Programa da Paróquia

sexta-feira, 29 de abril de 2022

A fé é um ato de vontade contínuo

1 de maio de 2022 | 3º Domingo da Páscoa
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Junto ao mar de Tiberíades, os discípulos voltam ao lugar donde partiram quando começam a sua aventura de seguimento de Jesus. Parecem esquecer a sua missão acolhida nos primeiros encontros com o Ressuscitado: Pedro volta à faina (que tinha abandonado para seguir Jesus) e, com ele, todos os outros. De facto, a fé, o seguir Jesus, não é um dado do passado (dos passos dados antes, das experiências e dos encontros vividos, das palavras escutadas…) mas um acontecimento presente, com o risco constante de voltar atrás: a fé é um processo com avanços e recuos, um ato de vontade contínuo.

O texto sugere a necessidade se de deixar constantemente desafiar para que a passagem da escuridão e esterilidade (a noite em que nada se pesca) passa à luz da abundância (a manhã em que surge Jesus à beira do lago e a pesca se torna abundante), em que o vazio de nada haver para comer se torna prato cheio por Jesus.

É o acolhimento e reconhecimento constante de Jesus que é capaz de recriar a comunidade e de a tornar portadora da novidade da fé. Daí se parte: Jesus é reconhecido: «É o Senhor», diz o discípulo predileto a Pedro. E aquele que tem a missão de confirmar os outros na fé precisa também do testemunho e da profissão da fé daqueles que confirma pela confissão, tríplice, do seu amor. A comunidade vive desta reciprocidade e entreajuda, da partilha dos dons, do amparo mútuo, que encontra sempre em Jesus (o peixe condensa todo o sentido teológico de «Jesus Cristo, Filho de Deus salvador», expressão cujas primeiras letras, em grego, formam a palavra «ichtus» - peixe) e na Eucaristia (o pão da refeição preparada por Jesus) o seu ponto de partida.

Se acreditar é aderir, confiar-se, lançar-se numa aventura de vida, num caminho diário de encontro e seguimento, se a fé é um ato de vontade contínuo, com avanços e recuos, podemos encontrar na comunidade, e sobretudo na comunidade que celebra a sua fé em Jesus Cristo ressuscitado, na Eucaristia, esse suporte para caminharmos com a confiança de alguém que faz da nossa noite dia, da nossa pequenez e incapacidade uma pesca abundante.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

«Felizes os que acreditam sem terem visto»

24 de abril de 2022 | 2º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia
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O acreditar, a fé, é sempre um confiar-se para além do que se toca e vê. Para lá das provas cientificamente comprováveis, um lançar-se com a razão, o afeto e a vontade, nos braços do Mistério, onde apenas dentro se compreende o sentido, e dá sentido...

Tomé é tão próximo da nossa humanidade atual: quer tocar para acreditar. No entanto, ele teve a ousadia de não se fechar nas dúvidas, mas de se abrir à resposta no lugar onde as poderia encontrar: oito dias depois, na comunidade crente, vai e é capaz então de ver, de «tocar» de uma outra forma, a presença viva de Jesus.

E Jesus faz-se realmente presente, «oito dias depois», quando, no ritmo dominical, a Igreja se volta a reunir para, no testemunho da unidade, no perdão pedido e assumido, na Palavra escutada e atualizada na vida, no Pão consagrado e partilhado, celebrar o Mistério desta mesma Presença constante do amor de Jesus que não cessa de nos dar a paz e de soprar sobre nós o mesmo Espírito de Amor que inflamou os discípulos desde a primeira hora.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Fazer a experiência do vazio

17 de abril de 2022 | Domingo da Páscoa da Ressurreição
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“Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram”.

Maria Madalena, na manhã de Páscoa, experimenta o vazio: não há nada, nem mesmo o cadáver do seu Senhor bem-amado. Ela não tinha nada a que se agarrar para fazer o luto. Sabemos como é mais dolorosa a morte de um ente querido quando o seu corpo desapareceu, quando não há túmulo onde se possa ir em recolhimento. Não seria esse o sentimento de Maria Madalena, há dois mil anos atrás?

A Igreja não cessa de repetir que Jesus está vivo, vencedor da morte para sempre. Todos os anos, ela multiplica os seus “aleluias”. Mas encontramos sempre o vazio. Como ressoa em nós a constatação dos discípulos de Emaús, dizendo ao desconhecido que se lhes juntou no caminho que não O tinham visto.

Paulo grita: “Onde está, ó morte, a tua vitória?” A nossa experiência poderá perguntar: “Ressurreição de Cristo, onde está a tua vitória?” Apesar do primeiro anúncio “Jesus não está aqui, ressuscitou!”, a morte continuou obstinadamente a sua ação de trevas, com os seus acólitos muito fiéis: doenças, lágrimas, desesperos, violências, injustiças, atentados, guerras… Cantamos, sem dúvida, nas nossas igrejas: “É primavera! Cristo veio de novo!” A primavera, vemo-la. Mas Jesus, não O vemos! Está aqui a dificuldade e a pedra angular da nossa fé. Dificuldade, porque a Ressurreição de Jesus não faz parte da ordem da demonstração científica. Ficamos encerrados nos limites do tempo, enquanto Jesus saiu destes limites. Doravante, Ele está para além da nossa experiência.

Mas a Ressurreição é, ao mesmo tempo, a pedra angular da nossa fé porque, como o discípulo que Jesus amava, somos convidados a entrar no túmulo, a fazer primeiro a experiência do vazio, para podermos ir mais longe e, como Ele, “ver e crer”. Podemos apoiar-nos no testemunho das mulheres e dos discípulos. Eles não inventaram uma bela história. Podemos ter confiança neles. Mas eles também tiveram que acreditar! É na sua fé que enraizamos a nossa fé. Páscoa torna-se, então, nossa alegria!

sexta-feira, 8 de abril de 2022

As palavras de Jesus na cruz

10 de abril de 2022 | Domingo de Ramos na Paixão do Senhor
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Mesmo no relato da Paixão, sem esquecer os sofrimentos de Jesus, Lucas continua a revelar até ao fim a misericórdia do Pai. E manifesta-o nas três palavras de Jesus de que guardou memória no seu Evangelho.

Primeira: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Jesus não se limita a perdoar, vai mais longe. Ele sabe que a fonte de todo o amor e de todo o perdão não está n’Ele, mas no Pai. Ele apresenta-Se diante do Pai como o intercessor a quem o Pai nada pode recusar. Ele apaga-Se, para que vejamos que é a vontade do Pai que se está a cumprir. É a oração de sempre de Jesus por nós, Ele que está sempre vivo para interceder em nosso favor.

Segunda, que é a resposta ao “bom ladrão”: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”. A eficácia do perdão que o Pai dá por Jesus não suporta qualquer adiamento. Jesus apaga de vez a imagem de um Deus terrível e vingador, que nada deixa passar. Cremos num Deus Pai que perdoa “setenta vezes sete”.

A terceira é um grito de uma infinita confiança no seu Pai: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Jesus acolheu sempre, na liberdade da sua consciência humana, o amor que Lhe dava o seu Pai. Mesmo na sua última palavra, Jesus manifesta a sua adesão a este amor infinito do seu Pai, à sua vontade de salvação, de misericórdia, para além de tudo o que possamos imaginar.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Programa da Semana Santa e Visita Pascal

Programa da Semana Santa

SÁBADO DE RAMOS, 9 DE ABRIL
17h00: Confissões, em São Jorge
18h00: Via Sacra, nas ruas de São Jorge
19h00: Bênção dos Ramos e Missa, em São Jorge

DOMINGO DE RAMOS, 10 DE ABRIL
11h00: Bênção dos Ramos e Missa, na ig. paroquial

SEGUNDA-FEIRA, 11 DE ABRIL
16h00: Confissões, nos Casais de Matos
17h00: Confissões, no Casal do Relvas
19h30: Missa, na igreja paroquia

TERÇA-FEIRA, 12 DE ABRIL
15h00: Confissões e Missa, no Lar de Santa Marta

QUARTA-FEIRA, 13 DE ABRIL
19h30: Missa, no Casal do Relvas

QUINTA-FEIRA SANTA, 14 DE ABRIL
11h00: Missa Crismal, na Sé de Leiria
20h00: Missa Vespertina da Ceia do Senhor
21h00: Adoração Eucarística

SEXTA-FEIRA SANTA, 15 de abril
11h30: Confissões, na igreja paroquial
15h00: Via Sacra Paroquial, com início nos Casais de Matos
Seguida de Celebração da Paixão do Senhor

SÁBADO SANTO
21h30: Vigília Pascal, na ig. paroquial

DOMINGO DE PÁSCOA
09h30: Missa, em São Jorge
11h00: Missa, na igreja paroquial

Programa da Visita Pascal

DOMINGO DE PÁSCOA, 17 DE ABRIL
09h30: Missa em São Jorge
11h00: Missa na Calvaria
12h00: Visita Pascal: Calvaria Cima
14h30:Visita Pascal: Calvaria Cima, e Calvaria Baixo

SEGUNDA-FEIRA DE PÁSCOA, 18 DE ABRIL
16h00: Missa na Ig. Casais de Matos
16h30: Visita Pascal: Casais de Matos

SEXTA-FEIRA DE PÁSCOA, 22 DE ABRIL
14h30: Missa no Centro de Dia
18h00: Visita Pascal: Est. da Calvaria e Chão da Feira

SÁBADO DA PÁSCOA, 23 DE ABRIL
10h00: Visita Pascal: Carqueijal e Cabeceiras
20h00: Missa vespertina em S. Jorge

DOMINGO DE PASCOELA, 24 DE ABRIL
11h00: Missa na ig. Paroquial
14h30: Visita Pascal: São Jorge

SEGUNDA-FEIRA PASCOELA, 25 DE ABRIL
10h30: Visita Pascal: Calvarias (parte), Casais de Além, Quinta de São Paio e Casal Ruivo
20h30: Missa na Ig. Paroquial

SÁBADO DE PASCOELA, 30 DE ABRIL
10h00: Missa na Ig. Casal do Relvas
10h30: Visita Pascal: Casal do Relvas
20h00: Missa vespertina em S. Jorge

sexta-feira, 1 de abril de 2022

«A mísera e a misericórdia»

3 de abril de 2022 | 5º Domingo da Quaresma
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Diante de Jesus a Lei e uma mulher. A Lei é clara: esta mulher, apanhada em flagrante delito de adultério, deve ser delapidada. Jesus não rejeita a Lei, mas entre o silencio, os gestos e as palavras desafia a colocarem-na em prática a começar por olharem as suas próprias vidas, antes de olhar a mulher e de a condenar. Escribas e fariseus acabam por se retirar, reconhecendo-se pecadores, a começar pelos mais velhos…

No meio, continua a mulher, e apenas Jesus com ele, que veio para salvar, não para condenar. A “mísera e a misericórdia” (Santo Agostinho). A sua lógica não é de morte mas de vida: pedindo à mulher para não voltar a pecar, dá-lhe nova oportunidade. Para Jesus, não é apenas uma adúltera, mas uma mulher capaz de ser outra coisa. Importa eliminar o pecado, não o pecador...

«”Vai e de agora em diante não tornes a pecar”. E assim Jesus abre diante dela um caminho novo, criado pela misericórdia, uma vereda que exige o seu compromisso de não voltar a pecar. Trata-se de um convite válido para cada um de nós: quando nos perdoa, Jesus abre-nos sempre um caminho novo para irmos em frente. Neste tempo de Quaresma, somos chamados a reconhecer-nos pecadores e a pedir perdão a Deus. E o perdão, por sua vez, enquanto nos reconcilia e nos concede a paz, leva-nos a recomeçar uma história renovada. Toda a verdadeira conversão visa um futuro novo, um caminho novo, uma vida boa, uma vida livre do pecado, uma vida generosa. Não tenhamos medo de pedir perdão a Jesus, porque Ele nos abre a porta para esta vida nova» (Papa Francisco).