18 de setembro de 2016 | 25º Domingo do Tempo Comum
Leituras | Comentário | Avisos | Boletim
A ambiguidade do dinheiro e a sua capacidade de perverter o coração do homem aparece na parábola em que Jesus apresenta como modelo o "administrador desonesto": modelo, obviamente, não pela sua desonestidade, mas porque, no momento em que é demitido, agiu com esperteza (cf. Lc 16,8). No coração desta página evangélica está a decisão radical a que o homem é chamado para entrar no Reino de Deus. Esta decisão exige qualidades que são exemplificadas no administrador que reagiu de forma decidida quando a sua má-gestão foi descoberta.
No momento de crise, o administrador demonstra "poder de encaixe", de aceitação da realidade, da nova situação que ele próprio criara (“Que farei, pois o meu senhor vai tirar-me a administração?": Lc 16,3); reconhece os seus limites, as suas incapacidades e impotências (“cavar não posso; de mendigar tenho vergonha”: Lc 16,3); reconhece decisões e escolhas, preparando o que se seguirá: ele age cumprindo gestos que lhe perspetivam um futuro: (cf. Lc 16,4-7). A exemplaridade deste homem corrupto não está, portanto, em agir sem escrúpulos, mas em discernir de forma realista a situação crítica em que se encontra e em saber reagir a essa mesma situação. Também para Jesus este é "um filho deste mundo" (Lc 16,8)! A questão de Jesus, no entanto, diz respeito aos filhos da luz: como é que não sabem discernir a hora, a proximidade do reino e reagir de imediato com gestos de conversão, essenciais à salvação? (texto de Luciano Manicardi)
Sem comentários:
Enviar um comentário