14 de julho de 2019 | 15º Domingo do Tempo Comum
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"O verbo central da parábola, aquele que brota de cada gesto do samaritano, expressa-se com as palavras «encheu-se de compaixão». (...) Os primeiros três gestos do bom samaritano: ver, deter-se, tocar, traçam as primeiras três ações da misericórdia.
Ver: viu e teve compaixão. Viu as feridas e deixou-se ferir pelas feridas daquele homem. O mundo é um imenso pranto, e «Deus navega num rio de lágrimas» (Turoldo), invisíveis a quem perdeu os olhos do coração, como o sacerdote e o levita. Para Jesus, ao contrário, olhar e amar eram a mesma coisa: Ele é o olhar amante de Deus.
Deter-se: interromper o próprio caminho, os próprios projetos, deixar que seja o outro a ditar a agenda, deter-se no interior da vida que geme e chama. Farei mundo por este mundo toda a vez que simplesmente suspendo a minha corrida para dizer «obrigado», para dizer «aqui estou».
Tocar: o samaritano faz-se próximo, derrama óleo e vinho, enfaixa as feridas do homem, carrega-o, transporta-o. Tocar é palavra dura para nós, convoca o corpo, mete-nos à prova. Não é espontâneo tocar o contagioso, o infetado, o chagado. Mas no Evangelho toda a vez que Jesus se comove, pára e toca. Mostrando que amar não é um facto emotivo, mas um facto que precisa de mãos, de tato, é concreto, tangível."
Ermes Ronchi, In "Avvenire", Trad.: Rui Jorge Martins
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