Programa da Paróquia

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Bênção das crianças e das mulheres grávidas

No dia 2 de fevereiro ocorre a festa litúrgica da Apresentação do Senhor. Celebra-se o dia em que os pais de Jesus O levaram ao Templo, para ser oferecido a Deus. O Evangelho de São Lucas, conta-nos que Simeão, ao acolher Jesus, O reconhece como Luz das nações:

«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra,
deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações
e glória de Israel, vosso povo».

(Cf. Lc 2, 22-44)

É para celebrar esta Luz das nações, o próprio Jesus, apresentado no Templo por Maria, que a celebração nesse dia começa com a bênção das velas e a procissão para a igreja. Na Eucaristia acolhemos Jesus que se oferece definitivamente por nós, na sua morte e ressurreição.

A tradição, unindo a presença da Luz a Maria, a Mãe que apresenta Jesus no Templo, conhece este dia como a festa de "Nossa Senhora das Candeias".

Na paróquia da Calvaria temos habitualmente, nesse dia, celebração que inicia no exterior da igreja, com a bênção das velas e procissão para a igreja e, durante a celebração, a bênção das crianças e das mulheres grávidas. Este ano, dadas as circunstâncias em que nos encontramos, esta celebração não se realizará. A habitual bênção das mulheres grávidas e das crianças será, em princípio, no dia 8 de setembro de 2021, Festa da Natividade da Virgem Santa Maria.

Uma autoridade que liberta

31 de janeiro de 2021 | 4º Domingo do Tempo Comum
Leituras | Lectio (texto) | Lectio (áudio) | Comentário | Avisos | Boletim

O texto do Evangelho deste Domingo põe-nos diante da "autoridade" de Jesus, nas suas palavras e nas suas ações.

A palavra de Jesus tem a autoridade por ser proferida por Ele: não se trata de transmitir conteúdos teóricos, mas de dar a conhecer o próprio Mistério de Deus que apenas Ele, o Filho de Deus, pode de verdade dar a conhecer. Autoridade da palavra que é testemunho, e que se faz testemunho, pelas ações que acompanham a palavra. Autoridade que se revela no facto de ser pronunciada totalmente para o bem de quem a escuta, uma palavra que faz o bem, e que não busca o próprio interesse mas a libertação de quem a escuta.

A ação de Jesus é também reveladora desta autoridade ao libertar o homem do "espírito impuro": o espírito impuro de quem confessa a verdadeira fé («sei quem Tu és: o Santo de Deus»), mas que não quer ter nada a ver com Ele («Que tens Tu a ver connosco?»): este é o verdadeiro "espírito impuro", o "diabólico" (à letra, a palavra significa: o que separa) que existe no homem, que o faz viver "separado", quase esquizofrénico, entre o que se sabe, o que se crê e o que vive... É este espírito que Jesus tem a autoridade para revelar e expulsar. E com ele expulso, o homem encontra então plenamente a sua liberdade. Não sem dor, que a verdadeira liberdade custa: o homem é agitado violentamente e grita.

A palavra de Jesus não é "adoçada", mas verdadeiramente profética: revela o mal e enfrenta-o! A palavra de Jesus tem autoridade porque é libertadora das divisões interiores que o atormentam, tem autoridade porque é sacramental, torna presente e atuante a salvação de Deus.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Domingo da Palavra de Deus


Celebra-se neste terceiro Domingo do Tempo Comum (24 de janeiro), o Domingo da Palavra de Deus com o convite a reforçar a relação com a Palavra de Deus, na Bíblia. O Papa Francisco instituiu este dia com o “vivo desejo que a Palavra de Deus seja cada vez mais celebrada, conhecida e difundida, para que se possa, através dela, compreender melhor o mistério de amor que dimana daquela fonte de misericórdia”, é assim “um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo” (MM,7).

Para reforçar esta celebração, o ambão da igreja paroquial foi particularmente cuidado, e a Palavra de Deus colocada ao centro do espaço da igreja.

Não havendo as celebrações previstas para este fim-de-semana, recorda-se a oferta semanal da Lectio Divina, quer em texto para a meditação e oração pessoal ou em família, quer em formato áudio, para poder ser escutada: as ligações são enviadas todas as semanas para os endereços de correio eletrónico da base de dados da Paróquia. Se alguém desejar receber em papel, basta comunicar ao Pároco.

Também está a chegar às famílias, através dos catequistas, a proposta para uma pequena celebração em família neste domingo.

Neste tempo de confinamento, em que não é possível a participação na celebração da Eucaristia, reforça-se a importância de celebrar a fé em família, não apenas pelo acompanhamento das celebrações através dos vários meios disponíveis, mas também pela oração em família, podendo sempre seguir a proposta que é preparada para cada domingo.

Celebrações e outras atividades em tempo mais rigoroso de confinamento


Entrando num período de confinamento mais rigoroso, seguimos as orientações dadas para a Igreja em Portugal, com o Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa (de 21 de janeiro de 2021) que «determina a suspensão da celebração “pública” da Eucaristia a partir de 23 de janeiro de 2021, bem como a suspensão de catequeses e outras atividades pastorais que impliquem contacto, até novas orientações».

Assim, os catequistas vão continuar a acompanhar os seus grupos através dos meios digitais, tanto quanto possível.

A celebração da Missa aos domingos será transmitida através da internet, e as reuniões serão também realizadas desta forma.

Caso alguém queira pedir alguma intenção particular para alguma celebração da Missa durante a semana, deve entrar em contacto com o Pároco para organizar a melhor forma dela ser acompanhada por quem pede a intenção, também pelos meios digitais.

Apesar de se prever o atendimento no cartório no horário habitual, os assuntos serão tratados preferencialmente por telefone ou internet.

Vai continuar a ser impresso o Boletim Paroquial, e serão disponibilizados alguns exemplares às portas das igrejas.

A igreja paroquial terá, junto do ambão, o lecionário com as leituras de cada dia.


O tempo de Deus no nosso tempo

24 de janeiro de 2021 | 3º Domingo do Tempo Comum
Leituras | Lectio (texto) | Lectio (áudio) | Comentário | Avisos | Boletim

«Cumpriu-se o tempo», são as primeiras palavras que o evangelista Marcos mete na boca de Jesus. É o início da sua pregação, que é também o início deste tempo novo, o tempo em que o Reino começa a manifestar-se de uma forma explícita no mundo dos homens. Com Jesus, inaugura-se um tempo novo que, para ser acolhido, precisa de uma atitude livre e ativa: arrependimento, ou conversão; e acreditar no Evangelho.

Conversão, é o que de mais imediato se vê na atitude dos primeiros discípulos que Jesus chama: Simão e André, Tiago e João, deixam logo as redes, o barco e a família, e assumem uma nova vida. Conversão é esta vida assumida com uma lógica nova: a do seguimento de Jesus.

Acreditar no Evangelho, é o que possibilita esta atitude de conversão: encontrando em Jesus aquele que vale a pena seguir, aderem à sua Palavra, acolhem o desafio, fazem da Boa Nova a razão da sua vida.

Com eles começa a comunidade do Reino, daqueles que fazem o caminho da conversão à luz da fé. Por isso, também eles são já parte deste novo tempo de Deus. Com eles, todos são desafiados a transformar os tempos. Eles não eram «especiais»: eram pessoas normais como o são hoje cada um de nós. Teremos a capacidade de responder desta forma imediata e radical? Teremos tempo para o tempo de Deus em nós?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Onde moras? Vinde ver...

17 de janeiro de 2021 | 2º Domingo do tempo Comum
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André e o outro discípulo andavam à procura... Estavam com João Batista, mas quando este apontou para Jesus, eles não hesitaram em começar uma nova aventura, e seguir Jesus. Jesus olha para trás, vê que O seguem, pergunta-lhes o que querem: e eles querem apenas demorar-se com Aquele que João indicara como o «Cordeiro de Deus».

Estar em casa de Jesus é partilhar da sua vida, entrar na sua intimidade: encontram-se de verdade com Aquele que podem depois anunciar como o Messias. E Simão, levado por André a conhecer Jesus, acolhe dele uma nova identidade: será Cefas, Pedro, a pedra desta nova comunidade nascente, a comunidade dos que aceitam o desafio de seguir Jesus, de se demorarem com Ele em casa, de O aceitarem como o Ungido do Senhor que realiza a nova aliança entre Deus e os homens, o Cordeiro que imolado na cruz dá aos homens a Vida Eterna.

«Eis o Cordeiro de Deus», repetimos em cada Eucaristia. Podemos andar à sua procura, mas é Ele que se apresenta diante de nós. E, agora, para ser Ele a vir morar em nós, e connosco morar neste nosso mundo, nas moradas que habitamos. Em cada Eucaristia, acolhemos a sua presença real para que Ele possa reorientar-nos sempre na missão que tem para nós.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Imagens voltam restauradas a São Jorge



Depois de alguns meses ausentes, voltaram, esta terça-feira, 12 de janeiro, as imagens da Capela de São Jorge que saíram para restauro.

Foram quatro as imagens que tiveram uma intervenção de restauro e conservação: a imagem de vulto de São Nuno de Santa Maria, uma oferta dos Escuteiros Portugueses em 1926; a imagem de Nossa Senhora (da Vitória) com o Menino; a imagem de São Jorge (em madeira policromada); e a imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Colocadas nos seus lugares, estão de novo ao culto, esperando que possamos brevemente voltar a ter as celebrações habituais, agora interrompidas por causa da pandemia.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Filhos muito amados

10 de janeiro de 2021 | Festa do Batismo do Senhor
Leituras | Lectio (texto) | Lectio (áudio) | Comentário | Avisos | Boletim


A cena grandiosa do Batismo de Jesus, com o céu rasgado, com o voo de asas abertas do Espírito sobre as águas do Jordão, com a declaração de amor de Deus, aconteceu também no meu Batismo, e acontece ainda a cada reinício. A Voz, a única que soa dentro da alma, repete a cada um: tu és meu filho, o amado, em ti pus o meu comprazimento. Palavras que ardem e queimam: filho meu, amor meu, alegria minha.

Tu és o meu filho
Filho é a primeira palavra. Filho é um termo poderoso sobre a Terra, poderoso para o coração do ser humano. E para a fé. Deus gera filhos segundo a sua espécie, e eu e tu, nós todos temos o cromossoma do pai nas nossas células, o ADN divino em nós.

Muito amado
Amado é a segunda palavra. Antes que tu ajas, antes que tu digas «sim», que tu o saibas ou não, a cada dia, a cada despertar, o teu nome para Deus é «amado». De um amor que te antecede, que te antecipa, que te envolve prescindindo daquilo que hoje serás e farás. Amado, sem se e sem mas. A salvação deriva do facto de Deus me amar, não do facto de eu o amar. E que eu seja amado depende de Deus, não depende de mim! É graça! E é este amor que entra, transborda, envolve e transforma: somos santos porque somos amados. 

Em Ti pus toda a minha complacência
A terceira palavra: meu comprazimento. Termo desusado, inusual, todavia belíssimo, que no seu núcleo contém a ideia de prazer. A Voz grita do alto do Céu, grita sobre o mundo e dentro do coração, a alegria de Deus: é belo contigo, filho meu; tu dás-me prazer; estar contigo enche-me de alegria. O poder do Batismo é dito com o símbolo vasto das águas que limpam, refrescam, curam, fazem germinar as sementes; com o Espírito que, juntamente com a água, é a primeira de todas as presenças na Bíblia, em ação já desde o segundo versículo do Génesis: «O Espírito de Deus pairava sobre as águas».

A realidade é grandiosa: na sua raiz, batizar significa mergulhar: «Estamos imergidos num oceano de amor, e não nos damos conta» (G. Vannucci). Eu sou mergulhado em Deus, e Deus é mergulhado em mim; eu na sua vida, Ele na minha vida; «aperta-me a ti, aperta-te em mim» (G. Testori). Sou dentro de Deus, como dentro do ar que respiro, dentro da luz que me beija os olhos; mergulhado numa fonte que nunca se esgotará, submergido num ventre vivo que alimenta, faz crescer e protege: sou batizado.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Os Magos do Oriente chegaram a Belém


Na celebração da Epifania, alguns jovens do 10° ano da Calvaria ajudaram a vivenciar a busca dos Magos que seguem a Luz e, a partir desse encontro, seguem por outro caminho as suas vidas.

sábado, 2 de janeiro de 2021

Deixar-se transformar no encontro com Jesus

3 de janeiro de 2021 | Solenidade da Epifania do Senhor
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No contexto do “Evangelho da Infância”, Mateus oferece-nos o episódio dos magos vindos do Oriente. Os símbolos e imagens usados expressam sobretudo uma mensagem: Jesus é o Messias anunciado e desejado, enviado pelo Pai para oferecer a luz, a vida e a salvação a toda a humanidade. Nem todos O procuram, alguns até O rejeitam, para muitos é-lhes indiferente… Mas, para quem O encontra de verdade, para quem O reconhece verdadeiramente como o Filho de Deus incarnado na fragilidade humana, para quem lhe oferece os seus presentes mais valiosos, a sua vida ganha uma nova luz, um novo horizonte.

A intenção deste episódio é sobretudo catequética. Mateus quer transmitir-nos uma mensagem através dos detalhes narrados na visita dos magos do Oriente.

Por um lado, dá-se a entender a identidade de Jesus. Nasceu em Belém, terra natal do rei David, o que liga Jesus ao Messias anunciado e esperado pelo Povo da Aliança. Mas é procurado e reconhecido por estrageiros, o que dá a entender, desde o início, que a sua missão não tem fronteiras de raças, lugares ou tempos. Jesus é a “estrela de Jacob” (cf. Num 24, 17), mas a sua luz ilumina toda a humanidade. A prostração e adoração é o reconhecimento da sua divindade, que é reforçada pelos presentes oferecidos: ouro, incenso e mirra. Ligados tradicionalmente à Arábia, estes bens significavam as dádivas de todos os povos ao Messias esperado (cf. Sl 72, 10-11.15; Is 60, 6), mas os cristãos também viram, nessas ofertas, os símbolos da realeza (ouro), da divindade (incenso) e da humanidade sofredora (mirra) de Jesus.

Por outro lado, o texto apresenta a diversidade de reações diante de Jesus. Os magos buscam, Herodes tem medo e rejeita, toda a cidade fica perturbada, os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo ficam indiferentes mesmo conhecendo todas as profecias… A mensagem é a que encontramos também no prólogo do Evangelho de João: “A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam… Veio para o que era seu, e os seus não O receberam. Mas, a quantos O receberam, aos que n’Ele creem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 5.11-12).

O relato termina com o regresso dos magos à sua terra “por outro caminho”. Um voltar renovado pelo encontro com a Luz de Jesus. “Há uma dinâmica sábia entre continuidade e novidade: voltamos «ao nosso país», mas «por outro caminho». Isto indica que somos nós que temos de mudar, de transformar o nosso modo de viver, ainda que seja no ambiente de sempre, de modificar os critérios de julgamento sobre a realidade que nos rodeia” (Papa Francisco). A conversão é, em primeiro lugar, do coração e da mente… Pensar e sentir a partir do encontro com Jesus, da escuta da sua Palavra, do acolhimento do dom da sua vida na Eucaristia.