Programa da Paróquia

quarta-feira, 31 de julho de 2024

«Quem vem a Mim nunca mais terá fome...»

4 de agosto de 2024 | 18.º Domingo do Tempo Comum
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Após a multiplicação dos pães, uma multidão segue Jesus. Jesus percebe que pode haver equívocos nesta procura: «vós procurais-Me porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna…»

A confusão é, como acontece tantas vezes, entre a satisfação das necessidades do momento e a realização da pessoa na sua totalidade, como acontecia também na primeira leitura deste domingo, onde o povo reclama da sua liberdade: preferia estar na escravidão do Egipto onde tinha comida em abundância.

É a confusão que pode surgir, ainda hoje, quando se «recorre» a Deus para lhe pedir que faça os milagres que satisfazem as nossas necessidades materiais imediatas, em vez de ousarmos entrar numa relação plena de confiança em que deixamos que Ele realize em nós o maior de todos os milagres: a conversão do pensamento, do coração e da vida para que, com Ele em nós (comendo deste «Pão»), o nosso projeto de vida seja identificado com o de Jesus – viver não para si mesmo, mas no amor que se faz dom, na partilha daquilo que se tem e é, no serviço simples e humilde – que trazem para esta vida o sabor da eternidade.

Celebração do Dia de Santa Marta

29 de julho, é o dia da memória litúrgica de Santa Marta, Padroeira da Paróquia da Calvaria. Com Santa Marta, celebramos também a memória dos seus irmãos, Maria e Lázaro.

Santa Marta é recordada sempre como aquela que acolheu Jesus em sua casa e, no meio de todas as tarefas que fazia escutou as palavras de Jesus: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária...». Mas também como aquela que, na sua fé, diante da morte de Lázaro, afirma que tudo é possível a Jesus, porque Ele é «o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».

O dia da celebração da Padroeira, foi assinalado com uma procissão, que teve início na urbanização Aldeia de Santa Marta, nos Casais de Além, que preparou a sua rua para bem acolher todos os ali se reuniram pelas 20h, para dali partir em direção à igreja paroquial. Ao longo da caminha, meditando os mistérios gozosos, percorreu-se também a alegria de Marta que acolheu de Jesus ao dom da vida nova, na ressurreição de Lázaro.

A celebração da Eucaristia, na chegada à igreja, foi o culminar desta caminhada, na qual marcaram também presença algumas crianças e adolescentes da catequese que se apresentaram de camisa branca, símbolo de todos os serventes que têm Santa Marta como sua padroeira.

Este dia marcou também, de alguma forma, o início das Festas da Calvaria em honra de Santa Marta, que decorrem de 2 a 5 de agosto.

domingo, 28 de julho de 2024

100 anos da Paróquia da Calvaria

Exposição do Centenário da Criação da Paróquia

A partir do fim-de-semana da Festa de Santa Marta de 2024, e até à Festa do próximo ano de 2025, o centenário da criação da paróquia da Calvaria vai ser assinalado com uma exposição na igreja paroquial.

Uma peça por mês, irá recordando progressivamente a história da Paróquia. A abrir esta exposição, as imagens de São Paio e de São Sebastião, ambas da antiga capela de São Paio, que representam um dos mais antigos testemunhos da presença cristã na zona na nossa Paróquia.

Cada peça estará patente aproximadamente durante um mês, e pode ser visitada durante todo o tempo em que a igreja está aberta. A mudança será próxima do dia 4 de cada mês.

Associando-se à Freguesia da Calvaria de Cima que celebra também o seu centenário, teremos o momento alto das celebrações na semana de 2 a 9 de fevereiro de 2025.

SÃO PAIO
Antes da sua criação, a 4 de fevereiro de 1925, a área da Paróquia da Calvaria fazia parte das freguesias de São Pedro e de São João de Porto de Mós, e da Batalha.
Um dos mais antigos vestígios da presença cristã nesta zona é a capela de São Paio, de que restam as ruínas, que remonta ao século XII, e que pertenceria à freguesia de Santa Maria dos Murtinhos.
Do património desta capela, existem duas imagens: São Paio, o Patrono, escultura antiga em pedra policromada; e São Sebastião, escultura em pedra de Ançã.
«O lugar da freguesia que eventualmente possa representar continuidade com povoado mais antigo será o da Quinta de São Paio onde, no século passado, se descobriu (e se destruiu), sem recolha nem peritagem alguma, uma estância que remonta, no mínimo, ao período romano.»
António Martins Cacela, Porto de Mós e seu termo, 1977, p. 161

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Festa de Santa Marta 2024


 

Dia de Santa Marta


 

Do pouco, Jesus faz muito

28 de julho de 2024 | 17.º Domingo do Tempo Comum
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Durante alguns domingos, vamos interromper a leitura do Evangelho de São Marcos para escutar o sexto capítulo do Evangelho de São João. Inicia-se com o relato da multiplicação dos pães e dos peixes (deste domingo) para continuar depois com toda a catequese do «Pão da Vida».

Já neste sinal se dá a entender a dimensão eucarística: Jesus que dá graças e distribui... e do pouco se faz muito. Da partilha, doze cestos de sobra. Mas um outro alimento irá saciar bem mais: Jesus é o Pão que sacia de verdade a fome que cada um sente no mais íntimo de si mesmo.

Realce para a atitude do rapazito, com os seus cinco pães e dois peixes: pode parecer tão pouco para toda aquela gente... Mas Jesus do pouco faz o muito: «Quando damos amor, amizade, um pouco do nosso tempo ou simplesmente um sorriso, quando procuramos respeitar o outro, sem o julgar, quando fazemos um caminho de perdão… Jesus serve-Se desse pequeno pouco para construir connosco, pacientemente, dia após dia, o seu Reino.»

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Parar para dar sentido ao (bem) que se faz

21 de julho de 2024 | 16.º Domingo do Tempo Comum
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Aos doze que voltam da sua missão de anúncio, de cura e libertação, que contam entusiasmados tudo o que, em nome de Jesus, tinham feito, Jesus convida-os para um tempo novo: «vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». E o texto do Evangelho explica porquê: «havia tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer».

Jesus sabe da necessidade de não se perderem no ativismo; é preciso fundamentar a ação a partir do essencial. Não é um tempo de «férias», mas quase como que um «retiro»: estar num lugar isolado na companhia de Jesus. É desse encontro, desse estar com Ele, que resulta uma ação missionária consistente. Não apenas fazer, mas «fazer bem o bem que se faz». Agir a partir do coração de Jesus: por isso a necessidade de estar com Ele para conhecer o seu coração, e amar e agir no mundo com o seu coração.

A multidão, no entanto, não deixa de procurar Jesus... Ao desembarcar e ver toda aquela gente, Jesus «compadeceu-Se». Esta compaixão vem de sentir que são como «ovelhas sem pastor»: não têm um rumo assumido, um sentido para a vida, andam perdidos, desorientados... Por isso, Jesus ensina-lhes «muitas coisas». De facto, a mais fundamental das ações que a comunidade cristã é convidada a ter é precisamente esta que de se «compadecer», e de anunciar a Palavra que oriente e dê sentido.

Quanto sofrimento não existe pela «desorientação» na vida, pelo seguimento de falsos «pastores», por querer ter sempre razão e se fechar à Palavra de Deus? Deixar-se guiar por Jesus, «retirar-se com Ele», para encontrar o Caminho a seguir e a anunciar. Ser cristão passa por este equilíbrio entre o «descanso» em Jesus, e o «trabalho» de O dar a conhecer como Pastor que vale a pena seguir.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Chamados e enviados

14 de julho de 2021 | 15.º Domingo do Tempo Comum
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O chamamento dos Apóstolos está ligado ao seu envio: são companheiros de Jesus, não para ficarem abrigados perto dele, mas para serem enviados, para irem como suas testemunhas.

E envia-os dois a dois. Sem dúvida porque, na altura, um testemunho só era reconhecido como autêntico se levado por duas testemunhas. Mas, mais profundamente, porque Jesus veio para colocar os homens em comunhão, em relação. Deus criou a humanidade para ser à sua imagem e semelhança. Como “Deus é Amor”, os homens serão imagens de Deus na medida em que construírem juntos relações de amor fraterno.

Mas os homens recusam muitas vezes esta fraternidade. Jesus veio precisamente para acabar com a divisão: Ele reconcilia os homens com Deus e os homens entre si. Por isso Jesus envia os Apóstolos dois a dois: para que sejam, a partir do seu próprio comportamento, pela sua vida, testemunhas desta obra de reconciliação. Esta continua a ser a missão dos discípulos, a missão da Igreja.

A missão dos Apóstolos é, portanto, a de lutar contra o mal que divide e que corrompe. Por isso, Jesus dá conselhos de pobreza àqueles que envia: encher-se de riquezas materiais é arriscar cair na armadilha do egoísmo, é entrar no círculo infernal da vontade de poder, da inveja. Conselho sempre válido para todos os batizados cuja missão é serem testemunhas da Boa Nova no coração do mundo.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

A distância de uma (in)certa proximidade

7 de julho de 2024 | 14.º Domingo do Tempo Comum
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Aqueles que estiveram mais próximos de Jesus, que o conheciam desde pequeno, ficam impressionados pelas palavras e milagres que Ele faz, mas continuam fechados nos seus conhecimentos prévios do «carpinteiro, filho de Maria», e não têm capacidade para se abrir à novidade do Messias. Pensavam conhecer Jesus, mas de verdade só tinham um conhecimento «externo»; pensavam-se próximos, mas estavam distantes; sabiam dizer todos os seus laços familiares, mas não a sua verdadeira identidade e missão… A proximidade tornou-se distância, como tantas vezes acontece nas relações que não sabem alimentar a sua dinâmica permanente, e os conhecidos se tornam desconhecidos…

Para quem nasce num ambiente que, com demasiada facilidade, se diz cristão, sem muitas vezes o ser, em que tanto se diz (ou pensa que se diz) Jesus, sem que isso signifique conhecê-lo e com Ele se encontrar de verdade, este texto do Evangelho faz-nos entrar na verdade da nossa relação com Ele: seremos também «conterrâneos» de Jesus que cresceram por perto dele sem nunca deixar que Ele nos revelasse a sua verdadeira identidade? A sua palavra tem ainda capacidade para nos impressionar? Terá Ele espaço para nos curar?