19 de setembro de 2021 | 25º Domingo do Tempo Comum
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No texto do Evangelho deste domingo, começamos por acompanhar a caminhada de Jesus e dos seus discípulos através da Galileia. Jesus prepara-os para o que irá acontecer em Jerusalém, anunciando-lhes que vai ser entregue, morto e que ressuscitará ao terceiro dia. Eles não compreendem, como não o tinha compreendido anteriormente Pedro, da primeira vez que Jesus lhes falara da sua paixão (Mc 8, 31-33), ou os três discípulos que desciam do monte da transfiguração e se perguntavam «o que seria ressuscitar dos mortos» (Mc 9, 10). A sua ideia e expetativa em relação ao Messias ainda estava longe da lógica proposta por Jesus. Por isso, o caminho é feito com o «medo» de interrogar Jesus, e preenchido com questões mais conformes às suas próprias expetativas de um reino à maneira do mundo que conheciam: Quem de nós será o mais importante? Quem ocupará os primeiros lugares?
Será depois, em casa, já num espaço mais íntimo, que Jesus os questiona: «Que discutíeis no caminho?» Não insiste nem os obriga a responder… Mas, deixando a questão permanecer em aberto, apresenta-lhes a sua proposta que lança para uma nova forma de pensar e viver. Para Jesus, o primeiro, o mais importante, «será o último de todos e o servo de todos». Ou seja, «quem quiser ser grande, sirva os outros e não se sirva dos outros. E este é o grande paradoxo de Jesus. Os discípulos discutiam sobre quem deveria ocupar o lugar mais importante, quem subiria mais rapidamente, ocupando os cargos que dariam certas vantagens. E Jesus transtorna a sua lógica, dizendo-lhes simplesmente que a vida autêntica se vive no compromisso concreto com o próximo, isto é, servindo» (Papa Francisco, homilia da Missa em Havana, Cuba, 20 setembro 2015).
O gesto que se segue clarifica as palavras: uma criança é colocada ao centro e abraçada. No centro deste serviço está a pessoa concreta, de modo particular os mais frágeis. O serviço, o cuidar do outro por amor «não se reduz a uma atitude de servilismo mas, pelo contrário, põe no centro a questão do irmão: o serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e em alguns casos até a “sofre”, e procura a promoção do irmão» (Idem). Para o cristão, o segredo está nesse olhar de quem vê nos outros, e sobretudo nos mais “pequeninos”, o rosto de Jesus que conduz ao Pai.
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