Programa da Paróquia

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Centenário assinalado com Concerto Coral

A noite do centenário da Paróquia foi assinalado, na igreja paroquial da Calvaria, com a celebração da Eucaristia, em Ação de Graças, e um concerto com o Coral Vila Forte, de Porto de Mós.

Palavra inicial de apresentação do Concerto:

Há 100 anos, a 4 de fevereiro de 1925, o Padre João Quaresma, Governador do Bispado, na ausência de D. José Alves Correia da Silva, Bispo de Leiria, assinou, em seu nome, a Provisão que declarava a ereção canónica duma nova paróquia eclesiástica com sede na Calvaria de Cima.

É para assinar este marco tão significativo que, nesta noite, aqui nos reunimos. Damos as boas vindas a todos e cada um de vós, e agradecemos a presença das entidades que nos acompanham, assim como dos representantes das diversas associações e coletividades desta comunidade.

Assinalar esta data é fazer memória. Memória de tantos que, antes de 1925, e após essa data, tornaram possível a nossa comunidade humana e de fé. Mas a memória não nos faz apenas olhar o passado: ela é também o que nos permite dizer a nossa identidade do presente e olhar com esperança para o amanhã.

Antes da sua criação, a área da Paróquia da Calvaria fazia parte das freguesias de São Pedro e de São João de Porto de Mós, e da Batalha. Um dos mais antigos vestígios da presença cristã nesta zona é a capela de São Paio, de que restam as ruínas, que remonta ao século XII.

Mas o acontecimento mais marcante ocorrido no território da atual Paróquia ficou assinalado na capela de São Jorge: a Batalha Real de Aljubarrota. A capela foi mandada erigir por Nuno Álvares Pereira e pelo Mestre de Avis, nas imediações do local onde se travou, ao cair da tarde de 14 de agosto de 1385, a Batalha de Aljubarrota.

Com o crescimento da população na zona da Calvaria, e o estabelecimento da família raiz Carnides e Torreira de Sousa, foi construída, em 1612, uma capela dedicada a Santa Catarina. Demolida em 1722, deu lugar a uma nova Capela, dedicada a Santa Marta.

A 7 de dezembro de 1922, uma grande comissão de calvarienses desloca-se a Leiria a pedir ao Sr. D. José Alves Correia da Silva para lhes conceder a graça da criação de uma nova freguesia, com sede paroquial na sua capela de Santa Marta, na Calvaria de Cima, a desmembrar da freguesia de Porto de Mós e da Batalha, das quais desejavam ser autónomos pela muita distância das vilas onde se situavam as igrejas matriz. A dita comissão era encabeçada pelo Dr. Joaquim Maria Torreira de Sousa, da Quinta Carnides, o qual apresentou a aspiração do povo. No mesmo momento, pediram também a permanente conservação do Santíssimo Sacramento na mesma capela. «Foram carinhosamente recebidos por Sua Ex.cia Reverendíssima que lhes prometeu atender ao seu pedido logo que conseguissem a criação da freguesia civil» (Livro de Memórias da Capela da Calvaria n.º 1, de 1922, 1 e 2).

Durante o ano de 1923, tiveram lugar várias reuniões e movimentações para levar a bom termo a criação da paróquia e freguesia da Calvaria de Cima que culminou num referendo: «No dia cinco de agosto de mil novecentos e vinte e três teve lugar a eleição para o referendo, a qual se efetuou pelas dez horas da manhã na escola oficial deste lugar (…), comparecendo todos os eleitores e muitos mais homens, rapazes e crianças que, com a sua presença quiseram honrar esta assembleia que pela primeira vez se realizou nesta localidade, que correu na melhor ordem, e sem a menor nota de discrepância. Terminada a votação, que se fez com toda a legalidade, verificou-se que não houve nem um voto contra nem mesmo houve qualquer reclamação ou protesto verbal» (Idem, 5 e 6).

Por fim, criada a freguesia civil, o Bispo decretou a ereção canónica da Paróquia da Calvaria por Provisão de 4 de fevereiro de 1925, com sede em Calvaria de Cima, «necessária para o bem espiritual daqueles povos».

Sem comentários:

Enviar um comentário