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Com o vosso Filho Unigénito e o Espírito Santo, sois um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza.
Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória, nós o acreditamos também, sem diferença alguma, do vosso Filho e do Espírito Santo.
Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade, adoramos as três Pessoas distintas, a sua essência única e a sua igual majestade.
Prefácio da Missa da Santíssima Trindade
É sempre difícil tentar explicar, com a nossa lógica, esta realidade de Deus: três pessoas numa só natureza. Tal como é difícil de «representar». Rublev pintou o ícone, que se tornou famoso, onde surgem as três personagens numa certa circularidade que representa a sua unidade, com um espaço de acolhimento: há como que um lugar à nossa espera para partilharmos daquele único cálice. É como que um convite: a entrarmos para bebermos da mesma vida… talvez assim possamos, mais que compreender, deixar-nos envolver.
É esse o sentido da palavra «mistério». Não um segredo bem escondido, um enigma por resolver, mas uma realidade que podemos conhecer porque Deus a revelou de Si mesmo, e nessa revelação nos convida a partilhar da Sua vida. É como que uma verdade que passa para além das nossas capacidades «normais» de conhecer, porque só a conhecemos quando nos metemos «dentro» dela. Na linha do conceito de «conhecimento» na Bíblia: não se trata de uma questão simplesmente intelectual, mas de estabelecer uma relação de intimidade. Por isso a busca do conhecimento de Deus é sobretudo o procurar um espaço de relação onde se descubra a sua vontade, o seu projeto para a humanidade, e para cada um.
O «mistério de Deus» que celebramos diz-nos precisamente esta vida de Deus. De um Deus que ama, que é amado, que é relação de amor. E um Deus que, por ser assim, «enviou o seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3, 17).
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