Programa da Paróquia

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O que por amor se perde, na realidade não é perdido, mas oferecido. E o que é oferecido por amor é encontrado na relação

3 de setembro de 2017 | 22º Domingo do Tempo Comum
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«As palavras de Jesus ao discípulo falam da necessária perda de si, da sua própria vida, para a encontrar (cf. Mt 16,24-26). Exigem, portanto, um renegar de si mesmo, parar de conhecer-se, sair de uma vida auto-centrada, da procura de auto-justificações, para encontrar-se como dom e alcançar, pela graça, a verdadeira vida. Trata-se de uma passagem Pascal da vida como posse e como poder, à vida como dom e graça. É a vida vivida em Cristo e por Cristo, é a vida de Cristo em nós: "Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la" (Mt 16,25). "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?" (Mt 16,26). O texto deixa antever a situação de todos os homens tentados a possuir, a ampliar o campo de ação para fora de si, a acumular, falhando a vida, perdendo-se. Talvez isso aconteça para não se encontrarem a si mesmos, para não entrarem no doloroso face-a-face consigo.

Seguir Cristo significa colocar a nossa vida na Sua vida, por amor. O que por amor se perde, na realidade não é perdido, mas oferecido. E o que é oferecido por amor é encontrado na relação.» (Texto de Luciano Manicardi)

E para mim, quem é Jesus?

27 de agosto de 2017 | 21º Domingo do Tempo Comum
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Jesus pergunta aos discípulos «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?» e, depois voltando-se diretamente para os discípulos: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»

A opinião dos “homens” não capta a condição única de Jesus, a sua novidade e originalidade. Reconhecem que Jesus é um homem convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão. Olham para Jesus como um profeta, na linha dos grandes profetas da história do Povo de Deus. É muito, mas não é o suficiente. A opinião dos discípulos acerca de Jesus vai muito além da opinião comum. Pedro, porta-voz da comunidade dos discípulos, proclama: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Nestes dois títulos resume-se a fé da Igreja. Dizer que Jesus é “o Cristo” (Messias) significa dizer que Ele é esse libertador que Israel esperava. No entanto, Jesus é também o “Filho de Deus”: significa reconhecer a profunda unidade e intimidade entre Jesus e o Pai, e que Jesus conhece e realiza os projetos do Pai no meio dos homens.

Na resposta, Jesus esclarece que esta fé é um dom de Deus. E, de seguida, nomeia Pedro para “administrador” da Igreja, com autoridade para interpretar as palavras de Jesus, para adaptar os ensinamentos de Jesus a novas necessidades e situações, e para acolher ou não novos membros na comunidade dos discípulos do Reino. Pedro é o protótipo do discípulo: nele, está representada a comunidade que se reúne em volta de Jesus e que proclama a sua fé em Jesus como o “Messias” e o “Filho de Deus”. É a essa comunidade, representada por Pedro, que Jesus se confia.

Pedro é feliz, encontra-se a si mesmo e à sua missão, na relação de fé com Jesus. Desse progressivo conhecimento nasceu a capacidade de conhecer Jesus “por dentro”, e por isso O seguiu e por Ele deu a vida. Também no nosso caminho como cristão, e para que esse caminho tenha sentido, se faz ecoar a mesma questão daquele dia: e para mim, quem é Jesus?

sábado, 19 de agosto de 2017

A fé posta à prova...

20 de agosto de 2017 | 20º Domingo do Tempo Comum
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Não é apenas a fé daquela mulher que é posta à prova perante, primeiro, o silêncio de Jesus Cristo e, depois, as respostas duras que parecem querer afastar aquela “estrangeira” que seria indigna da atenção de Deus… É também posta à prova a ideia daqueles que se consideravam os únicos dignos da atenção de Deus, como Povo escolhido e que, na pessoa dos discípulos, se sentem incomodados com a forma como Jesus trata aquela mulher. Jesus, com esta atitude, ajuda-nos a compreender a incompreensibilidade da exclusão e do sectarismo, numa comunidade que é convidada a ser “Católica” (universal), aberta à totalidade da diversidade humana.

Mas esta cena narrada por Mateus ajuda-nos também a perceber que a fé é, também, uma confiança que se deixa pôr à prova perante os “silêncios de Deus” e as respostas que (por vezes) nos possam parecer contrárias às expectativas geradas. Convida-nos a olhar a fé não como algo adquirido pelo facto de se fazer parte de um certo grupo humano onde socialmente se celebram algumas "festas" dentro das “tradições” locais, que fazem afirmar os "direitos" de quem tem "todas as comunhões", mas como uma relação de confiança que constantemente se constrói.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A mão estendida de Jesus...

13 de agosto de 2017 | 19º Domingo do Tempo Comum
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O texto do Evangelho deste domingo, onde contemplamos Jesus a andar sobre as águas, é todo ele cheio de simbologia: a “noite” fala da confusão e insegurança em que tantas vezes “navegam” os discípulos; as “ondas” e os “ventos contrários” representam a oposição ao projeto de Jesus... É aí, precisamente, que Jesus se manifesta: Ele vai ao encontro dos discípulos “caminhando sobre o mar”. Jesus é o Deus que vela pelo seu Povo e que não deixa que as forças da morte (o “mar”) o destruam.

No meio do mar açoitado pelas ondas, e com ventos contrários, os discípulos, na barca (símbolo da Igreja), são convidados a perceber que o vulto de Jesus não é o de um "fantasma", mas do "Filho de Deus" que está sempre pronto a estender logo a mão para segurar que tem confiança para dizer como Pedro: «salva-me, Senhor!»

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Aparições de Fátima no início da Festa

No passado dia 4 de agosto, sexta-feira, começou a festa em honra de Santa Marta, Padroeira da Calvaria, tendo como primeiro momento a celebração da Eucaristia e a Procissão de Velas. Este ano, a marcar o centenário das aparições de Fátima, a procissão de velas foi vivida à luz dos acontecimentos de Fátima.

Ainda na igreja paroquial, começaram por ser representadas as três aparições do Anjo, no ano de 1916, salientando-se a dimensão eucarística destas aparições que ajudaram os pastorinhos a começarem todo o seu caminho de se descentrarem de si mesmos para meterem Deus no centro das suas vidas.

Depois foram-se percorrendo as ruas da Calvaria de Cima enquanto se rezaram os "mistérios das aparições": em cada paragem era representada a aparição de um mês, seguindo o texto das Memórias da Irmã Lúcia, e depois rezava-se um mistério do terço: 1º mistério: "Quereis oferecer-vos a Deus?"; 2º mistério: "Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus"; 3º mistério: “Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria”; 4º mistério: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”; 5º mistério: “Deus está contente com os vossos sacrifícios”.

A terminar, já próximo da igreja, foi representada a aparição de outubro, sendo salientada o pedido de Nossa Senhora: "Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido". A procissão terminou de novo na igreja onde se concluiu com um cântico de louvor a Nossa Senhora.

sábado, 5 de agosto de 2017

Quando um encontro é capaz de transformar

6 de agosto de 2017 | Festa da Transfiguração do Senhor
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Pedro e os seus dois companheiros viram Jesus na sua glória, transfigurado, entre dois homens, Moisés e Elias, que conversavam com Ele. São Mateus não nos diz sobre o que conversavam. Mas São Lucas, diz-nos que era da sua saída do mundo, que devia cumprir-se em Jerusalém. Falavam do grande mistério da redenção dos homens pelo sacrifício de Jesus Cristo. Jesus explicava a Moisés e a Elias todo o sentido das figuras da antiga lei: a libertação do Egipto, símbolo da redenção; a imolação do cordeiro, figura da morte de Jesus; a salvação dos filhos de Israel pelo sangue do cordeiro, símbolo da redenção dos homens pelo sangue do Coração de Jesus. Jesus dizia aos dois profetas a sua alegria de ver chegar o dia do sacrifício.

Os apóstolos são mergulhados numa espécie de êxtase, julgam-se transportados ao céu. Pedro é o primeiro que manifesta o seu sentimento: "Senhor, que bom é estar aqui; façamos aqui três tendas". Pedro é humilde e desinteressado: não pensa em montar uma tenda para si. Ele não quer ser senão o servidor de Jesus. Mas não compreendeu ainda que a glória definitiva não virá senão depois da cruz e do sacrifício. Irá ainda percorrer esse caminho em que o encontro com Jesus Cristo ressuscitado o irá transformar, e a sua vida e a dos seus companheiros, será definitivamente transfigurada.

Sem esquecer a certeza da ressurreição, é preciso voltar a descer o monte, voltar ao quotidiano da vida, e, aí, sem nunca deixar de escutar a voz do Filho de Deus, percorrer com Ele o caminho da entrega generosa de nós mesmo, seguido-O no caminho do amor, no caminho da cruz: esse é o caminho da nossa própria transfiguração, para que a luz de Cristo brilhe também no nosso rosto...