Na atual situação, e partindo da nossa identidade cristã, somos convidados a manter-nos, o máximo possível, em isolamento social, porque esta é também uma forma de manifestar a Caridade ou Amor com os irmãos, não nos tornando possíveis transmissores do novo coronavírus.
Este isolamento social não pode, no entanto, significar indiferença nem falta de cuidado, com todos os cuidados, daqueles que possam necessitar mais de apoio, dos mais frágeis e vulneráveis.
Aqui se vive também a espiritualidade cristã, profundamente voltada para a necessidade de "incarnar". Por isso, também, a importância de viver este tempo de "deserto" (em tempo de Quaresma), com um profundo sentido de encontro espiritual com Aquele que não fugiu mas assumiu as nossas fragilidades, sofrimentos e dores humanas: o próprio Deus incarnado em Jesus Cristo.
Quando tantas vezes "falta" tempo para estar com Ele, estes dias podem, eventualmente, trazer-nos a possibilidade de dar mais tempo a esse relação essencial... À hora de maior dificuldade, de maior calor, uma mulher samaritana desloca-se ao poço para tirar água, e aí encontra Jesus que lhe dá a possibilidade de encarar todas as coisas com um olhar renovado... É este o texto do Evangelho deste domingo, III da Quaresma. Nestas nossas horas de hoje, ousemos também voltar a essa Fonte de Água Viva, dando um pouco do nosso dia ao encontro: em isolamento social, mas não espiritual...
Hoje, de igreja vazia, ao celebrar pelo povo desta paróquia, entreguei nas suas mãos cada um, cada família, com todos os seus receios e preocupações, e pedi que não nos deixe cair no isolamento espiritual... Neste dia em que não foi possível, para muitos, viver o encontro com Cristo ressuscitado, na Eucaristia, deixo a ligação para uma proposta preparada pelo Secretariado Nacional de Liturgia de Itália para celebrar e rezar em tempo de epidemia.
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