Celebração em honra de Santa Marta, Padroeira da Calvaria
Leituras | Comentário | Avisos | Boletim
Porta do sacrário da igreja da Calvaria |
O passo primeiro, o da compaixão, é fundamental. Esse olhar que não deixa indiferente a “fome” das multidões. Mas identificar os problemas não pode deixar os discípulos de lado da busca da solução. Mateus refere os “cinco pães e dois peixes” de que dispõem os discípulos: parece tão insignificante para tão grande quantidade de gente. Mas é aí que está o passo seguinte: a partilha. Entregar o nosso pouco nas mãos de Jesus para que, por Ele, chegue a todos: e isto não apenas dos bens materiais, mas também dos dons que cada um de nós recebeu. O nosso pouco partilhado em comunidade, é capaz de ajudar a matar a fome de muitos. A compaixão completa-se pela partilha.
Mas a narração de Mateus abre-nos a um outro banquete: a Eucaristia. Os gestos e palavras de Jesus apontam-nos para o lugar onde se aprende a compaixão de Jesus pelas multidões, e se vive a partilha da vida de Jesus connosco. Ao celebrar a Eucaristia, somos lançados na aventura de dar continuidade ao sinal do repartir do pão, matando todas as “fomes” das multidões, não apenas as materiais, mas também as de cuidado e atenção, de acompanhamento e esperança, as “fomes” de amor, as “fomes” de Deus.
Ao celebrarmos a nossa Padroeira, Santa Marta, somos desafiados a olhar a nossa presença como Paróquia, comunidade cristã situada neste tempo e espaço, chamada a continuar a ser sinal da compaixão e da partilha, e lugar da celebração da presença de Jesus Cristo ressuscitado. Como ela, sabermos acolher Jesus em nossa casa, deixar que Ele se sente entre nós, e tenha o lugar central. Escutar a sua Palavra, para com Ele aprender a verdadeira compaixão. Levar, como Marta, todas as nossas preocupações e pedidos até Ele, confiando que Ele é o Filho de Deus vivo que veio ao mundo, fonte de vida e vida plena. Tal como Marta, preparar a mesa não apenas para celebrar, na Eucaristia, a presença de Jesus ressuscitado, mas também para acolher o fruto da partilha da vida, para que do nosso pouco, Deus faça surgir a grandeza e beleza do seu amor presente entre nós.