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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A palavra de Jesus ilumina a vida

25 de fevereiro de 2024 | 2.º Domingo da Quaresma
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“Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias”. Dito de outro modo: instalemo-nos, fiquemos aqui para sempre, estamos tão bem a contemplar a tua glória!

Como seria tão bom se nós tivéssemos podido guardar Jesus glorioso no meio de nós! Ele manifestaria desde já a sua vitória sobre todas as forças do mal e sobre a própria morte. Ele curaria todas as doenças, Ele estabeleceria a justiça, Ele apaziguaria todas as tempestades, Ele suprimiria todas as violências. Jesus estaria sempre ao nosso serviço, à nossa disposição! Seria verdadeiramente o paraíso!

Mas Jesus não se deixou apanhar na armadilha: “olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles”. Foi necessário retomar o caminho quotidiano. Será preciso que atravessem a noite do Gólgota, depois os seus próprios sofrimentos e a sua própria morte. Jesus não veio tirar-nos da nossa condição humana com uma varinha mágica. Ele vem juntar-se a nós nos nossos caminhos pedregosos, dando-nos o seu Espírito para que nos tornemos capazes de O escutar, no mais íntimo de nós mesmos. Então a sua Palavra pode enraizar-se cada vez mais profundamente em nós, como uma semente de vida. Não a percebemos sempre, mas ela rebentará na plenitude da luz, na Ressurreição com Jesus.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Jesus convida-nos a viver uma vida melhor

18 de fevereiro de 2024 | 1.º Domingo da Quaresma
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A Quaresma, tempo de penitência, de sacrifícios de toda a espécie, de resistência às tentações, à imitação de Jesus no deserto, pode parecer-nos um tempo não muito entusiasmante... Porém, na breve passagem do texto que escutamos este domingo, S. Marcos fala duas vezes do “Evangelho”, ou seja, de uma Boa Nova. E uma Boa Nova dilata o coração, traz alegria! Então, porque não falar de alegria durante a Quaresma? Será que isso desvirtua o seu sentido?

O anúncio de Jesus vem com um convite à conversão. Mas conversão não quer dizer simplesmente parar de cometer pecados. A verdadeira conversão é, antes de mais, “acreditar na Boa Nova”. E a Boa Nova é a manifestação do verdadeiro rosto de Deus em Jesus: um Pai no qual só há amor, porque Ele é Amor em estado puro, a fonte absoluta do Amor. Às vezes, a primeira tentação, a mais terrível, consiste em transpor para Deus as nossas maneiras de amar, de compreender a justiça ou o poder... Mas não é Deus que é à nossa imagem, nós é que somos para ser à sua imagem... A verdadeira conversão consiste então em mudar as nossas conceções de Deus para acolher um Pai que nunca pára de nos amar, e que quando recusamos o seu amor, só tem um desejo: manifestar-nos ainda mais o seu amor, até nos dar o seu Filho, para que, enfim, nós nos deixemos amar. E aí está a alegria!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Em Cristo, o reencontro da dignidade humana

11 de fevereiro de 2024 | 6.º Domingo do tempo Comum
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A maldição que atingia os leprosos era total: mortos vivos, excluídos dos lugares habitados, proibidos do Templo e da sinagoga, impuros aos olhos dos homens mas, sobretudo, considerados impuros também aos olhos de Deus... Um deles quebra os interditos e aproxima-se de Jesus que, perturbado até às entranhas, ousa um gesto impensável: estende a mão e toca o infeliz, tornando-se Ele mesmo, imediatamente, impuro. Passa-se, então, algo de extraordinário. Realiza-se a palavra do salmista: “Senhor, viste o mal e o sofrimento, toma-os na tua mão”. Jesus toma nas suas mãos o mal e o sofrimento deste homem. Tira-o da sua lepra, liberta-o da sua exclusão, de toda a impureza. O leproso pode reencontrar a companhia dos outros e de Deus. Mas então, é Jesus que “não podia entrar abertamente numa cidade. Era obrigado a evitar os lugares habitados”: era Ele que tinha agora de se proteger da multidão. É como se Jesus tivesse tomado o lugar do leproso.

Jesus toma sobre Ele as nossas faltas e os nossos sofrimentos, Ele toma o nosso lugar para absorver na sua pessoa e no amor do Pai todas as nossas misérias. E, ao mesmo tempo, encontramos toda a nossa dignidade de homens e de mulheres livres, de pé, capazes de entrar de novo em relação uns com os outros e, sobretudo, de nos aproximarmos de novo de Deus, sem qualquer medo.

Assim viveu Jesus, assim nos ensina a viver

4 de fevereiro de 2024 | 5.º Domingo do Tempo Comum
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São Marcos apresenta, de uma forma concisa, a atividade de Jesus. Começa na sinagoga, continua em casa de Pedro onde se aproxima, toma pela mão e levanta a sogra doente, ela que, recuperando da sua febre começa a servir. Depois, já são todos os que sofrem algum mal que estão à porta de Pedro, e toda a cidade ali presencia as curas de Jesus. E é no meio de toda esta agitação de gente e do irromper da vida, que se faz silêncio: Jesus retira-se para um sítio isolado para rezar... Os discípulos quase o acusam: com toda a gente à tua procura, porquê "perder tempo" assim?! Mas esse é o tempo do essencial, do encontro com o Pai, o tempo que dá sentido a todo o outro tempo gasto na atenção às necessidades de cada um, de se aproximar de quem sofre, de pegar pela mão e de levantar para uma vida nova aqueles que necessitam de um sentido para a vida...

Assim viveu Jesus, alimentando no encontro com o Pai, uma vida gasta na atenção às necessidades de cada um daqueles que com Ele se cruzaram pedido a cura. No encontro com o Pai encontrou a força para se doar plenamente. Assim viveu Jesus, fazendo o bem, sem medo de se aproximar de quem sofre, de meter mãos à obra, de levantar os caídos.

Assim nos ensina a viver Jesus, com esse mesmo olhar de quem sabe que mesmo que muitas doenças continuem insanáveis, nenhuma pessoa é incurável: que podemos levar a cada um o cuidado que o próprio Jesus manifesta, Ele que vem para curar a nossa humanidade daquela que é maior ferida, a ferida do pecado que nos afasta da Vida plena e eterna.