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sábado, 31 de agosto de 2024

100 anos da Paróquia da Calvaria

Exposição do Centenário da Criação da Paróquia

Durante o mês de setembro, está patente, na igreja paroquial, uma nova peça para assinalar o percurso histórico que conduziu à criação da paróquia da Calvaria. A imagem de São Nuno de Santa Maria, da capela de São Jorge, evoca a Batalha de Aljubarrota, o mais significativo facto ocorrido na área da atual paróquia.

SÃO NUNO DE SANTA MARIA
A imagem de Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino, da capela de São Jorge, recorda um dos factos mais marcantes ocorridos no território da atual Paróquia da Calvaria: a Batalha Real de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, no lugar de São Jorge.
O lugar de S. Jorge tira o nome do orago da capela, ali mandada erigir por Nuno Álvares Pereira e pelo Mestre de Avis. Foi nas imediações de S. Jorge que se travou, ao cair da tarde de 14 de Agosto de 1385, a batalha dita de Aljubarrota, a qual pôs frente a frente cerca de 22 000 homens do rei D. João I de Castela e os aproximadamente 7 000 homens do mestre de Avis e de D. Nuno.

António Martins Cacela, Porto de Mós e seu termo, 1977, p. 161

Após enviuvar, Nuno Álvares Pereira dedica-se à construção do Convento do Carmo em Lisboa, onde em 1422 recolhe como irmão donato, após partilhar todos os seus bens, tomando o nome de Nuno de Santa Maria. Foi inscrito no álbum dos Santos no dia 26 de abril de 2009.

A imagem da capela de São Jorge foi aí introduzida em agosto de 1926, pelos Escuteiros Portugueses, no decorrer do seu Primeiro Acampamento Nacional realizado nesse Campo.

Mais importante que as tradições, o mandamento de Deus

1 de setembro de 2024 | Domingo 22.º do Tempo Comum
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Perante a acusação de que alguns dos seus discípulos não seguiam as tradições, Jesus oferece um novo olhar sobre a lei. Denuncia a atitude daqueles que fizeram do cumprimento externo e superficial da “lei” um valor absoluto, esquecendo que a “lei” é apenas um caminho para chegar a um compromisso efetivo com o projeto de Deus. E é nesta adesão da fé, na relação de confiança absoluta em Deus, que se compreendem as consequências morais para a vida. Na perspetiva de Jesus, a verdadeira religião não se centra no cumprimento formal das “leis”, mas num processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus e a viver numa real partilha de amor com os irmãos. É na adesão que se deixa o coração aproximar do coração de Deus para que dele saiam as atitudes que exprimem o mesmo amor que se recebe de Deus.

A lei de Deus está inscrita no nosso coração, conhecemos a sua vontade, sabemos muito bem o que agrada a Deus. E bem sabemos que o seu primeiro mandamento é o do Amor. Cabe-nos a nós deixar que o viver de acordo com essa vontade, o cumprimento dessa “lei”, seja um caminho de encontro, de amizade, de fidelidade ao Amor de Deus.

sábado, 17 de agosto de 2024

Perante Jesus, a necessidade de optar

25 de agosto de 2024 | Domingo 21.º do Tempo Comum
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Depois de tudo o que Jesus disse sobre si mesmo como o Pão Vivo que desceu do céu, e da necessidade de comer o seu corpo e beber o seu sangue para ter a vida eterna, muitos dos seus discípulos ficaram escandalizados: «Estas palavra são duras!» Mas Jesus não volta atrás: quem quer percorrer o caminho da verdadeira vida terá de aceitar Jesus por inteiro, acolher de verdade o seu ser, viver com Ele por dentro... «Quem come a carne e bebe o sangue de Cristo conhecerá a ressurreição e viverá para sempre em sólida comunhão com Cristo pela qual permanece e habita em Cristo assim como Cristo permanece e habita nele: corpo no Corpo e Corpo no corpo!»

Perante a necessidade de optar, de aderir ou não a Jesus, muitos dos discípulos afastam-se. De facto, Jesus nunca se impõe à força: é sempre necessária a adesão livre à sua pessoa e à sua mensagem, pois só na liberdade é possível a total entrega de amor. O afastamento de muitos não O deixa com medo de que todos se afastem. Pelo contrário, vai desafiar mesmo aqueles que são mais próximos, o grupo dos Doze: «Também vós quereis ir embora?»

Confrontados também eles com a necessidade de fazer opções, escolhem Jesus e a sua mensagem, escolhem comer o Corpo de Jesus, beber o seu Sangue: é Pedro que em nome da comunidade professa a fé: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

Perante a necessidade de optar, estamos também nós, hoje, neste mundo cheio de propostas: teremos a capacidade de aderir a Ele como aquele que tem de verdade as «palavras de vida eterna»? Será a nossa adesão verdadeiramente marcante na nossa vida? Celebramos na Eucaristia esta adesão total a Cristo ressuscitado, vencedor da morte?

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

"Comer" e "beber" Jesus é deixar-se habitar por Ele

18 de agosto de 2024 | 20.º Domingo do Tempo Comum
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Jesus não pára de repetir que os seus discípulos devem comer a sua carne e beber o seu sangue! A linguagem é chocante para a nossa sensibilidade e forma de pensar atual... Sabemos, é certo, que São João escreve depois da ressurreição de Jesus, e que as palavras de Jesus só se podem aceitar e compreender a essa luz.

Uma das palavras-chave do discurso de Jesus é “morar”. Morar com alguém é entrar na sua intimidade, para ficar juntos. É isso que Deus quer: “estar com” os homens, ser o “Emanuel”, para que nós estejamos também com Ele. Não podemos aceder ao sentido profundo das palavras de Jesus sobre a sua carne a comer e o seu sangue a beber se não nos colocarmos no registo do amor que exige a presença, o “estar com” das pessoas que se amam.

No amor é tudo ou nada... é tal o amor de Deus por nós, manifestado em Jesus, que Ele quer dar-Se na totalidade do seu ser, e quer que esse dom dure para sempre. Ao escolher o sinal do banquete eucarístico para colocar em nós a sua presença de Ressuscitado, Jesus quer enraizar-Se em nós e alimentar com o gérmen da Vida eterna: “quem comer deste pão viverá eternamente”.

Participar na Eucaristia, comungar do corpo e do sangue de Jesus ressuscitado, é oferecer-Lhe o nosso “espaço humano” muito concreto, toda a nossa pessoa para que Ele venha habitar em nós.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu»

11 de agosto de 2024 | 19 .º Domingo do Tempo Comum
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“Esse homem não é Jesus, filho de José? Conhecemos bem seu pai e sua mãe. Como pode dizer «Eu desci do céu»?” Aqueles que escutavam Jesus, que se apresentara como o pão da vida que desceu do Céu, discutiam a sua origem e a sua pretensão, que consideravam exorbitante. Devemos reconhecer que a dificuldade dos compatriotas não era pequena: Jesus não tinha nada de extraterrestre... Se estivéssemos lá, talvez tivéssemos a mesma atitude.

Para descobrir o mistério profundo de Jesus, é preciso ir para além das aparências, é preciso acolher a luz que vem da Palavra de Deus, ter o olhar da fé. A fé é uma “luz obscura”, pede um salto numa “confiança noturna”, na noite. Isso verifica-se já nas nossas relações humanas de amor e de amizade. A fé/confiança não é uma evidência “científica” que leva a uma adesão imediata da inteligência. A fé vive no amor, numa amizade para além das aparências.

Só podemos aceitar a Palavra de Jesus se nos abrirmos a Deus. Jesus pede aos seus discípulos para terem confiança: “Crede em Deus, crede também em Mim”. A fé é uma graça, um dom gratuito. Mas é também um combate. Somos reenviados a uma escolha que, certamente, não suprime as exigências da nossa razão, mas ultrapassa-as, porque aceitamos entrar numa relação de amor e de amizade com Jesus, “o filho de José”, que reconhecemos também como “o Filho de Deus”.