Programa da Paróquia

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Festa de Santa Marta 2024


 

Dia de Santa Marta


 

Do pouco, Jesus faz muito

28 de julho de 2024 | 17.º Domingo do Tempo Comum
Leituras | Comentário | Avisos | Boletim

Durante alguns domingos, vamos interromper a leitura do Evangelho de São Marcos para escutar o sexto capítulo do Evangelho de São João. Inicia-se com o relato da multiplicação dos pães e dos peixes (deste domingo) para continuar depois com toda a catequese do «Pão da Vida».

Já neste sinal se dá a entender a dimensão eucarística: Jesus que dá graças e distribui... e do pouco se faz muito. Da partilha, doze cestos de sobra. Mas um outro alimento irá saciar bem mais: Jesus é o Pão que sacia de verdade a fome que cada um sente no mais íntimo de si mesmo.

Realce para a atitude do rapazito, com os seus cinco pães e dois peixes: pode parecer tão pouco para toda aquela gente... Mas Jesus do pouco faz o muito: «Quando damos amor, amizade, um pouco do nosso tempo ou simplesmente um sorriso, quando procuramos respeitar o outro, sem o julgar, quando fazemos um caminho de perdão… Jesus serve-Se desse pequeno pouco para construir connosco, pacientemente, dia após dia, o seu Reino.»

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Parar para dar sentido ao (bem) que se faz

21 de julho de 2024 | 16.º Domingo do Tempo Comum
Leituras | Comentário | Avisos | Boletim

Aos doze que voltam da sua missão de anúncio, de cura e libertação, que contam entusiasmados tudo o que, em nome de Jesus, tinham feito, Jesus convida-os para um tempo novo: «vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». E o texto do Evangelho explica porquê: «havia tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer».

Jesus sabe da necessidade de não se perderem no ativismo; é preciso fundamentar a ação a partir do essencial. Não é um tempo de «férias», mas quase como que um «retiro»: estar num lugar isolado na companhia de Jesus. É desse encontro, desse estar com Ele, que resulta uma ação missionária consistente. Não apenas fazer, mas «fazer bem o bem que se faz». Agir a partir do coração de Jesus: por isso a necessidade de estar com Ele para conhecer o seu coração, e amar e agir no mundo com o seu coração.

A multidão, no entanto, não deixa de procurar Jesus... Ao desembarcar e ver toda aquela gente, Jesus «compadeceu-Se». Esta compaixão vem de sentir que são como «ovelhas sem pastor»: não têm um rumo assumido, um sentido para a vida, andam perdidos, desorientados... Por isso, Jesus ensina-lhes «muitas coisas». De facto, a mais fundamental das ações que a comunidade cristã é convidada a ter é precisamente esta que de se «compadecer», e de anunciar a Palavra que oriente e dê sentido.

Quanto sofrimento não existe pela «desorientação» na vida, pelo seguimento de falsos «pastores», por querer ter sempre razão e se fechar à Palavra de Deus? Deixar-se guiar por Jesus, «retirar-se com Ele», para encontrar o Caminho a seguir e a anunciar. Ser cristão passa por este equilíbrio entre o «descanso» em Jesus, e o «trabalho» de O dar a conhecer como Pastor que vale a pena seguir.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Chamados e enviados

14 de julho de 2021 | 15.º Domingo do Tempo Comum
Leituras | Comentário | Avisos | Boletim

O chamamento dos Apóstolos está ligado ao seu envio: são companheiros de Jesus, não para ficarem abrigados perto dele, mas para serem enviados, para irem como suas testemunhas.

E envia-os dois a dois. Sem dúvida porque, na altura, um testemunho só era reconhecido como autêntico se levado por duas testemunhas. Mas, mais profundamente, porque Jesus veio para colocar os homens em comunhão, em relação. Deus criou a humanidade para ser à sua imagem e semelhança. Como “Deus é Amor”, os homens serão imagens de Deus na medida em que construírem juntos relações de amor fraterno.

Mas os homens recusam muitas vezes esta fraternidade. Jesus veio precisamente para acabar com a divisão: Ele reconcilia os homens com Deus e os homens entre si. Por isso Jesus envia os Apóstolos dois a dois: para que sejam, a partir do seu próprio comportamento, pela sua vida, testemunhas desta obra de reconciliação. Esta continua a ser a missão dos discípulos, a missão da Igreja.

A missão dos Apóstolos é, portanto, a de lutar contra o mal que divide e que corrompe. Por isso, Jesus dá conselhos de pobreza àqueles que envia: encher-se de riquezas materiais é arriscar cair na armadilha do egoísmo, é entrar no círculo infernal da vontade de poder, da inveja. Conselho sempre válido para todos os batizados cuja missão é serem testemunhas da Boa Nova no coração do mundo.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

A distância de uma (in)certa proximidade

7 de julho de 2024 | 14.º Domingo do Tempo Comum
Leituras | ComentárioAvisos | Boletim

Aqueles que estiveram mais próximos de Jesus, que o conheciam desde pequeno, ficam impressionados pelas palavras e milagres que Ele faz, mas continuam fechados nos seus conhecimentos prévios do «carpinteiro, filho de Maria», e não têm capacidade para se abrir à novidade do Messias. Pensavam conhecer Jesus, mas de verdade só tinham um conhecimento «externo»; pensavam-se próximos, mas estavam distantes; sabiam dizer todos os seus laços familiares, mas não a sua verdadeira identidade e missão… A proximidade tornou-se distância, como tantas vezes acontece nas relações que não sabem alimentar a sua dinâmica permanente, e os conhecidos se tornam desconhecidos…

Para quem nasce num ambiente que, com demasiada facilidade, se diz cristão, sem muitas vezes o ser, em que tanto se diz (ou pensa que se diz) Jesus, sem que isso signifique conhecê-lo e com Ele se encontrar de verdade, este texto do Evangelho faz-nos entrar na verdade da nossa relação com Ele: seremos também «conterrâneos» de Jesus que cresceram por perto dele sem nunca deixar que Ele nos revelasse a sua verdadeira identidade? A sua palavra tem ainda capacidade para nos impressionar? Terá Ele espaço para nos curar?

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Eu te ordeno: Levanta-te

30 de junho de 2024 | 13.º Domingo do Tempo Comum
Leituras | Comentário | Avisos | Boletim

A fé, e a vida nova que nasce da fé, está no centro de toda a narração do milagre da ressurreição da filha de Jairo. A fé do pai que busca a vida para a sua filha e que, mesmo não sendo dos discípulos de Jesus, acredita que Ele é a sua única fonte de esperança. A fé que, diante do anúncio da morte da menina, Jesus pede que não se perca: «Não temas; basta que tenhas fé». A fé que permite continuar o caminho até à casa de Jairo. A fé que resiste diante do riso de quem não acredita. A fé que restitui a vida e possibilita que a menina se erga e ponha a andar.

«A mensagem é clara, e pode resumir-se numa pergunta: acreditamos que Jesus nos pode curar e despertar da morte? Todo o Evangelho está escrito à luz desta fé: Jesus ressuscitou, venceu a morte, e por esta sua vitória também nós ressuscitaremos. Esta fé, que era certa para os primeiros cristãos, pode ofuscar-se e tornar-se incerta, a ponto que alguns confundem ressurreição com reencarnação. A Palavra de Deus deste domingo convida-nos a viver na certeza da ressurreição: Jesus é o Senhor, Jesus tem o poder sobre o mal e sobre a morte, e deseja levar-nos à casa do Pai, onde reina a vida. E ali todos nos encontraremos» (Papa Francisco, Angelus 28 de junho de 2015).

O relato termina com uma indicação muito concreta de Jesus, que «mandou dar de comer à menina». Uma conclusão que aponta para a necessidade constante de alimentar a fé. Não basta o momento do encontro com a vida; é preciso cuidar e alimentar a fé.