar, para nos salvar. Jesus sobe à cruz para descer ao nosso sofrimento. Prova os nossos piores estados de ânimo: o falimento, a rejeição geral, a traição do amigo e até o abandono de Deus. Experimenta na sua carne as nossas contradições mais dilacerantes e, assim, as redime e transforma. O seu amor aproxima-se das nossas fragilidades, chega até onde mais nos envergonhamos. Agora sabemos que não estamos sozinhos! Deus está connosco em cada ferida, em cada susto: nenhum mal, nenhum pecado tem a última palavra. Deus vence, mas a palma da vitória passa pelo madeiro da cruz. Por isso, os ramos e a cruz estão juntos.

Peçamos a graça do assombro. A vida cristã, sem surpresa, torna-se cinzenta. Como se pode testemunhar a alegria de ter encontrado Jesus, se não nos deixamos surpreender cada dia pelo seu amor espantoso, que nos perdoa e faz recomeçar? (…)

Nesta Semana Santa, ergamos o olhar para a cruz a fim de recebermos a graça do assombro. (…) Recomecemos do espanto; olhemos o Crucificado e digamos-Lhe: «Senhor, quanto me amais! Como sou precioso a vossos olhos!» Deixemo-nos surpreender por Jesus para voltar a viver, porque a grandeza da vida não está na riqueza nem no sucesso, mas na descoberta de que somos amados. Esta é a grandeza da vida: descobrir que somos amados. A grandeza da vida está precisamente na beleza do amor. No Crucificado, vemos Deus humilhado, o Omnipotente reduzido a um descartado. E, com a graça do assombro, compreendemos que, acolhendo quem é descartado, aproximando-nos de quem é humilhado pela vida, amamos Jesus, porque Ele está nos últimos, nos rejeitados, naqueles que a nossa cultura farisaica condena.

O Evangelho de hoje, imediatamente depois da morte de Jesus, mostra-nos o ícone mais belo da surpresa. É a cena do centurião, que, «ao vê-Lo expirar daquela maneira, disse: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”» (Mc 15, 39). Deixou-se surpreender pelo amor. De que maneira vira Jesus morrer? Viu-O morrer amando, e isto maravilhou-o. Sofria, estava exausto, mas continuava a amar. Eis aqui a surpresa diante de Deus, que sabe encher de amor o próprio morrer. Neste amor gratuito e inaudito, o centurião, um pagão, encontra Deus. (…) Deus revelou-Se e reina só com a força desarmada e desarmante do amor.

(…) Deixemos que nos impregne este assombro, olhemos para o Crucificado e digamos também nós: "Vós sois verdadeiramente Filho de Deus. Vós sois o meu Deus".»

Papa Francisco, homilia 28 de março de 2021 (texto completo em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2021/documents/papa-francesco_20210328_omelia-palme.html)

sexta-feira, 15 de março de 2024

Programa da Semana Santa e Visita Pascal

Programa da Semana Santa

SÁBADO DE RAMOS, 23 de março
17h00: Confissões, em São Jorge
18h00: Via Sacra, no Campo de São Jorge
19h00: Bênção dos Ramos e Missa, em São Jorge

DOMINGO DE RAMOS, 24 de março
11h00: Bênção dos Ramos e Missa, na igreja paroquial

SEGUNDA-FEIRA, 25 de março
14h30: Confissões, e Missa no Lar de Santa Marta
19h30: Missa, na igreja paroquial

TERÇA-FEIRA, 26 de março
14h30: Confissões e Missa, no Centro de Dia – Casa do Povo

QUARTA-FEIRA, 27 de março
19h30: Missa, no Casal do Relvas
21h00: Via Sacra com os grupos da Adolescência

QUINTA-FEIRA SANTA, 28 de março
11h00: Missa Crismal, na Sé de Leiria
20h00: Missa Vespertina da Ceia do Senhor
21h00: Adoração Eucarística

SEXTA-FEIRA SANTA, 29 de março
11h30: Confissões, na igreja paroquial
15h00: Via Sacra Paroquial, com início no Senhor dos Aflitos (Escola)
Seguida de Celebração da Paixão do Senhor

SÁBADO SANTO, 30 de março
21h30: Vigília Pascal, na igreja paroquial

DOMINGO DE PÁSCOA, 31 de março
09h30: Missa, em São Jorge
11h00: Missa, na igreja paroquial


Programa da Visita Pascal

DOMINGO DE PÁSCOA, 31 de março
09h30: Missa em São Jorge
11h00: Missa na Calvaria
12h00: Visita Pascal: Calvaria Cima
14h30: Visita Pascal: Calvaria Cima e de Baixo

SEGUNDA-FEIRA DE PÁSCOA, 1 de abril
16h00: Missa na Igreja dos Casais de Matos
16h30: Visita Pascal: Casais de Matos

SEXTA-FEIRA DE PÁSCOA, 5 de abril
18h00: Visita Pascal: Est. da Calvaria e Chão da Feira

SÁBADO DA PÁSCOA, 6 de abril
10h30: Visita Pascal: Carqueijal e Cabeceiras
15h00: Visita Pascal: Casal do Relvas
19h00: Missa vespertina em São Jorge

DOMINGO DE PASCOELA, 7 de abril
11h00: Missa na igreja Paroquial
12h00: Visita Pascal: Casais de Além (parte)
14h30: Visita Pascal: São Jorge
14h30: Visita Pascal: Casais de Além, Quinta de São Paio e Casal Ruivo

Peregrinação Diocesana a Fátima

17 de março de 2024
Cada peregrino é convidado a escrever a data do seu Batismo numa faixa que estará no Santuário

No próximo domingo, dia 17 de março, a diocese de Leiria-Fátima terá a sua 91ª Peregrinação Diocesana a Fátima.

Na madrugada desse dia, às 4 horas, irá sair um grupo a pé da Paróquia da Calvaria, da Casa da Catequese, em São Jorge. Quem desejar, poderá juntar-se ao grupo para fazer a Peregrinação em conjunto.

PROGRAMA DA PEREGRINAÇÃO DIOCESANA A FÁTIMA
8h00-9h30 – Confissões: na Capela da Reconciliação (parte inferior da basílica da Santíssima Trindade)
9h00-9h30 – Inscrição do nome e data de batismo na faixa de abertura da Procissão, em frente à Basílica da Santíssima Trindade
9h30 – Celebração de Acolhimento dos peregrinos diocesanos em frente à Basílica
09h45 – Caminhada como Povo de Deus em direção à Capelinha
10h00 – Saudação a Nossa Senhora e oração do Rosário (programa oficial do Santuário)
11h00 – Procissão e celebração da Eucaristia (no altar do recinto)
13h00 – Almoço convívio nos parques próximos do Centro Pastoral Paulo VI
14h30 – Festa diocesana no Anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI

«Nós queríamos ver Jesus»

17 de março de 2024 | 5.º Domingo da Quaresma
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"Queremos ver Jesus"... Em resposta ao pedido dos Gregos, Jesus anuncia a sua próxima "glorificação", isto é, a sua morte. Estranha associação esta, da morte com a glória! Mas Jesus explica: "Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto".

Sabemos que, na realidade, o grão enterrado na terra sofre uma profunda transformação. O seu invólucro exterior deve rebentar e acabar por desaparecer para que o germe, até então escondido, possa crescer e produzir novos grãos. Na morte de Jesus acontece a "explosão" da Ressurreição. Os discípulos reconhecem em Jesus a presença imediata de Deus. Então, Ele será glorificado.

A "glória" é o "peso", no sentido de "densidade", de um ser. A verdadeira glória, a verdadeira densidade do ser de Jesus, é que a sua humanidade é o lugar da incarnação do Filho eterno do Pai. Porque estamos ainda no tempo da germinação secreta, não vemos ainda esta glória do Senhor. Mas acolhendo o testemunho dos apóstolos que "comeram e beberam com Ele depois da sua ressurreição de entre os mortos", podemos deixar-nos atrair por Jesus, acolher e ver "já" pela fé o seu mistério de glória, e testemunhar assim, no coração do mundo, que Ele, o Filho do homem, é verdadeiramente o Filho de Deus, vencedor da morte.

sexta-feira, 8 de março de 2024

24 horas para o Senhor 2024

PROGRAMA DAS "24 HORAS PARA O SENHOR" NA CALVARIA
Das 18h30 de sexta-feira, 8 de março, às 18h30 de sábado, 9 de março

Durante todo o tempo: 
- Adoração ao Santíssimo
- Confissões (todo o tempo exceto das 21h30 às 23h e das 00h às 9h)

Sexta-feira, 8 de março:
18:30 - Confissões
19:00 - Missa e Exposição Santíssimo
19:30 - Grupos Adolescência  de São Jorge
20:30 - 8º ano Catequese (Calvaria)
21:30 - 9º e 10º ano da Catequese e Jovens

Sábado, 9 de março:
00:00 - 09:00 - Adoração noturna
09:00 - Confissões | Recolha do Santíssimo
10:00 - Missa e Exposição Santíssimo
10:30 - 7º ano da Catequese (Calvaria)
11:30 - 2º ano da Catequese (Calvaria grupo 1)
12:15 - Idosos e doentes | Conferência São Vicente de Paulo
13:00 - Oração Mariana
14:00 - 1º ano da Catequese (Calvaria e São Jorge)
14:30 - 2º ano da Catequese (Calvaria grupo 2 e São Jorge)
15:00 - 3º ano da Catequese (Calvaria e São Jorge)
15:45 - 4º ano da Catequese (Calvaria e São Jorge)
16:30 - 5º ano da Catequese (Calvaria)
17:15 - 6º ano da Catequese (Calvaria e São Jorge)
18:30 - Bênção do Santíssimo

Jesus alimenta-nos de vida eterna

10 de março de 2024 | 4º Domingo da Quaresma
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Depois da sua saída do Egipto, o povo de Deus sabe que o seu Deus é um Deus libertador. Toda a história do povo eleito é a história de uma aliança entre um libertador e um povo libertado. E Jesus vem ao mundo não para o julgar mas para o salvar. Deus toma então, sempre, a iniciativa do encontro, mas o homem tem que fazer a sua parte... Outrora, para conhecer o país onde corria leite e mel, foi preciso que os hebreus deixassem o Egipto, terra da escravidão, e atravessassem o mar Vermelho, depois o deserto, lugar de provação. Para serem salvos da mordedura da serpente venenosa, foi preciso que erguessem os olhos para a serpente de bronze. Jesus será também elevado, e os homens são convidados a erguer os olhos para O olhar, O escutar, seguir o seu exemplo, acolher a sua paz e a sua vida.

É este mesmo Jesus, em quem nos inserimos pelo Batismo, que continua "elevado" para nós na Eucaristia. Jesus que continua presente "não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele". A Eucaristia é a atualização constante deste amor que salva, que se oferece, que é dom para que a vida seja já plena, tocada pela eternidade de Deus.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Escutar e acolher a vida e palavra de Jesus, "templo" do Pai

3 de março de 2024 | 3.º Domingo da Quaresma
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Jesus entra no Templo de Jerusalém e, num gesto profético, "purifica" a "casa do Pai". Mas a sua atitude é mais do que a expulsão dos vendedores e cambistas de um lugar santo: Ele vem mudar a maneira de encontrar Deus seu Pai.

Até aqui bastava ir ao templo fazer ofertas e sacrifícios. A partir de Jesus é preciso escutar a sua mensagem de amor, Ele que é o Enviado do Pai, e acolher a vida oferecida nos seus gestos de salvação, sinais da bondade de Jesus para com os homens. Mesmo que se procure destruir o verdadeiro templo de Deus entre os homens, o seu próprio Filho, Ele levantar-se-á. E quando tiver desaparecido aos olhos dos homens, é a sua Igreja que será o novo templo, porque Deus vem morar no meio dos homens.

Se os seus discípulos se recordam das palavras e dos gestos de Jesus, é para fazer memória da fidelidade de Deus. É com os olhos da fé que reconheceram, nos sinais realizados por Jesus, a ação de Deus. E se hoje podemos fazer memória da morte e da ressurreição de Cristo, tal acontece graças a todos estes testemunhas que acreditaram e contaram o que tinham visto e ouvido.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A palavra de Jesus ilumina a vida

25 de fevereiro de 2024 | 2.º Domingo da Quaresma
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“Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias”. Dito de outro modo: instalemo-nos, fiquemos aqui para sempre, estamos tão bem a contemplar a tua glória!

Como seria tão bom se nós tivéssemos podido guardar Jesus glorioso no meio de nós! Ele manifestaria desde já a sua vitória sobre todas as forças do mal e sobre a própria morte. Ele curaria todas as doenças, Ele estabeleceria a justiça, Ele apaziguaria todas as tempestades, Ele suprimiria todas as violências. Jesus estaria sempre ao nosso serviço, à nossa disposição! Seria verdadeiramente o paraíso!

Mas Jesus não se deixou apanhar na armadilha: “olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles”. Foi necessário retomar o caminho quotidiano. Será preciso que atravessem a noite do Gólgota, depois os seus próprios sofrimentos e a sua própria morte. Jesus não veio tirar-nos da nossa condição humana com uma varinha mágica. Ele vem juntar-se a nós nos nossos caminhos pedregosos, dando-nos o seu Espírito para que nos tornemos capazes de O escutar, no mais íntimo de nós mesmos. Então a sua Palavra pode enraizar-se cada vez mais profundamente em nós, como uma semente de vida. Não a percebemos sempre, mas ela rebentará na plenitude da luz, na Ressurreição com Jesus.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Jesus convida-nos a viver uma vida melhor

18 de fevereiro de 2024 | 1.º Domingo da Quaresma
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A Quaresma, tempo de penitência, de sacrifícios de toda a espécie, de resistência às tentações, à imitação de Jesus no deserto, pode parecer-nos um tempo não muito entusiasmante... Porém, na breve passagem do texto que escutamos este domingo, S. Marcos fala duas vezes do “Evangelho”, ou seja, de uma Boa Nova. E uma Boa Nova dilata o coração, traz alegria! Então, porque não falar de alegria durante a Quaresma? Será que isso desvirtua o seu sentido?

O anúncio de Jesus vem com um convite à conversão. Mas conversão não quer dizer simplesmente parar de cometer pecados. A verdadeira conversão é, antes de mais, “acreditar na Boa Nova”. E a Boa Nova é a manifestação do verdadeiro rosto de Deus em Jesus: um Pai no qual só há amor, porque Ele é Amor em estado puro, a fonte absoluta do Amor. Às vezes, a primeira tentação, a mais terrível, consiste em transpor para Deus as nossas maneiras de amar, de compreender a justiça ou o poder... Mas não é Deus que é à nossa imagem, nós é que somos para ser à sua imagem... A verdadeira conversão consiste então em mudar as nossas conceções de Deus para acolher um Pai que nunca pára de nos amar, e que quando recusamos o seu amor, só tem um desejo: manifestar-nos ainda mais o seu amor, até nos dar o seu Filho, para que, enfim, nós nos deixemos amar. E aí está a alegria!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Em Cristo, o reencontro da dignidade humana

11 de fevereiro de 2024 | 6.º Domingo do tempo Comum
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A maldição que atingia os leprosos era total: mortos vivos, excluídos dos lugares habitados, proibidos do Templo e da sinagoga, impuros aos olhos dos homens mas, sobretudo, considerados impuros também aos olhos de Deus... Um deles quebra os interditos e aproxima-se de Jesus que, perturbado até às entranhas, ousa um gesto impensável: estende a mão e toca o infeliz, tornando-se Ele mesmo, imediatamente, impuro. Passa-se, então, algo de extraordinário. Realiza-se a palavra do salmista: “Senhor, viste o mal e o sofrimento, toma-os na tua mão”. Jesus toma nas suas mãos o mal e o sofrimento deste homem. Tira-o da sua lepra, liberta-o da sua exclusão, de toda a impureza. O leproso pode reencontrar a companhia dos outros e de Deus. Mas então, é Jesus que “não podia entrar abertamente numa cidade. Era obrigado a evitar os lugares habitados”: era Ele que tinha agora de se proteger da multidão. É como se Jesus tivesse tomado o lugar do leproso.

Jesus toma sobre Ele as nossas faltas e os nossos sofrimentos, Ele toma o nosso lugar para absorver na sua pessoa e no amor do Pai todas as nossas misérias. E, ao mesmo tempo, encontramos toda a nossa dignidade de homens e de mulheres livres, de pé, capazes de entrar de novo em relação uns com os outros e, sobretudo, de nos aproximarmos de novo de Deus, sem qualquer medo.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

99.º Aniversário da Paróquia

Assim viveu Jesus, assim nos ensina a viver

4 de fevereiro de 2024 | 5.º Domingo do Tempo Comum
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São Marcos apresenta, de uma forma concisa, a atividade de Jesus. Começa na sinagoga, continua em casa de Pedro onde se aproxima, toma pela mão e levanta a sogra doente, ela que, recuperando da sua febre começa a servir. Depois, já são todos os que sofrem algum mal que estão à porta de Pedro, e toda a cidade ali presencia as curas de Jesus. E é no meio de toda esta agitação de gente e do irromper da vida, que se faz silêncio: Jesus retira-se para um sítio isolado para rezar... Os discípulos quase o acusam: com toda a gente à tua procura, porquê "perder tempo" assim?! Mas esse é o tempo do essencial, do encontro com o Pai, o tempo que dá sentido a todo o outro tempo gasto na atenção às necessidades de cada um, de se aproximar de quem sofre, de pegar pela mão e de levantar para uma vida nova aqueles que necessitam de um sentido para a vida...

Assim viveu Jesus, alimentando no encontro com o Pai, uma vida gasta na atenção às necessidades de cada um daqueles que com Ele se cruzaram pedido a cura. No encontro com o Pai encontrou a força para se doar plenamente. Assim viveu Jesus, fazendo o bem, sem medo de se aproximar de quem sofre, de meter mãos à obra, de levantar os caídos.

Assim nos ensina a viver Jesus, com esse mesmo olhar de quem sabe que mesmo que muitas doenças continuem insanáveis, nenhuma pessoa é incurável: que podemos levar a cada um o cuidado que o próprio Jesus manifesta, Ele que vem para curar a nossa humanidade daquela que é maior ferida, a ferida do pecado que nos afasta da Vida plena e eterna.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Conselho Económico tomou posse


O Conselho para os Assuntos Económicos da Paróquia da Calvaria tomou posse, para o triénio de 2024 a 2025, a 28 de janeiro, na celebração dominical, às 11h, na igreja paroquial da Calvaria. O Conselho é constituído por cinco elementos que, juntamente com o Pároco, têm a responsabilidade velar e cuidar dos bens e património da Paróquia, e coordenar toda a sua administração económica.

Os elementos que tomaram posse são o Alfredo Cardoso, a Elisabete Rodrigues, o Jorge Carreira e a Maria do Rosário Sapateiro e a Patrícia Félix. Na tomada de posse foi dada uma palavra de gratidão pela sua colaboração ao Carlos Lavrador, que terminaram a sua presença, um agradecimento ao Alfredo, à Elisabete, ao Jorge e à Rosário e que continuam do Conselho anterior para mais um triénio, e também à Patrícia, que é o novo elemento que aceitou o convite para este serviço de corresponsabilidade na Paróquia.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Celebração de Nossa Senhora da Guia nos Casais de Matos

 


Bênção das crianças e das mulheres grávidas


2 de fevereiro, sexta-feira, celebra-se a Festa da Apresentação de Jesus no Templo.

Conhecida como “Senhora das Candeias”, pela referência a Nossa Senhora e a bênção das velas no início - que recorda as palavras de Simeão, ao reconhecer em Jesus a “Luz das Nações” (Lc 2, 32) -, a celebração da Festa da Apresentação do Senhor começa no adro, com a preparação do andor, a partir das 19h30, com as flores trazidas pelas crianças e famílias.

Às 20h começa a missa, com a bênção das velas. A bênção das crianças e das mulheres grávidas será no interior da igreja, durante a celebração da Eucaristia. No final da missa, a Conferência São Vicente de Paulo terá filhoses para vender.

Uma autoridade que liberta

28 de janeiro de 2024 | 4.º Domingo do Tempo Comum
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O texto do Evangelho deste Domingo põe-nos diante da "autoridade" de Jesus, nas suas palavras e nas suas ações.

A palavra de Jesus tem a autoridade por ser proferida por Ele: não se trata de transmitir conteúdos teóricos, mas de dar a conhecer o próprio Mistério de Deus que apenas Ele, o Filho de Deus, pode de verdade dar a conhecer. Autoridade da palavra que é testemunho, e que se faz testemunho, pelas ações que acompanham a palavra. Autoridade que se revela no facto de ser pronunciada totalmente para o bem de quem a escuta, uma palavra que faz o bem, e que não busca o próprio interesse mas a libertação de quem a escuta.

A ação de Jesus é também reveladora desta autoridade ao libertar o homem do "espírito impuro": o espírito impuro de quem confessa a verdadeira fé («sei quem Tu és: o Santo de Deus»), mas que não quer ter nada a ver com Ele («Que tens Tu a ver connosco?»): este é o verdadeiro "espírito impuro", o "diabólico" (à letra, a palavra significa: o que separa) que existe no homem, que o faz viver "separado", quase esquizofrénico, entre o que se sabe, o que se crê e o que vive... É este espírito que Jesus tem a autoridade para revelar e expulsar. E com ele expulso, o homem encontra então plenamente a sua liberdade. Não sem dor, que a verdadeira liberdade custa: o homem é agitado violentamente e grita.

A palavra de Jesus não é "adoçada", mas verdadeiramente profética: revela o mal e enfrenta-o! A palavra de Jesus tem autoridade porque é libertadora das divisões interiores que o atormentam, tem autoridade porque é sacramental, torna presente e atuante a salvação de Deus.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Bênção dos Leitores no Domingo da Palavra


As celebrações do 3.º Domingo Comum, em São Jorge e na Calvaria, ficaram marcadas, este ano, pela bênção dos leitores habituais que fazem parte das Equipas de Liturgia. Sendo este o Domingo da Palavra de Deus, foi uma forma de reforçar a importância da Palavra nas celebrações, mas também na vida de cada cristão. De facto, como se recordou no início da bênção, «com as leituras, durante as celebrações, principalmente na Eucaristia, põe-se aos fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se-lhes os tesouros da Bíblia. O leitor, com a sua voz, mas também com todo o seu ser, é porta-voz da palavra de Deus».

Também por isso, se reforçou a necessidade dos leitores se prepararem bem para esta missão: «lembre-se o leitor da dignidade da palavra de Deus e da importância do seu serviço, e preste assídua atenção à maneira de dizer e pronunciar, de modo que a palavra de Deus seja percebida com toda a clareza por toda a comunidade que escuta. Ao anunciar a palavra divina aos outros, ele próprio a deve acolher com docilidade e meditá-la com zelo, para dela dar testemunho com o seu modo de viver».

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

O tempo de Deus no nosso tempo

21 de janeiro de 2024 | 3.º Domingo do Tempo Comum
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«Cumpriu-se o tempo», são as primeiras palavras que o evangelista Marcos mete na boca de Jesus. É o início da sua pregação, que é também o início deste tempo novo, o tempo em que o Reino começa a manifestar-se de uma forma explícita no mundo dos homens. Com Jesus, inaugura-se um tempo novo que, para ser acolhido, precisa de uma atitude livre e ativa: arrependimento, ou conversão; e acreditar no Evangelho.

Conversão, é o que de mais imediato se vê na atitude dos primeiros discípulos que Jesus chama: Simão e André, Tiago e João, deixam logo as redes, o barco e a família, e assumem uma nova vida. Conversão é esta vida assumida com uma lógica nova: a do seguimento de Jesus.

Acreditar no Evangelho, é o que possibilita esta atitude de conversão: encontrando em Jesus aquele que vale a pena seguir, aderem à sua Palavra, acolhem o desafio, fazem da Boa Nova a razão da sua vida.

Com eles começa a comunidade do Reino, daqueles que fazem o caminho da conversão à luz da fé. Por isso, também eles são já parte deste novo tempo de Deus. Com eles, todos são desafiados a transformar os tempos. Eles não eram «especiais»: eram pessoas normais como o é hoje cada um de nós. Teremos a capacidade de responder desta forma imediata e radical? Teremos tempo para o tempo de Deus em nós?

sábado, 13 de janeiro de 2024

Jubileus matrimoniais em dia de Epifania

Para a celebração da Solenidade da Epifania, na igreja paroquial da Calvaria, a 7 de janeiro de 2024, foi envolvida, como habitualmente, a Catequese que, neste dia, junta as crianças vestidas de pastores, faz-se o presépio vivo, e entram na igreja os «magos vindo do Oriente» para oferecer os seus presentes a Jesus. Acende-se a estrela no momento em que, ao escutar o Evangelho, os três jovens do último ano da Catequese, se aproximam da cabana onde está representada a Sagrada Família.

Para além do que é habitual neste dia, foram convidados também para a celebração os casais que, ao longo do ano de 2023, celebraram o seu jubileu matrimonial, de 25 e 50 anos de casamento. Foram cinco os casais presentes que assim se juntaram na comunidade para este dia de festa.

Tal como os «magos», todos, das crianças aos mais velhos, foram desafiados a estar atentos aos sinais de Deus, a deixar-se guiar pela Luz de Jesus, e a ter a coragem para, no encontro com Ele, se deixar iluminar para voltar à vida habitual por esse «outro caminho» que também os «magos» percorreram para regressar a suas casas.

Aos casais jubilares damos os parabéns, e o desejo que se deixem sempre iluminar pelo Amor de Jesus. A todos, ao concluir o tempo de Natal, que o Menino Jesus seja sempre luz para o caminhar!

Mostra de Presépios

Na conclusão da Campanha «Presépio - Admirável Sinal», realizada com as crianças e adolescentes da Catequese e famílias da Comunidade, o fim-de-semana de 6 e 7 de janeiro foi marcado pela presença dos presépios para que todos os pudessem ver. E valeu a pena! Foi grande e muito artística a criatividade dos presépios que estiveram na Capela de São Jorge, no sábado à tarde e, depois, no domingo, no salão paroquial da Calvaria.

Seguindo a preposta, os presépios originais, e de materiais reciclados, revelaram o empenho que crianças, adolescentes e famílias tiveram para realizar esta tarefa. Esta iniciativa partiu da Campanha de Advento, lançada pelo Serviço Diocesano de Catequese, que assim quis marcar a celebração dos 800 anos do primeiro presépios de São Francisco de Assis, alertando também para a preocupação ecológica de que o Santo de Assis é inspirador pela sua espiritualidade de pobreza e de simplicidade, e do cuidado com a Criação.

Para ver alguns destes presépios, pode espreitar-se AQUI.

São Jorge tem novos acólitos

Foi na celebração de sábado, 6 de janeiro, que cinco crianças de São Jorge fizeram o seu compromisso para serem acólitas na comunidade de São Jorge. Está assim formado, de novo, o Grupo de Acólitos desta comunidade!

Na preparação para este momento, tiveram vários encontros de formação para ajudar a compreender a importância e o sentido deste serviço nas celebrações, e para aprenderam a desempenhar bem as suas tarefas. Contamos que, agora, de uma forma regular, possam assumir esta missão e, progressivamente, aprender ainda melhor todas as tarefas a realizar. E que esta sua presença nas celebrações possa motivar outros para se prepararem e integrarem no Grupo.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Onde moras? Vinde ver...

14 de janeiro de 2024 | 2.º Domingo do tempo Comum
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André e o outro discípulo andavam à procura... Estavam com João Batista, mas quando este apontou para Jesus, eles não hesitaram em começar uma nova aventura, e seguir Jesus. Jesus olha para trás, vê que O seguem, pergunta-lhes o que querem: e eles querem apenas demorar-se com Aquele que João indicara como o «Cordeiro de Deus».

Estar em casa de Jesus é partilhar da sua vida, entrar na sua intimidade: encontram-se de verdade com Aquele que podem depois anunciar como o Messias. E Simão, levado por André a conhecer Jesus, acolhe dele uma nova identidade: será Cefas, Pedro, a pedra desta nova comunidade nascente, a comunidade dos que aceitam o desafio de seguir Jesus, de se demorarem com Ele em casa, de O aceitarem como o Ungido do Senhor que realiza a nova aliança entre Deus e os homens, o Cordeiro que imolado na cruz dá aos homens a Vida Eterna.

«Eis o Cordeiro de Deus», repetimos em cada Eucaristia. Podemos andar à sua procura, mas é Ele que se apresenta diante de nós. E, agora, para ser Ele a vir morar em nós, e connosco morar neste nosso mundo, nas moradas que habitamos. Em cada Eucaristia, acolhemos a sua presença real para que Ele possa reorientar-nos sempre na missão que tem para nós.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Deixar-se transformar no encontro com Jesus

7 de janeiro de 2024 | Solenidade da Epifania do Senhor
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No contexto do “Evangelho da Infância”, Mateus oferece-nos o episódio dos magos vindos do Oriente. Os símbolos e imagens usados expressam sobretudo uma mensagem: Jesus é o Messias anunciado e desejado, enviado pelo Pai para oferecer a luz, a vida e a salvação a toda a humanidade. Nem todos O procuram, alguns até O rejeitam, para muitos é-lhes indiferente… Mas, para quem O encontra de verdade, para quem O reconhece verdadeiramente como o Filho de Deus incarnado na fragilidade humana, para quem lhe oferece os seus presentes mais valiosos, a sua vida ganha uma nova luz, um novo horizonte.

A intenção deste episódio é sobretudo catequética. Mateus quer transmitir-nos uma mensagem através dos detalhes narrados na visita dos magos do Oriente.

Por um lado, dá-se a entender a identidade de Jesus. Nasceu em Belém, terra natal do rei David, o que liga Jesus ao Messias anunciado e esperado pelo Povo da Aliança. Mas é procurado e reconhecido por estrageiros, o que dá a entender, desde o início, que a sua missão não tem fronteiras de raças, lugares ou tempos. Jesus é a “estrela de Jacob” (cf. Num 24, 17), mas a sua luz ilumina toda a humanidade. A prostração e adoração é o reconhecimento da sua divindade, que é reforçada pelos presentes oferecidos: ouro, incenso e mirra. Ligados tradicionalmente à Arábia, estes bens significavam as dádivas de todos os povos ao Messias esperado (cf. Sl 72, 10-11.15; Is 60, 6), mas os cristãos também viram, nessas ofertas, os símbolos da realeza (ouro), da divindade (incenso) e da humanidade sofredora (mirra) de Jesus.

Por outro lado, o texto apresenta a diversidade de reações diante de Jesus. Os magos buscam, Herodes tem medo e rejeita, toda a cidade fica perturbada, os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo ficam indiferentes mesmo conhecendo todas as profecias… A mensagem é a que encontramos também no prólogo do Evangelho de João: “A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam… Veio para o que era seu, e os seus não O receberam. Mas, a quantos O receberam, aos que n’Ele creem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 5.11-12).

O relato termina com o regresso dos magos à sua terra “por outro caminho”. Um voltar renovado pelo encontro com a Luz de Jesus. “Há uma dinâmica sábia entre continuidade e novidade: voltamos «ao nosso país», mas «por outro caminho». Isto indica que somos nós que temos de mudar, de transformar o nosso modo de viver, ainda que seja no ambiente de sempre, de modificar os critérios de julgamento sobre a realidade que nos rodeia” (Papa Francisco). A conversão é, em primeiro lugar, do coração e da mente… Pensar e sentir a partir do encontro com Jesus, da escuta da sua Palavra, do acolhimento do dom da sua vida na Eucaristia.