Solenidade de Todos os Santos | 1 de novembro de 2020
A partir das Bem-aventuranças, o texto que a Igreja nos convida a meditar na Solenidade de Todos os Santos, o Papa (nº 65 ss.) convida-nos a acolher o desafio à santidade deixado pelo Mestre que é sempre Jesus, que podemos resumir recolhendo a última frase de cada um desses números:
Ser pobre no coração: isto é santidade.
Reagir com humilde mansidão: isto é santidade.
Saber chorar com os outros: isto é santidade.
Buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade.
Olhar e agir com misericórdia: isto é santidade.
Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: isto é santidade.
Semear a paz ao nosso redor: isto é santidade.
Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas: isto é santidade.
Com o título "a ti também", o Papa Francisco deixa-nos esta mensagem que vale a pena ler e meditar (nº 14-16):
Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais.
Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida (cf. Gal 5, 22-23). Quando sentires a tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o Crucificado e diz-Lhe: «Senhor, sou um miserável! Mas Vós podeis realizar o milagre de me tornar um pouco melhor». Na Igreja, santa e formada por pecadores, encontrarás tudo o que precisas para crescer rumo à santidade. «Como uma noiva que se adorna com as suas joias» (Is 61, 10), o Senhor cumulou-a de dons com a Palavra, os Sacramentos, os santuários, a vida das comunidades, o testemunho dos santos e uma beleza multiforme que deriva do amor do Senhor.
Esta santidade, a que o Senhor te chama, irá crescendo com pequenos gestos. Por exemplo, uma senhora vai ao mercado fazer as compras, encontra uma vizinha, começam a falar e… surgem as críticas. Mas esta mulher diz para consigo: «Não! Não falarei mal de ninguém». Isto é um passo rumo à santidade. Depois, em casa, o seu filho reclama a atenção dela para falar das suas fantasias e ela, embora cansada, senta-se ao seu lado e escuta com paciência e carinho. Trata-se doutra oferta que santifica. Ou então atravessa um momento de angústia, mas lembra-se do amor da Virgem Maria, pega no terço e reza com fé. Este é outro caminho de santidade. Noutra ocasião, segue pela estrada fora, encontra um pobre e detém-se a conversar carinhosamente com ele. É mais um passo.